quarta-feira, 30 de março de 2011

Lição 01 - Quem é o Espírito Santo

 
SOBRE O ESPÍRITO SANTO

Cremos no Espírito Santo como a terceira Pessoa
da Trindade, genuíno Deus, eterno, onipotente,
onipresente e onisciente
(Jo 16.13,14).
Extraído do Manual de Assembleia de Deus no Brasil, editado pela CPAD
Sobre a doutrina acerca do Espírito Santo, urge prevenirmos os mal-entendidos. Isso porque o tipo de relacionamento que a maioria dos cristãos vem tendo com o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Trindade, é absolutamente estranho e ao mesmo tempo paradoxal, quando analisado à luz da nossa declaração de fé, que diz: "Cremos [...] em um só Deus eternamente subsistente em três Pessoas: O Pai, o Filho e o Espírito Santo".

Esse relacionamento resulta, ao que tudo indica, da má compreensão das metáforas que a Bíblia usa para caracterizar algumas das manifestações do Espírito Santo, aliada ao uso exaustivo, sistemático, repetitivo e exagerado de simbologia em algumas culturas pentecostais. Isso fica provado quando ouvimos e analisamos as orações feitas ao Espírito Santo, quando lhe atribuímos apenas poder energético. Já parou para observar como nós oramos: "Ó Deus, manda a força do Espírito, o poder do Espírito, a unção do Espírito e nos enche de sua virtude..."?
De fato o Espírito Santo é força, poder, mas é sobretudo a terceira Pessoa da Trindade, a) Ele pode entristecesse (Ef 4.30); b) Ele é capaz de sentir ciúmes (Tg 4.5); c) Ele é capaz de sentir conosco as agonias da nossa existência (Rm 8.26,27); d) Ele é capaz de ensinar (1 Co 2.11,13); e) Ele tem vontade (1 Co 12.11); f) Ele ama (Rm 15.30).
A razão principal de muitos cristãos não viverem em íntimo e profundo relacionamento com o Espírito Santo como Pessoa e como Deus está no hábito mental adquirido de imaginá-lo sempre como algo, e não como Alguém. Toda essa dificuldade que a maioria tem de se relacionar com o Espírito Santo, de vê-lo como uma Pessoa que fala, sente, ouve, ama, é em razão do uso exagerado da simbologia a Ele referente.
Quem está acostumado a só ouvir que o Espírito Santo é como fogo, vento, chuva, orvalho, pomba etc., jamais conseguirá enxergá-lo como uma Pessoa, imaginá-lo-á sempre de forma impessoal. Por essa percepção distorcida em relação a terceira Pessoa da Trindade, um escritor norte-americano denominou o Espírito Santo de "fulano", no seu livro Pai, Filho e Fulano. Até hoje o Espírito Santo é tratado de forma impessoal, sem que lhe demos a honra, o louvor e a adoração devidos. Não podemos esquecer que o Espírito Santo é o Deus presente entre nós.
A teologia de Jesus acerca do Espírito Santo é bastante clara no Evangelho de João (cf. Jo 16.13,14). A palavra de ordem nesse evangelho é que o Espírito Santo seria enviado em lugar de Jesus para ajudar os homens em todas as suas carências (Jo 14—16). O termo grego aqui traduzido por "outro" é ãllõn, e não hëteron, significando que o Espírito Santo é outro ajudador, separado e distinto de Cristo, embora da mesma "espécie", e não uma forma distinta ou separada de ajudador. Ele é a continuação do Senhor Jesus entre nós, embora sob uma manifestação ou presença de categoria diferente. Jesus procurou consolar os seus discípulos mostrando-lhes que, embora fosse ocorrer em breve alguma modalidade de separação entre Ele e os seus seguidores, em outro sentido bem real Ele haveria de permanecer com eles para todo o sempre, porque o Espírito Santo haveria de descer para estar no meio deles e com eles.
João 16.13,14, deixa claro que o relacionamento do Espírito Santo com Jesus seria na mesma base do relacionamento que este mantinha com o Pai. Jesus dizia que nada do que falava era de si mesmo, mas do Pai. Da mesma forma o versículo acima declara que o Espírito Santo tem o mesmo tipo de comportamento para com Jesus. Isso quer dizer que a única maneira de se conhecer o Filho de Deus é por meio da comunhão com o Espírito Santo.
Observe que é exatamente isso o que Jesus revela nas suas clássicas palavras registradas em João 14.7,10: "Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis e o tendes visto. [...] As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras".
Comparando esses versículos com os versículos 13 e 14 do capítulo 16 do mesmo evangelho, chegamos às seguintes conclusões:
a) Assim como Jesus veio ao mundo para glorificar o Pai, o Espírito Santo está entre os homens para glorificar Jesus com as suas obras.
b) Assim como Jesus é o Mediador entre Deus e os homens, o Espírito Santo é o Mediador entre Jesus e a sua Igreja.
c) Assim como Jesus não falava de si mesmo, mas do Pai, o Espírito Santo também não fala de si mesmo, mas nos revela tudo o que tem ouvido de Jesus.
d) Assim como Jesus veio ao mundo para revelar o Pai, o Espírito Santo está no mundo para revelar Jesus aos homens.
e) Assim como Jesus nos revela as profundezas de Deus, só o Espírito Santo pode revelar-nos profundamente a Pessoa de Jesus.
f) Assim como Jesus glorificou o Pai em toda a expressão de sua vida e não deixou de ser adorado, louvado, exaltado, o Espírito Santo glorifica a Jesus em todas as suas manifestações, mas isso não impede que Ele receba as nossas orações, adorações, louvores, exaltações, pois Ele é Deus.
g) Assim como Jesus é o único caminho para Deus, o Espírito Santo cumpre o papel de convencer o pecador de que Jesus é o único caminho para Deus.

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