OS DONS DE PODER
Extraído do Livro: A Existência e a Pessoa do Espírito Santo, de Severino Pedro da Silva (CPAD)
I - O Dom da Fé
"E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé" (1 Co 12.9).
Os dons de poder, conforme já vimos em outras notas expositivas, são:
DOM DA FÉ
DONS DE CURAR
DOM DE OPERAR MARAVILHAS
Os dons da palavra da sabedoria, da palavra da ciência e de discernir os espíritos atuam na mente. Já os dons de poder, que estudaremos nesta seção, atuam na área física. E os do terceiro grupo - profecia, variedade de línguas e interpretação das línguas - atuam na esfera espiritual.
Em cada grupo de dons espirituais existe um de maior magnitude, como já ficou demonstrado. No grupo que ora estudamos, por exemplo, o dom da fé é proeminente.
1. Definição
Biblicamente, define-se a fé da seguinte forma: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem" (Hb 11.1). Teologicamente, há vários conceitos.
Com efeito, no seu uso mais amplo, a palavra "fé", do substantivo grego pistis e o verbo pisteuo, ocorre por 244 vezes, enquanto que o adjetivo pistos ocorre 77 vezes, trazendo algumas definições:
a. Fé salvadora. Atitude mediante a qual o homem abandona toda confiança em seus próprios esforços para obter a salvação e passa a confiar inteiramente em Cristo, a respeito de tudo que envolve a salvação.
Este conceito de fé vem a ser a confiança insuflada nas promessas e provisões de Deus, no tocante ao Salva¬dor e a todo o plano da redenção. Não é propriamente "o dom da fé" relacionado em 1 Coríntios 12.9, mas trata-se também de um "dom de Deus" (Ef 2.8).
b. Fé servidora. Contempla como autêntico o fato dos dons divinamente conferidos e todos os detalhes concernentes às determinações divinas para o serviço. A fé vista por este prisma é especial, e também um dos dons de poder.
c. Fé santificadora. Ou sustentadora, apega-se ao po¬der de Deus na vida diária. Trata-se da vida vivida na dependência de Deus, operando um novo princípio de vida (Rm 6.4; 2 Co 5.7; Hb 10.38).
d. Fé intelectual. Pode vir ao homem através do teste¬munho do universo visível e do estudo das Escrituras (cf. At 17.28; Tg 2.19). Ela afirma a existência de Deus, mas em si mesma não descobre o plano da redenção (cf. Sl 19.1-4; At 17.11; Rm 10.17).
2. A fé como dom de poder
Esta é a fé mencionada em 1 Coríntios 12.9, uma operação completamente sobrenatural do Espírito Santo, capacitando a mente humana para uma confiança sem igual no poder de Deus, a de que Ele pode realizar qualquer coisa que lhe apraz. O Espírito Santo opera no mais profundo do coração humano, produzindo uma reação imediata da alma e levando-a à certeza e à evidência. A certeza é o estado do espírito que consiste na firme ade¬são a uma verdade conhecida, sem o temor do engano. A evidência é o que fundamenta a certeza.
Definimo-la como a clareza plena com que adere ao poder de Deus. Diante de tal operação do Espírito Santo, toda e qualquer dúvida é aniquilada!
A fé especial, mesmo sendo um dom do Espírito San¬to, pode ser dividida em graus menores e maiores, da seguinte maneira:
• "Ainda não tendes fé?" (Mc 4.40);
• "... pouca fé" (Mt 17.20);
• "... tanta fé" (Mt 8.10);
• "... grande fé" (Mt 15.28);
• "... toda a fé" (1 Co 13.2).
Para que haja um desempenho amplo da fé, torna-se necessário aniquilar toda dúvida produzida no coração. Jesus disse: "Se tiverdes fé e não duvidardes..." (Mt 21.21).
Foi este o poder, a fé especial, pelo qual Jesus trans¬formou água em vinho, multiplicou os pães e os peixes, acalmou a tempestade, expulsou demônios, curou enfer¬mos e ressuscitou mortos.
II - Os Dons de Curar
"E a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar" (1 Co 12.9).
No conceito de alguns expositores, são dons ativos que produzem sinais e maravilhas. De fato, isso fica bem demonstrado em algumas passagens das Escrituras. A cura de qualquer enfermidade é sempre um milagre, e um milagre é sempre uma maravilha, e uma maravilha é sempre um prodígio: "Enquanto estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus" (At 4.30).
Na Epístola aos Hebreus, o escritor sagrado confirma este argumento: "Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade" (Hb 2.4).
1. Pluralidade
O leitor deve observar que o versículo chave desta seção menciona "dons de curar", no plural, expressão que se repete no versículo 28 do mesmo capítulo. Entre¬tanto, no versículo 30, encontramos a forma singular. "Têm todos o dom de curar?" pergunta o apóstolo Paulo. A pluralidade deste dom provavelmente indica que cada diferente cura deve ser considerada uma atuação de um dom específico ou uma diversificada operação do Espíri¬to. Isto significa que os dons de curar operam de maneira multiforme.
Curas miraculosas, efetuadas por intervenção divina no Antigo Testamento, mostram esta realidade. Também aquelas realizadas por Jesus e seus discípulos, no Novo Testamento, a confirmam. Qualquer operação do Espíri¬to Santo, até mesmo as realizadas ainda no período da Lei, trazia em si instruções didáticas e métodos pedagó¬gicos. Jesus curava através:
• da "orla" de seu vestido (Mc 5.30);
• da "saliva" (Mc 8.23);
• do "lodo" (Jo 9.6,7);
• de "suas mãos" (Mc 6.5);
• do supremo "poder" da palavra (Mt 8.8; Jo 4.50-53).
Isso acontecia freqüentemente, porque sobre Ele re¬pousava algo especial, isto é, "a virtude do Senhor estava com ele para curar" (Lc 5.17).
2. Curas específicas operadas por Jesus
Durante seu ministério terreno, nosso Senhor efetuou diferentes maravilhas no campo da cura. Entretanto, 18 delas se encontram relacionadas nos evangelhos, com significação especial (Mt 8.2-4; 9.2-8; 14-17; 27-31; Mc 5.25-34; 7.31-37; 8.22-26; Lc 6.6-11; 7.1-10; 13.10-19; 14.1-6; 17.11-19; Jo 4.45-54; 5.1-19; 9.1-41; 18.1-11).
Parece que Jesus curou um homem cego na entrada de Jericó (Lc 18.35-43) e, ao sair da cidade, curou Bartimeu (Mc 10.46-52).
Evidentemente Jesus curou milhares de outras pesso¬as, pois por onde passava Ele ia "curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele" (At 10.38).
3. A promessa de Jesus com respeito a cura
Antes de ser assunto aos Céus, Jesus prometeu a seus discípulos poder sobre toda enfermidade e moléstia. A ordem do divino Mestre foi esta: "Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios..." (Mt 10.8). E, após sua ressurreição, nosso Senhor reafirmou, em Marcos 16.17,18, a promessa feita no início de seu ministério: "E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome... imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão".
No ministério de Pedro e Paulo, os dons de curar eram tão presentes que, em alguns casos, se dispensa¬va até a presença física desses dois obreiros do Se¬nhor.
a. Pedro. "De sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles... os quais todos eram curados" (At 5.15,16).
b. Paulo. "E Deus pelas mãos de Paulo faziam mara¬vilhas extraordinárias, de sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermi¬dades fugiam deles" (At 19.11,12). Isto é maravilhoso!
III - O Dom de Operar Maravilhas
"E a outro, a operação de maravilhas" (1 Co 12.10).
No grego, encontramos a palavra dynameis ("pode¬res"), para indicar a operação realizada pelo Espírito Santo, tem acompanhado toda a história do povo de Deus em ambos os Pactos. As dez pragas enviadas ao Egito foram reputadas como sendo maravilhas da parte de Deus (Êx 3.2Oss). Maravilha é um milagre, portanto. Milagre é uma intervenção ordenada na operação regular da nature¬za: uma suspensão sobrenatural de lei natural. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, as maravilhas eram sempre operadas em resposta às necessidades mais pre¬mentes da vida. Vejamos essas maravilhas operadas por Deus no Antigo Testamento. Depois, veremos as mani-festações deste dom em Jesus e seus discípulos, no Novo Testamento. Apresentaremos apenas um esboço com a respectiva citação bíblica.
1. Antigo Testamento
• Trasladação de Enoque (Gn 5.24);
• o dilúvio (Gn 6-8);
• confusão das línguas (Gn 11.9);
• espalham-se as famílias (Gn 11.9);
• sodomitas são feridos de cegueira (Gn 19.11);
• destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19,24);
• a mulher de Ló convertida numa estátua de sal (Gn 19.26);
• curada a esterilidade de Sara (Gn 11.30; 21.1,2);
• curada a esterilidade de Rebeca (Gn 25.21);
• curada a esterilidade de Raquel (Gn 29.31; 30.22);
• a sarça ardente (Êx 3.2);
• a mão de Moisés feita leprosa (Êx 4.6);
• a vara de Arão torna-se em serpente (Êx 7.10);
• as águas tornam-se em sangue (Êx 7.20);
• rãs (Êx 8.6);
• piolhos (Êx 8.17);
• moscas (Êx 8.24);
• peste nos animais (Êx 9.26);
• úlceras (Êx 9.10);
• saraiva (Êx 9.23);
• gafanhotos (Êx 10.13);
• trevas (Êx 10.22);
• morte dos primogênitos (Êx 12.29);
• coluna de nuvem de dia, e de fogo durante a noite (Êx 13.21);
• o mar Vermelho se divide e retorna ao seu leito (Êx 14.21);
• as águas de Mara se tornam doces (Êx 15.15);
• envio de codornizes e maná (Êx 16.13,14);
• água tirada da rocha (Êx 17.6);
• vitória sobre os amalequitas, pelo levantar das mãos de Moisés (Êx 17.11-13);
• holocausto consumido por fogo do céu (Lv 9.24);
• dois sacerdotes são consumidos pelo fogo (Nm 10.1,2);
• fogo arde entre os israelitas (Nm 11.1);
• Miriã é ferida e curada da lepra (Nm 12.10, 13-15);
• destruição de Coré e seu grupo (Nm 16.32);
• praga mata 14.700 pessoas (Nm 16.47-49);
• a vara de Arão brota, floresce e produz amêndoas (Nm 17.8);
• água sai da rocha em Meribá (Nm 20.11);
• serpentes abrasadoras (Nm 21.6);
• a jumenta de Balaão fala com voz humana (Nm 22.28,30);
• a roupa dos israelitas não envelhece (Dt 8.4);
• os pés dos israelitas não incham (Nm 9.21);
• os israelitas caminham sem tropeçar (Is 63.13);
• as muralhas de Jericó demolidas (Js 6.20);
• o Sol e a Lua se detêm (Js 10.13);
• o velo de lã de Gideão (Jz 6.37-40);
• fogo consome o sacrifício de Gideão (Jz 6.21);
• curada a esterilidade da mulher de Manoá (Jz 13.2,5,24);
• o sacrifício de Manoá é consumido (Jz 13.19);
• as proezas de Sansão (Jz 13-16);
• curada a esterilidade de Ana (1 Sm 1.2,20);
• filisteus feridos e queda de Dagom (1 Sm 5.3-12);
• feridos os bete-semitas (1 Sm 6.19);
• trovões e chuvas no tempo da colheita (1 Sm 12.6);
• morte de Uzá diante da Arca de Deus (2 Sm 6.7);
• seca-se a mão de Jeroboão; o altar se fende; derra¬ma-se a cinza e novamente é restituída a saúde da mão do rei (1 Rs 13.6);
• corvos alimentam Elias (1 Rs 17.6);
• a farinha e o azeite da viúva se multiplicam (1 Rs 17.16);
• a comida especial de Elias (1 Rs 19.8);
• cessam as chuvas por três anos e meio (Tg 5.17);
• Elias ressuscita o filho da viúva (1 Rs 17.22);
• Elias faz descer fogo do céu no monte Carmelo (1 Rs 18.38);
• Elias faz chover novamente (1 Rs 18.45);
• a carreira sobrenatural de Elias (1 Rs 18.46);
• Elias faz descer fogo do céu sobre dois capitães e cem soldados (2 Rs 1.9-14);
• Elias divide as águas do Jordão (2 Rs 2.8);
• carro e cavalos de fogo separam Elias de Eliseu, e Elias é levado ao Céu num redemoinho (2 Rs 2.11);
• Eliseu divide as águas do Jordão (2 Rs 2.14);
• as águas de Jericó são saradas (2 Rs 2.22);
• duas ursas despedaçam 42 rapazes (2 Rs 2.24);
• Eliseu supre de água um exército (2 Rs 3.20);
• multiplica-se o azeite da viúva (2 Rs 4.6);
• curada a esterilidade da sunamita (2 Rs 4.16,17);
• Eliseu ressuscita o filho da sunamita (2 Rs 4.35);
• cozido venenoso é purificado (2 Rs 4.41);
• cem homens são alimentados (2 Rs 4.43);
• Naamã é curado da lepra (2 Rs 5.10-14);
• Geazi fica leproso (2 Rs 5.24-27);
• um machado flutua (2 Rs 6.6);
• tropas sírias feridas de cegueira (2 Rs 6.18);
• exército sírio é posto em fuga (2 Rs 7.6,7);
• homem ressuscita ao tocar os ossos de Eliseu (2 Rs 13.21);
• destruição do exército de Senaqueribe (2 Rs 19.35);
• o Sol retrocede dez graus (2 Rs 20.11);
• holocausto de Davi é consumido por fogo (1 Cr 21.26);
• holocausto de Salomão é consumido (2 Cr 7.1);
• Uzias é atacado da lepra (2 Cr 26.20);
• morte da mulher de Ezequiel (Ez 24.16-18);
• três hebreus na fornalha são conservados vivos (Dn 3.26);
• Daniel é livre das garras dos leões (Dn 6.22);
• Jonas no ventre do peixe (Jn 2.10).
2. Novo Testamento
a. Ressurreição de mortos
• O filho da viúva de Naim (Lc 7.11-16);
• a filha de Jairo (Mc 5.21-43);
• Lázaro de Betânia (Jo 11.32-44);
• mortos ressuscitam por ocasião da morte de Jesus (Mt 27.52,53);
• a ressurreição de Jesus (Jo 2.19-21);
• Tabita (At 9.36-41);
• Êutico (At 20.9-12).
b. Expulsão de demônios
• Um homem com um espírito imundo (Mc 1.23-26);
• um endemoninhado, cego e mudo (Mt 12.22);
• dois homens possuídos de legião (Mt 8.28-34);
• um mudo endemoninhado (Mt 9.32-35);
• a filha da siro-fenícia (Mc 7.24-30);
• um jovem lunático (Mt 17.14-21);
• um jovem possesso de um espírito mudo (Mc 9.14-26);
• os espíritos imundos de alguns samaritanos (At 8.7);
• cura de uma jovem adivinhadora (At 16.18).
c. Curas físicas
• A febre do filho de um oficial do rei (Jo 4.46-54);
• a sogra de Pedro (Mc 1.29,30);
• um leproso (Mt 8.2-4);
• um paralítico (Mc 2.3-12);
• o paralítico do tanque de Betesda (Jo 5.1-16);
• o homem da mão mirrada (Lc 6.6-10);
• o servo de um centurião (Mt 8.5-13);
• a mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25-34);
• dois cegos (Mt 9.27-31);
• um surdo e gago (Mc 7.32-37);
• um homem cego (Mc 8.22-26);
• um cego de nascença (Jo 9.1-41);
• uma mulher encurvada (Lc 13.11-17);
• um hidrópico (Lc 14.1-6);
• dez homens leprosos (Lc 17.11-19);
• um mendigo cego (Lc 18.35-43);
• Bartimeu (Mc 10.46-52);
• a orelha de Malco (Jo 18.10);
• o coxo da porta formosa (At 3.1-8);
• Enéias (At 9.34);
• um coxo, em Listra (At 14.10);
• a disenteria do pai de Públio, em Malta (At 28.8);
• os demais enfermos da Ilha de Malta (At 28.9).
d. Sobre as forças da natureza
• Água transformada em vinho (Jo 2.1-11);
• a rede de Pedro se enche de peixes (Lc 5.1-11);
• alimentação de cinco mil homens, fora mulheres e crianças (Mt 14.15-21);
• alimentação de quatro mil homens, fora mulheres e crianças (Mt 15.32-39);
• um peixe traz dinheiro na boca (Mt 17.27);
• uma grande pesca (Jo 21.6-14);
• Jesus passa invisível por entre os inimigos (Lc 4.30);
• sinais durante a festa da Páscoa (Jo 2.23);
• seca-se a figueira sem fruto (Mt 21.19);
• porcos afogam-se no mar (Mt 8.32);
• Jesus acalma uma tempestade (Mt 8.26);
• Jesus acalma outra tempestade (Mc 6.45-51);
• Jesus anda sobre águas (Mt 14.25);
• Pedro também anda sobre as águas (Mt 14.28-31);
• a pedra do túmulo de Jesus é removida (Mt 28.2);
• abrem-se as portas da prisão para os apóstolos (At 5.19);
• Pedro é livre da prisão (At 12.7-10);
• as portas do cárcere se abrem em Filipos (At 16.26).
e. Outras maravilhas
• Uma estrela guia os magos a Belém (Mt 2.1-12);
• curada a esterilidade de Isabel (Lc 1.7,13);
• Zacarias fica mudo e depois é curado (Lc 1.22,64);
• sinais no momento do batismo de Jesus (Mt 3.16,17);
• sinais na transfiguração de Jesus (Mt 17.1-14);
• resposta através de uma voz sobrenatural (Jo 12.28-30);
• por ocasião da prisão de Cristo (Jo 18.4-6);
• por ocasião da morte de Cristo (Mt 27.45-53);
• por ocasião da ressurreição de Cristo (Mt 28.2);
• por ocasião da ascensão de Cristo (Mc 16.19; Lc 24.50,51; At 1.6-12);
• palavra confirmada por sinais (Mc 16.20);
• sinais no dia de Pentecoste (At 2.1-8);
• muitas maravilhas e sinais pelos apóstolos (At 2.43);
• morte de Ananias e Safira (At 5.1-10);
• sinais e prodígios entre o povo (At 5.12);
• Estêvão (At 6.8);
• Filipe (At 8.6);
• Elimas é ferido de cegueira (At 13.11);
• Sinais e prodígios em Icônio (At 14.3);
• Barnabé e Paulo (At 15.12);
• maravilhas extraordinárias pelas mãos de Paulo (At19.11);
• o Evangelho acompanhado por grandes milagres e maravilhas operados pelo poder de Deus (Rm 15.19; 1 Co 12.10,28; 2 Co 12.12; Gl 3.5; Hb 2.4; Ap 11.3-6 etc);
• e outras maravilhas que ficaram ocultas aos olhos humanos.( )
O termo grego semeon era a palavra comumente usa¬da para descrever "sinal" ou "maravilha". Trazia algu¬mas vezes o sentido de "marca distintiva" ou seu equiva¬lente na raiz hebraica õth, ou mõpheth, que significa "algo espantoso" ou "marca distintiva". ( )
Nos evangelhos e em Atos dos Apóstolos, é freqüente o uso do termo semeon para indicar um "milagre didático em forma expressiva" ou "uma maravilha", cuja finalida¬de é convencer os homens acerca de uma intervenção divina. A expressão ocorre 77 vezes no Novo Testa¬mento, sendo que aparece 48 vezes nos evangelhos, 13 em Atos, oito nas epístolas de Paulo, sete no Apocalipse de João e uma em Hebreus. No Evangelho de João, apa-rece com o significado de "sinal milagroso" (Jo 2.11,18,23). ( )
Mas o sentido geral é de uma operação completamen¬te divina, cujo teor compõe-se não somente de um "si¬nal" ou "marca distintiva", mas de algo que causa espanto e admiração aos circunstantes. As grandes maravilhas relacionadas neste capítulo são apenas uma demonstra¬ção técnica do grande poder de Deus.
Em todos os acontecimentos, e em todas as guerras de que participou o povo de Deus, tanto a nação de Israel como a Igreja de Jesus Cristo, houve participação divina em cada detalhe, até a vitória.
Em alguns casos, Deus intervinha diretamente com manifestações do seu poder. Ou usava homens e mulhe¬res dotados de dons espirituais, especialmente o de ope¬rar maravilhas (Hb 2.4 etc).
Deus é sempre lembrado por suas maravilhas! Jo de¬clara que Ele faz "maravilhas tais que se não podem contar" (Jo 9.10).
Os Salmos exortam-nos a louvá-lo por suas maravi¬lhas: "Para publicar com voz de louvor e contar todas as tuas maravilhas" (26.7); "Anunciai entre as nações a sua glória; entre os povos as suas maravilhas" (Sl 96.3); "Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez mara¬vilhas..." (Sl 98.1). O profeta Joel fala do "derramamento do Espírito Santo", e a voz de Deus conclui: "Mostrarei maravilhas no céu e na terra" (Jl 2.30).
Cremos que o dom de operar maravilhas não cessou. Ele continua em evidência na Igreja através dos séculos e na atualidade.
O segredo para vermos maravilhas em nós e nos ou¬tros começa com a santificação: "Santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós" (Js 3.5). Foi o que fez Moisés quando "levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus". Ele "santificou o povo... E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia... E aconte¬ceu ao terceiro dia, ao amanhecer, que houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte, de maneira que estremeceu todo o povo que estava no arraial... E o sonido da buzina ia crescendo em grande maneira; Moisés falava, e Deus respondia em voz alta" (Êx 19.14-19).
Um acontecimento de primeira magnitude! Agora, com a presença de Deus na montanha, tudo muda de aspecto. A montanha inteira parece pulsar de vida. Deus, então, levanta suas mãos até a altura das estrelas. Ele responde a Moisés em voz alta, e as regiões do firmamento ecoam com timbres poderosos assim como ressoa o rugir do leão no deserto à meia-noite. A artilharia do céu é descarregada como sinal; um troar de trovões seguidos de raios que partem de lugares ocultos espalham o alarme por todo o monte, preparando o povo para receber suas ordens.
Deus, então, começa a operar maravilhas aos olhos do povo: "E todo o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando" (Êx 20.18).
Assim são as maravilhas de Deus, e o Espírito Santo, hoje, deseja capacitar cada um dos filhos de Deus que estão a servir a vontade divina e as necessidades huma¬nas, para honra e glória do nome do Senhor. Busquemos, pois, tão maravilhoso dom!
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