quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Lição 06 - A eficácia do testemunho cristão (3)

Extraído deste Livro
Parábola do sal e de seu sabor (Mt 5:13; Mc 9:50; Lc 14:34,35)

Essa parábola será estudada em conjunto com a próxima, sobre a luz, com a qual forma um paralelo, pois ambas tratam do testemunho e da influência cristã. O sal impede a corrupção e a luz dissipa as trevas. Existe distinção, mas as figuras con­vergem para um pensamento: "Sal da terra [...] luz do mundo". "Ambas são necessárias para uma revelação do estado moral e espiritual do mun­do." Nosso Senhor tinha feito decla­rações das suas maravilhosas bem-aventuranças; agora passa a ilustrar que influências os súditos do seu rei­no devem exercer.

Sal —que é isso? O dr. G. Campbell Morgan, ao tratar desse assunto, dis­se: "O sal não é antis-séptico, mas asséptico. Antisséptico é algo contrá­rio ao veneno, capaz de curar. Asséptico é algo destituído de veneno. O sal nunca cura a corrupção. Previ-ne a corrupção. Se a carne está conta­minada e corrompida, o sal não a descontaminará nem purificará; mas o sal ao redor impedirá que se espa­lhe a corrupção que, de outro modo, tornaria a carne contaminada". O sig­nificado da parábola é evidente. O Senhor espera, ele próprio, funcionar como influência moral e espiritual, a fim de prevenir que as forças corrom­pidas do pecado se espalhem. Se vi­vermos perto dele, fonte da santidade incontaminada, teremos o mérito des­sa oportunidade. Somente ele pode tratar da corrupção, mas, como o seu sal, precisamos conhecer tudo o que é antagônico à sua santa natureza e vontade.

Ainda que o sal seja benéfico, pode perder o sabor ou capacidade de "temperar", como foi dito por Scotch. Uma vez que se esgota esse poder de salgar, o sal não "serve para nada", assim disse Jesus, que mui­tas vezes mencionou o sal em suas figuras de linguagem. Os naturalis­tas dizem que, se o sal que perdeu o sabor for atirado sobre os campos, provoca improdutividade. Os santos podem perder o sabor. Podem tornar-se sem sabor na vida e cair da graça e da consagração. E, uma vez perdi­do o sabor, a sua influência se perde sobre um mundo sem sabor. Os cris­tãos que se associam com a corru­pção ao redor inflamam mais ainda a corrupção da humanidade. Que possamos ter graça, para que a nos­sa vida corresponda ao que dizem os nossos lábios, sempre com a graça temperada com o sal! (Cl 4:6). Ló deveria ter sido o sal de Sodoma, mas de algum modo o seu "sal" perdeu a salinidade, a propriedade de preser­var. Assim como para a esposa de Ló, que perdeu o sabor, ou por olhar para atrás, ao contemplar Sodoma em seu coração, transformou-se em estátua de sal, num aviso contra a identifica­ção com o mundo.

Parábola da luz e da cidade (Mt 5:14-16)

Nesse trecho, nosso Senhor em­prega duas figuras de linguagem, como continua a ilustrar, a fim de que a sua influência fosse exercida no mundo. "Uma lâmpada [...] num pedestal"; "Uma cidade situada num monte". A cidade, construída numa posição de destaque, é vista por mui­tos olhos sobre uma grande área e representa a iluminação a longo al­cance. Aqui temos incorporado o nosso relacionamento e responsabi­lidade. Como "cidade de Deus" (Ap 21:1-3), a igreja deve estar unida em amor, em amizade e em serviço, a fim de alcançar os que estão nas trevas e nas regiões distantes.

Então temos a figura da lâmpa­da que brilha e ilumina todos os que estão dentro da casa e do mundo. Todos os queridos, obedientes súdi­tos do Rei, estão para radiar um re­velação espiritual a todos ao redor. Uma luz mostra o caminho a ser pi­sado; e a vida e exemplo cristão são para mostrar o caminho de volta a Deus. Não existe contradição entre o sal e a luz. Ambos os símbolos re­ferem-se a uma qualidade moral de coisas. O mundo é corrupto, e sua iniqüidade necessita dos santos como sal. O mundo também é cego e escu­ro, e sua ignorância requer os san­tos como luz.

A luz é de natureza tríplice: na­tural, artificial e espiritual. A luz do Sol é natural; a de uma lâmpada é artificial; a do mundo e daqueles que crêem é espiritual. "A luz do glorioso evangelho" (2Co 4:4,6; SI 119:105). A palavra que Cristo usa em referên­cia a si mesmo não é "luz", mas as­tros (Fp 2:15). Quão maravilhoso é para o Mestre dar-nos o título bem definido que tomou para si mesmo: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 1:4,9; 3:19; 8:12; 9:5; 12:35,36). Não é uma luz emprestada, refletida. Como o eterno Filho, dele é a luz eterna, não criada. Não somente concede a luz aos gentios (Ml 4:2); ele é luz. A Lua é uma luminária, mas não tem luz em si mesma. O que recebe vem do Sol, que a reflete no mundo. Como luminárias, não temos luz própria. "O que tens não recebeste?" Como seus discípulos, só podemos brilhar com a sua luz, em virtude de sermos seus. E, tendo o Espírito de luz que habita em nós e com a mesma men­te de Cristo, atuamos como luzes que ardem em nossos dias (Jo 5: 35).

Uma lâmpada ou vela é um cor­po escuro e não pode dar luz se não for acesa. Do mesmo modo não po­demos dar luz se não tivermos rece­bido a divina graça e iluminação do Espírito de Deus. Uma vez que fo­mos iluminados, brilhamos e não escondemos a nossa luz sob um alqueire ou cama. Se o alqueire re­presenta negócio, comércio, o traba­lho e a cama, descanso e sossego, então devemos ter cuidado, com te­mor, de que os nossos negócios ou o nosso lazer não ocupem muito do nosso pensamento e tempo e dimi­nuam a luz de nosso testemunho. Alexander Maclaren uma vez disse: "Nenhum homem acende uma lâm­pada e a coloca sob o alqueire. Se ele fizesse isso, o que aconteceria? Ou o alqueire colocaria a luz para fora, ou a luz colocaria fogo no alqueire!". Certamente, isso está no coração de nosso Senhor para nos ensinar.

Uma vez mais, ao comparar as figuras do sal e da luz, a fim de expressar como fazem a dupla função de cristãos, sua santificação e iluminação influenciam os outros e existe uma distinção a ser notada. "O sal opera internamente na massa com a qual ele entra em contato; a luz do sol opera externamente, para irradi­ar tudo o que alcança", diz Fausset. "Daí os cristãos serem denominados 'sal da terra' —alusão à massa da humanidade, com que devem mistu­rar-se— e 'luz do mundo' —referên­cia à vasta e variada superfície que sente a sua frutífera e alegre luz." Desse modo, o Senhor termina com a exortação de deixarmos a nossa luz brilhar, uma luz refletida nas boas obras e resultante na glória de Deus. Podemos dizer que nossa vida é como "luz" que ajuda a glorificar o Pai pelo seu poder redentor e transformador. E, por nossa santificação e nosso co­ração iluminado, impressionaremos os que estão ao nosso redor, aqui e no exterior, com a realidade de sua gra­ça e poder redentor e transformador?

Um comentário:

  1. Paz a todos!
    eu descordo na de dizer que o sal é asséptico pelo contrario é antisseptico porque ele apenas conserva, por exemplo se um alimento estiver contaminado e depois colocar o sal os microrganismo que estiver nao vao morrer só apenas nao destruira o alimento por que o sal fez com que ele se multiplicase e destruisse aquele alimento.
    antisseptico - para o crescimento do microrgnismo.
    asseptico - mata os microrganismo.

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