Comentário de Apocalipse 21 e 22
Extraído do Livro: Apocalipse Versículo por Versículo, de Severino Pedro da Silva (CPAD)
Capítulo XXI
1. “E VI um novo céu, e uma nova terra.
Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”.
I. “...um novo céu, e uma nova terra”. no principio, portanto, Deus criou os céus e a terra. no
texto original hebraico a palavra para céus é (“shamayim”). A terminação “im”
indica o plural. Isso pretende mostrar que há mais do que somente um céu.
1. Na Bíblia distingue-se pelo menos três
céus; o céu inferior (auronos), o céu intermediário (mesoranios) e o superior
(eporanios).
(a) Céu inferior. Por céu inferior
entendemos o céu atmosférico. Isto é o (“alto”): onde sobrevoam as aves e os
aviões, passam as nuvens, desce a chuva, se processam os trovões e relâmpagos.
Deus o chamou de “...a face da expansão dos céus”. Gn 1.20 e Jesus, de “...extremidade
inferior do céu”. Lc 17.24.
(b) Céu intermediário. Por céu intermediário
entendemos céu estelar ou planetário, chamado também o céu astronômico. A
Bíblia o chama de a (“altura”):
(c) Céu superior. Esse é chamado de as
(“alturas”). Sl 93.4; At 1.9; Hb 1.3. É declarado em 2Co 12.2, como sendo “...o
terceiro céu”, o “Paraíso”; podemos chamá-lo de “o espiritual”, e de “céu dos
céus” por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo 3.13). É o lugar onde habita Deus
(Sl 123.1), Cristo (Mc 16.19), o Espírito Santo em seu retorno (Ap 14.13), os
anjos (Mt 22.30; Jd v.6); será também a morada dos salvos em Cristo (Jo 14.3).
2. Deus criou os céus pelo supremo poder da
palavra (1Cr 16.26; Jó 26.13; Sl 8.3; 33.6; 96.5; 136.5; Pv 8.27). Os céus
incluindo a terra (Êx 20.11; 31.17; Ne 9.6; Sl 89.11, 12; 102.25; Salmo 115;
Salmo 121.2; 124.8; 134.3; 156.6; Pv 3.19; Is 37.16; 42.5; 44.18; 51.13; Jr
10.12; 32.17; 51.15; Zc 12.1; At 4.24; 14.15; Ef 3.9; 2Pd 3.5; Ap 4.11; 10.6;
13.7). Deus os criou em seis dias (Êx 20.11; 31.17). São sustentados pelo poder
da sua palavra (Sl 33.9; 148.5; Hb 1.3; 2Pd 3.5). Uma vez que o (“Céu
Superior”), é eterno, não é, pois sujeito a nenhuma mudança “...um novo céu, e
uma nova terra” implica a transformação dos (“céus atmosféricos e astronômicos”);
eles passarão com grande estrondo no dia do juízo (Is 51.6; Mt 24.33; Mc 13.31;
Lc 21.33; Hb 1.10, 11; 2Pd 3.7, 10; Ap 6.16 (1º estágio); Ap 20.11; 21.1;
consumação.
3. E o mar já não existe. Uma omissão
conspícua da nova criação de Deus é a de oceano: “...e o mar já não existe”
(21.1). Como o coração de João deve ter sido confortado por tal revelação, pois
na ilha de Patmos o Apóstolo estava separado pelo revolto do mar! No céu,
entretanto, nada nos separará dos nossos queridos.
2. “E eu, João, vi a santa cidade, a nova
Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o
seu marido”.