sábado, 10 de abril de 2021

Subsídio da Lição 2 - O Propósito dos Dons Espirituais

crescendo para edificar: Lição 2– O propósito dos Dons Espirituais


Lição 2: O propósito dos Dons Espirituais

Leitura bíblica em classe

1 Coríntios 12.8-11; 13.1,2

 

INTRODUÇÃO

Os Dons do Espírito Santo

A discussão acerca dos dons espirituais, na igreja em Corinto, girava em torno de pelo menos quatro questões, para aqueles crentes ainda desconhecidas - pelo menos em parte:

    • o que eram os dons espirituais;

    • os nomes dos dons - tecnicamente relacionados;

    • a finalidade dos dons na igreja;

    • o uso correto dos dons, para que a igreja fosse edificada.

Parece que não faltava aos coríntios "dons ministeri­ais" e "dons auxiliares". O grande apóstolo faz uma li­geira introdução, lembrando aos coríntios que eles eram gentios levados aos ídolos mudos. E, no versículo se­guinte, mostra-lhes a Trindade (1 Co 12.2,3).

Em seguida, descreve os dons espirituais, mostrando sua finalidade e uso correto. Os coríntios haviam atingido um elevado grau de saber. Era o tempo em que se falava: "Os gregos buscam sabedoria" (1 Co 1.22). Entretanto, Paulo os adverte de sua ignorância no tocante às manifestações espirituais: "Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes" (1 Co 12.1).

Em Roma, por exemplo, havia profunda carência de dons, a ponto de o apóstolo expressar preocupação: "Por­que desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual a fim de que sejais confortados" (Rm 1.11).

O apóstolo explica que os dons são "faculdades divinas operando na pessoa humana", capacitando homens e mulheres a servirem melhor a Deus no crescimento e edificação da igreja: "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil" (1 Co 12.7).

Fonte: Livro “A Existência e a Pessoa do Espírito Santo”, de Severino Pedro da Silva (CPAD)

I – OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE

1. A igreja coríntia.

Cidade de Corinto: Metrópole comercial da Grécia, uma das maiores, mais ricas e importantes cidades do Império Romano, com uma população de 400.000, só ultrapassada por Roma, Alexandria e Antioquia. Situada no istmo da Grécia, uns 80 km de Atenas, na principal rota comercial do império, pelos seus ancoradouros passava o comércio do mundo. “Célebre e voluptuosa cidade, onde se defrontavam os vícios do Oriente e do Ocidente.” Aí Paulo ficou ano e meio, e fundou uma de suas maiores igrejas, bem à sombra da filosofia de Atenas. (Manual Bíblico de Henry H. Halley – Edições Vida Nova)

A igreja em Corinto foi fundada por Paulo na sua segunda viagem missionária (At 18.1ss.). Como sempre, seu ministério começou na sinagoga, onde era auxiliado por dois cristãos judeus, Priscila e Áquila, com os quais morou por algum tempo e os quais foram seus companheiros de profissão. Logo em seguida. Silas e Timóteo juntaram-se a eles, e Paulo começou a pregar ainda mais intensamente na sinagoga. Quando a maioria dos judeus resistiu ao evangelho, ele deixou a sinagoga, mas não antes que Crispo, o principal da sinagoga, sua família e muitos outros coríntios tivessem se convertido (At 18.5-8). Após ministrar em Corinto por mais de um ano e meio (At 18.11), Paulo foi levado diante de um tribunal romano por alguns líderes judeus. Como as acusações eram estritamente religiosas e não civis, o procônsul, Gálio, as rejeitou. Logo depois, Paulo levou Priscila e Áquila com ele para Éfeso. De lá eles voltaram para Israel (vs. 18-22). Incapaz de romper totalmente com a cultura da qual vinha, a igreja em Corinto era excepcionalmente faccionária, o que demonstrava a sua carnalidade e imaturidade. Depois de o talentoso Apolo ter ministrado na igreja por algum tempo, alguns de seus admiradores estabeleceram um grupo fechado que tinha pouco a ver com o restante da igreja. Um outro grupo, fiel a Paulo, desenvolveu-se; um outro declarava lealdade a Pedro (Cefas), e ainda um outro a Cristo somente (veja 1.10-13; 3.1-9). O problema mais sério da igreja de Corinto era o mundanismo, uma relutância em se separar da cultura que os rodeava. A maioria dos cristãos não conseguia deixar, de maneira consistente, sua conduta antiga, egoísta, imoral e pagã. Foi necessário que Paulo escrevesse a eles para corrigir isso, bem como ordenar aos cristãos fiéis que não somente rompessem a comunhão com os membros desobedientes e não arrependidos, como também os expulsassem da igreja (5.9-13). (Bíblia de Estudo MacArthur)

2. Uma igreja de muitos dons, mas carnal.

Os problemas de ordem moral, 1Co 3.3

Quando estudamos sistematicamente as cartas de Paulo aos Coríntios, notamos que aquela Igreja era realmente abençoada na ciência, nos dons espirituais e também não apresentava dificuldades financeiras, 1 Co 1.5-7.

Entretanto, os crentes se tornaram crianças, ou infantis, como diz no original: criancinhas em Cristo. E por isso não podiam ser alimentadas com alimentos de adultos, espiritualmente eram fracos na doutrina, 1 Co 3.2.

O apóstolo Pedro ensinou que devemos crescer na graça e conhecimento doutrinário, 2Pe 3.16.

Muitos dos corintianos não tinham maturidade espiritual no exercício da prática do bem e do mal, para discernirem a plena vontade de Deus, saber o que é pecado e o que não é, Hb 5.13,14. Muitos estão nas mesmas condições hoje.

Paulo tinha problemas ao trazer o ensino à Igreja, como também a disciplina, 1Co 11.17; 10.14; 2Co 6.14, pois os crentes de Corinto estavam de mãos dadas ao mundanismo e viviam pobres quanto a espiritualidade que havia entre eles:

a) Ciúmes, que imperava no meio da comunidade, que é obra da carnalidade.

b) Contenda, que era constante nas reuniões, trazendo perturbações e vivendo segundo a natureza do homem natural, 1Co 2.14.

c) E, havia na cidade de Corinto, vários grupos funcionando nas igrejas locais e, os seus dirigentes, não se harmonizavam entre si. Cada qual, tinha um pregador como predileto nas pregações e as brigas eram constantes, com discussões no trabalho do Senhor e espírito infantil, que é obra da carne, Gl 5.20, e uns acusavam aos outros; nos campos de trabalhos de outros, infamavam e discutiam por poder. (Lições Bíblicas – 2º Trimestre de 1977, Pr. João de Oliveira, CPAD)

3. Dom não é sinal de superioridade espiritual.

A espiritualidade de um crente não pode ser aferida pela manifestação dos dons espirituais. Pedro corrigiu esse equívoco logo nos primórdios da Igreja, quando o povo maravilhou-se ante a cura do coxo de nascença (At 3.1-11). Disse ele: “Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12). O apóstolo deixou claro que o milagre aconteceu não por seus méritos, mas através da fé em o nome de Jesus Cristo (At 3.16). O milagre é uma autenticação da mensagem do Evangelho para a salvação de vidas, não motivo de espetáculo (At 4.1-31).

Os crentes de Corinto possuíam variados dons espirituais (1 Co 1.7). Todavia, Paulo afirma que eles eram carnais: “Porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens?” (1 Co 3.3). Nossa espiritualidade não pode ser avaliada por atos miraculosos, mas mediante o fruto do Espírito, manifesto em nossa vida (Gl 5.22).

Fonte: Lições Bíblicas - 2º Trimestre de 2011, Título: Movimento Pentecostal — As doutrinas da nossa fé. Comentarista: Elienai Cabral.

 

II. EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS

1. Edificando a si mesmo.

Não há nenhum pecado em o crente buscar edificação espiritual ou individual através de uma identificação mais íntima com Deus. John F. Mac-Arthur diz no seu livro “Os Carismáticos” que o falar em línguas é um individualismo condenado por Paulo e que o individualismo deve ser evitado pelo cristão. Essa assertiva não tem apoio nas Escrituras. Veja, por exemplo: se o falar em línguas mostra individualismo, e se o individualismo não edifica ninguém, como iria Paulo dizer que “o que fala em outras línguas a si mesmo se edifica”? 1 Co 14.4.

    Há uma grande incoerência entre a afirmação de John F. MacArthur e o pensamento de Paulo, que está mais claro no versículo 39 de 1 Coríntios 14: ‘‘...não proibais falar línguas”. Se a edificação pessoal fosse individualismo e egoísmo, Paulo jamais teria escrito a Timóteo: “Tem cuidado de ti mesmo...” 1 Tm 4.16. Noutro lugar escreveu Judas: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé...”, Jd 20.

    Uma igreja sólida ergue-se com o respaldo da edificação individual de cada um de seus membros.

    Falar a Deus em outras línguas é orar com o espírito e no espírito; fazer assim é orar bem. Através das línguas estranhas, o crente fala e o Espírito Santo comunica a ele a alegria (ou a angústia) que lhe vai no coração, o que, de outro modo, ao crente não seria revelado. Isto é o que ensina Paulo em Romanos 8.26:

    “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.

    Através das línguas estranhas, podemos elevar a Deus o mais puro louvor que as nossas tribulações e tentações impedem que façamos em nossa própria língua.

Fonte: Livro “A Doutrina Pentecostal Hoje”, de Raimundo F. de Oliveira (CPAD).

2. Edificando os outros.

Os dons são dados, de fato, com a intenção divina de que todos recebam proveito deles (1 Coríntios 12.7). Isso não significa que todos têm um dom específico, mas há dons (manifestações, revelações, meios pelos quais o Espírito se torna conhecido) que são dados (continuamente) para o que for útil (proveitoso, para crescimento). "Útil" significa algo que ajuda, especialmente na edificação da Igreja, tanto espiritualmente como em número de membros. (O Livro de Atos tem um tema de crescimento numérico e geográfico. Deus quer que o Evangelho seja divulgado em todo o mundo). Pode ser ilustrado pelo mandamento do Senhor: "Negociai até que eu venha" (Lucas 19.13). Ao partirmos para o ministério dos seus dons, Ele nos ajuda a crescer na eficiência e na eficácia, assim como fizeram os que usaram devidamente o que o Senhor lhes deu, na Parábola das Dez Minas (Lucas 19.15-19).

Fonte: Livro “O que a Bíblia Diz Sobre o Espírito Santo”, de Stanley M. Horton (CPAD)

3. Edificando até o não crente.

O modo como os coríntios falavam em línguas não ajudava ninguém. Os crentes não entendiam o que estava sendo dito, e os incrédulos pensavam que as pessoas que falavam em línguas eram loucas. Falar em línguas deve ser um sinal para os incrédulos (como foi em At 2). O falar em línguas deve ser acompanhado do dom de interpretação. Dessa forma, os incrédulos serão convencidos de uma realidade espiritual e motivados a progredir na fé cristã. Embora esse seja um modo de alcançar os incrédulos, Paulo disse que a profecia, enunciada na língua dos ouvintes, é geralmente melhor (14.5).

Fonte: Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, comentário de 1 Co 14.23 (CPAD)

 

III. EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO

1. Os dons na igreja.

Dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus colocou à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo, apresentados pelo apóstolo Paulo, em sua primeira epístola aos Coríntios, como agentes de poder e de vitória desta mesma Igreja.

   A Igreja é um organismo vivo, um fenômeno sobrenatural cujas origens estão no Céu. Como tal, ela possui uma responsabilidade igualmente sobrenatural, pelo que carece da operação sobrenatural do Espírito do Deus vivo. Foi por isso que Jesus, após sentar-se à direita do Pai, enviou o Espírito Santo como agente capacitador da Igreja, para levá-la a cumprir a sua missão no mundo: At 2.33.

   Devemos ter sempre em mente que o próprio Cristo não exerceu o seu ministério na sua própria força, mas na força do Espírito Santo: Lc 4.18,19.

Os apóstolos, igualmente, a exemplo do seu Mestre, também levaram a cabo o seu próprio ministério na força e poder do Espírito Santo. Todas as decisões da igreja primitiva partiam sempre do seguinte princípio: ‘‘...pareceu bem ao Espírito Santo e a nós...”, At 15.28.

    Qual tem sido o erro de muitas das nossas igrejas hoje, senão o de negligenciar o ministério soberano, poderoso e determinante do Espírito Santo? Essas igrejas, ignorantes das grandes possibilidades do Espírito Santo, condenam milagres sem processo, desprezam profecias sem consulta e ignoram a revelação sem a mínima razão. Como diz a Bíblia Sagrada: “...falando mal daquilo em que são ignorantes...”, 2 Pe 2.12. Esquecem-se de que há quase dois mil anos, Jesus prometeu, de maneira categórica, que o Espírito Santo estaria conosco e nos guiaria a toda a verdade: Jo 16.13.

    A igreja dos dias hodiernos jamais será uma igreja de visão de alcance novitestamentário, senão por meios novitestamentários.

    As grandes conquistas da igreja dos primeiros cem anos da era atual, não foram alcançadas como o resultado de métodos e recursos teológicos empregados pelos apóstolos. Foram, sim, o resultado concreto da operação sobrenatural do Espírito Santo na vida dos convertidos. O Espírito Santo foi o grande estrategista e comandante das conquistas realizadas. Onde quer que um crente fosse, aí ia a Igreja do Deus vivo, a caixa ressonante do Espírito.

    Onde quer que o Espírito Santo fosse derramado, os doentes eram curados; revelações, profecias, línguas e interpretação eram vistas e ouvidas. Os dons do Espírito Santo eram a combustão que punha em ação a dinâmica máquina da Grande Comissão.

   A Igreja de Cristo da nossa geração possui uma responsabilidade apostólica, e, para cumpri-la, necessita dos grandes recursos espirituais, que são os dons do Espírito Santo.

Fonte: Livro “A Doutrina Pentecostal Hoje”, de Raimundo F. de Oliveira (CPAD).

 

2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo.

Um só Corpo com Muitos Membros

Para ilustrar a unidade de operação do Espírito Santo, e para demonstrar que os dons espirituais não devem ser usados fora do relacionamento com o corpo de Cristo, Paulo passa, então, a fazer comparações com o corpo físico: "Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também" (1 Coríntios 12.12).

Isso significa que o propósito da variedade é possibilitar o corpo a funcionar como uma unidade. A variedade, portanto, não visa a vantagem do indivíduo, ao nos dar mais coisas para desfrutarmos. Visa, pelo contrário, a vantagem da Igreja. No caso do Corpo de Cristo, a comparação realmente diz respeito aos dons que são manifestados através dos diferentes membros da Igreja. Logo, os vários dons e ministérios do Espírito são tão importantes e necessários para o corpo de Cristo quanto as partes do corpo natural são para nós como indivíduos. Deus não ofereceu outros meios de realizar seus propósitos atualmente. Quão horrível é deixá-los atrofiar-se pela falta de uso!

Fonte: Livro “O que a Bíblia Diz Sobre o Espírito Santo”, de Stanley M. Horton (CPAD)

 

3. Despenseiros dos dons.

Os dons espirituais eram usados não para a exaltação de quem os linha, mas no interesse amoroso para o benefício d« outros na igreja (cf. 1 Co 12.7.13). o dom que recebeu. O dom espiritual é uma habilidade sobrenatural que Deus concede por sua graça a cada cristão por meio da qual o Espírito Santo ministra ao corpo de Cristo. A palavra grega (charisma) enfatiza o aspecto gratuito do dom. Não se pode ganhar, buscar ou se esforçar para ter um dom espiritual (cf. 1Co 12.4,7,11,18). As categorias de dons espirituais são apresentadas em Rm 12.3-8; 1Co 12.4-10. Cada cristão, tem um dom específico, muitas vezes uma combinação de várias categorias de dons mesclados exclusivamente para cada cristão, bons despenseiros. O despenseiro é responsável pelos recursos de outra pessoa. O cristão não é dono de seus dons, mas Deus lhe tem dado dons para edificar a Igreja e render-lhe glória, multiforme graça de Deus. Enfatiza os vários desígnios de Deus para esses dons.

Fonte: Bíblia de Estudo MacArthur, comentário de 1 Pe 4.10 (SBB)

 

CONCLUSÃO

São propósitos dos dons espirituais:

a) A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14).

b) A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.17-20; Hb 2.3,4).

c) O crescimento em quantidade e qualidade da obra de Deus (At 6.7; 19.20; 9.31; Rm 15.19).

d) A edificação espiritual da Igreja (1 Co 12.12-27).

e) O aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.11,12).

O exercício dos dons espirituais (1Co 14.26,32,33,40). Toda energia e poder sem controle são desastrosos. Deus nos concede dons, mas não é responsável pelo mau uso deles; por desobediência do portador à doutrina bíblica ou por ignorância desta. Portanto, os que recebem os dons devem: a) procurar saber o que a Palavra ensina sobre o exercício daquele dom em particular; b) exercer o dom segundo a Escritura; c) evitar desordens e confusões no uso dos dons.

Fonte: Lições Bíblicas 3º Trimestre de 2006 - Título: As Doutrinas Bíblicas Pentecostais, Comentarista: Antônio Gilberto (CPAD)

 

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