por
Hermisten Maia Pereira da Costa
Introdução
Agostinho (354-430), comentando o Salmo 102.2 – quando o salmista diz: “... inclina-me os teus ouvidos; no dia em que eu clamar; dá-te pressa em acudir-me” –, faz uma paráfrase: “Escuta-me prontamente, pois peço aquilo que queres dar. Não peço como um homem terreno bens terrenos, mas já redimido do primeiro cativeiro, desejo o reino dos céus.”[1]
1. A Intercessão do Espírito
Paulo, discorrendo sobre a fraqueza humana, a exemplifica na vida cristã no fato de nem ao menos sabermos orar como convém (Rm 8.26-27). Por isso, o Espírito que em nós habita nos auxilia em nossas orações, fazendo-nos pedir o que convém, capacitando-nos a rogar de acordo com a vontade de Deus. A oração eficaz é aquela que tem o Espírito como seu autor. Sem o auxílio do Espírito jamais oraríamos com discernimento. Calvino (1509-1564), analisando o fato de que pedimos tantas coisas erradas a Deus e que, se Ele nos concedesse o que solicitamos, traria muitos males sobre nós, enfatiza: “Não podemos nem sequer abrir a boca diante de Deus sem grande perigo para nós, a não ser que o Espírito Santo nos guie à forma devida de orar.”[2] A oração genuína é sempre precedida do senso de necessidade e de uma fé autêntica nas promessas de Deus.[3]
Graças a Deus porque todos nós, em Cristo, temos o Espírito de oração (Zc 12.10), porque sem Ele jamais poderíamos orar de modo aceitável ao Pai.
Muitas vezes, estamos tão confusos diante das opções que temos, que não sabemos nem mesmo como apresentar os nossos desejos e as nossas dúvidas diante de Deus. Todavia, o Espírito nos socorre. Ele “ora a nosso favor quando nós mesmos deveríamos ter orado, porém não sabíamos para que orar.”[4]
Orar como convém é orar segundo a vontade de Deus, colocando os nossos desejos em harmonia com o santo propósito de Deus; isto só é possível pelo Espírito de Deus que Se conhece perfeitamente (1Co 2.10-12). Assim, toda oração genuína é sob a orientação e direção do Espírito (Ef 6.18; Jd 20). O Catecismo Maior de Westminster, diz: “Não sabendo nós o que havemos de pedir, como convém, o Espírito nos assiste em nossa fraqueza, habilitando-nos a saber por quem, pelo quê, e como devemos orar; operando e despertando em nossos corações (embora não em todas as pessoas, nem em todos os tempos, na mesma medida) aquelas apreensões, afetos e graças que são necessários para o bom cumprimento do dever.”[5]
O Espírito ora conosco e por nós; Ele, juntamente com Cristo, em esferas diferentes, intercede por nós: “Cristo intercede por nós no céu, e o Espírito Santo na terra. Cristo nosso Santo Cabeça, estando ausente de nós, intercede fora de nós; o Espírito Santo nosso Consolador intercede em nosso próprio coração quando Ele o santifica como Seu templo”, contrasta Kuyper (1837-1920).[6]
A intercessão de Cristo respalda-se nos Seus merecimentos, obtendo para os Seus eleitos, os frutos da Sua Obra expiatória (Rm 8.34; Hb 7.25; 1Jo 2.1).[7] O Espírito intercede por nós considerando as nossas necessidades vitais e costumeiramente, imperceptíveis aos nossos próprios olhos.
Calvino observou que na oração, "a língua nem sempre é necessária, mas a oração verdadeira não pode carecer de inteligência e de afeto de ânimo",[8] a saber: "O primeiro, que sintamos nossa pobreza e miséria, e que este sentimento gere dor e angústia em nossos ânimos. O segundo, que estejamos inflamados com um veemente e verdadeiro desejo de alcançar misericórdia de Deus, e que este desejo acenda em nós o ardor de orar."[9]
O Espírito, que procede do Pai e do Filho, é Quem nos guia em nossas orações, fazendo-nos orar corretamente ao Pai. De fato, Deus propiciou para nós todos os elementos fundamentais para a nossa santificação (2 Pe 1.3); a ação do Espírito aponta nesta direção, indicando também, que as nossas orações são “imperfeitas, imaturas, e insuficientes”, por isso Ele nos auxilia, nos ensinando a orar como convém.
Paulo fala que nós, os crentes em Cristo, recebemos o Espírito de ousada confiança em Deus, que nos leva, na certeza de nossa filiação divina, a clamar ”Aba, Pai”. ”Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15). O fato de Paulo usar a mesma expressão de Cristo para nós “significa que, quando Jesus deu a Oração Dominical aos Seus discípulos, também lhes deu autoridade para segui-Lo em se dirigirem a Deus como ‘abbã’, dando-lhes, assim, uma participação na Sua condição de Filho.”[10] Somente pelo Espírito poderemos nos dirigir a Deus desta forma, como uma criança que se lança sem reservas nos braços do seu Pai amoroso.
Quando oramos sabemos que estamos falando com o nosso Pai. Desta forma, a oração é uma prerrogativa dos que estão em Cristo. Somente os que estão em Cristo pela fé, têm a Deus como o seu legítimo Pai (Jo 1.12; Rm 8.14-17; Gl. 4.6; 1Jo 3.1-2). De onde se segue que esta oração (Pai Nosso), apesar de não mencionar explicitamente o nome de Cristo, é feita no Seu nome, visto que somos filhos de Deus – e é nesta condição que nos dirigimos a Deus –, através de Cristo Jesus (Gl 3.26).[11] Portanto, quando oramos o Pai Nosso sinceramente, na realidade estamos orando no nome de Jesus Cristo pois, foi Ele mesmo quem nos ensinou a fazê-lo. Assim, devemos, pelo Espírito – nosso intercessor –, no nome de Jesus – nosso Mediador –, orar: “Pai nosso que estás no céu....”.
O Espírito que em nós habita e nos leva à oração testemunha em nós que somos filhos de Deus. “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16); O Pai Nosso é a “Oração dos Filhos”.[12]
Orar ao Pai não significa simplesmente usar o Seu nome, mas, sim, dirigir-nos de fato a Ele conforme os Seus preceitos, em submissão à Sua vontade. Uma oração francamente oposta aos ensinamentos de Jesus não pode ser considerada de fato uma oração dirigida ao Pai, por mais que usemos e repitamos o nome de Jesus.
O problema, dentro do contexto vivido por Jesus, é que muitos dos judeus, na realidade, ofereciam as suas orações aos homens, mesmo usando o nome de Deus. Usar o nome de Deus não é garantia de estarmos nos dirigindo a Ele. Do mesmo modo, podemos estar tão preocupados com a forma de nossas orações que nos esquecemos do Pai; é a Ele que a nossa oração é destinada; portanto, cabe a Ele, que vê em secreto, julgá-la. A nossa oração não necessita ter publicidade para que Deus a ouça; Ele vê em secreto e nos recompensa conforme o que vê (Mt 6.6).
Bonhoeffer (1906-1945), comenta: “Uma criança aprende a falar porque seu pai fala com ela. Ela aprende a falar a língua paterna. Assim também nós aprendemos a falar com Deus, porque Deus falou e fala conosco. Pela palavra do Pai no céu seus filhos aprendem a comunicar-se com Ele. Ao repetir as próprias palavras de Deus, começamos a orar a Ele. Não oramos com a linguagem errada e confusa de nosso coração, mas pela palavra clara e pura que Deus falou a nós por meio de Jesus Cristo, devemos falar com Deus, e Ele nos ouvirá.”[13]
2. O Espírito como Mestre da oração na Palavra
Não deixa de ser instrutivo e revelador o fato de Calvino, na edição final da Instituição (1559), ter tratado da doutrina da Eleição depois de um longo capítulo sobre a oração que, sozinho, é maior do que os quatro dedicados à doutrina da eleição.[14]
De forma figurada, Calvino diz que “o coração de Deus é um ‘Santo dos Santos’, inacessível a todos os homens”, sendo o Espírito Quem nos conduz a ele.[15] Ele entendia que “com a oração encontramos e desenterramos os tesouros que se mostram e descobrem à nossa fé pelo Evangelho” e,[16] que “a oração é um dever compulsório de todos os dias e de todos os momentos de nossa vida”[17]e: “Os crentes genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam por essa conta negligentes à oração.”[18] Portanto, este tesouro não pode ser negligenciado como se “enterrado e oculto no solo!”.[19] “A oração tem primazia na adoração e no serviço a Deus.”[20] Daí o seu conselho: “A não ser que estabeleçamos horas definidas para a oração, facilmente negligenciaremos a prática.”[21] No entanto, devemos ter sempre presente o fato, que é o Espírito “Quem deve prescrever a forma de nossas orações.”[22]
“A função peculiar do Espírito Santo consiste em gravar a Lei de Deus em nossos corações.”[23] É o Espírito Quem nos ensina através das Escrituras;[24] esta é “a escola do Espírito Santo”,[25] que é a “escola de Cristo”;[26] e, o Espírito é o “Mestre”; [27] “o melhor Mestre”;[28] é o “Mestre interior”.[29] “O Espírito de Deus, de quem emana o ensino do evangelho, é o único genuíno intérprete para no-lo tornar acessível.”[30] Comentando 2Co 2.11, Calvino arremata: “Não há nada no próprio Deus que escape ao seu Espírito”.[31] Portanto, “Se porventura desejamos lograr algum progresso na escola do Senhor, devemos antes renunciar nosso próprio entendimento e nossa própria vontade.”[32]
Conclusão
Orar é exercitar a nossa confiança no Deus da Providência, sabendo que nada nos faltará, porque Ele é o nosso Pai. A oração tem sempre uma conotação de submissão confiante. Portanto, orar ao Pai, significa sintonizar a nossa vontade com a dEle; sabendo que Ele é santo e a Sua vontade também o é (Mt 6.9,10).
A presença e direção do Espírito na vida do povo de Deus é uma realidade. Desconsiderar este fato significa desprezar o registro bíblico e o testemunho do Espírito em nós (Rm 8.16).
O Espírito em nós é uma fonte de consolo e estímulo à perseverança e obediência devida a Deus. Consideremos este fato – à luz da Palavra e da nossa experiência – em todos os nossos caminhos, e o Espírito mesmo nos iluminará. Amém!
NOTAS:
[1] Agostinho, Comentários aos Salmos, São Paulo, Paulus, (Patrística, 9/3), 1998, (Sl (102)101), Vol. III, p. 12.
[2]J. Calvino, Institución, III.20.34. Ver também, J. Calvino, O Catecismo de Genebra, Perg. 254. In: Catecismos de la Iglesia Reformada, Buenos Aires, La Aurora, 1962.
[3] Vd. João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Paracletos, 1999, Vol. 1, p. 34.
[4] Edwin H. Palmer, El Espiritu Santo, Gran Bretaña, El Estandarte de la Verdad, (s.d.), p. 190.
[5] Catecismo Maior de Westminster, Perg. 182.
[6] Abraham Kuyper, The Work of the Holy Spirit, Chaattanooga, AMG. Publishers, 1995, p. 670.
[7] “Não temos como medir esta intercessão pelo nosso critério carnal, pois não podemos pensar do Intercessor como humilde suplicante diante do Pai, com os joelhos genuflexos e com as mãos estendidas. Cristo contudo, com razão intercede por nós, visto que comparece continuamente diante do Pai, como morto e ressurreto, que assume a posição de eterno intercessor, defendendo-nos com eficácia e vívida oração para reconciliar-nos com o Pai e levá-lo a ouvir-nos com prontidão.” [J. Calvino, Exposição de Romanos, São Paulo, Paracletos, 1997, (Rm 8.34), p. 304].
[8]J. Calvino, Catecismo de Genebra, Perg. 240.
[9]J. Calvino, Catecismo de Genebra, Perg. 243. Ver também: Ph. J. Spener, Mudança para o Futuro: Pia Desideria, São Paulo/Curitiba. PR., Encontrão Editora/Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Ciências da Religião, São Bernardo do Campo, SP., 1996, p. 119.
[10] O. Hofius, Pai: In: Colin Brown, ed. ger. O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, São Paulo, Vida Nova, 1981-1983, Vol. III, p. 383.
[11] Vd. Calvino, As Institutas, Campinas/São Paulo, SP. Luz para o Caminho/Casa Editora Presbiteriana, (1985-1989), III.20.36.
[12] Conforme expressão de Lloyd-Jones (1899-1981) (D.M. Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte, São Paulo, FIEL., 1984, p. 358). Vd. a relação feita por Calvino entre a oração e a convicção de nossa filiação divina (João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 8.16), p. 279-280).
[13] Dietrich Bonhoeffer, Orando com os Salmos, Curitiba, PR., Encontrão Editora, 1995, p. 12-13.
[14]Vd. J. Calvino, As Institutas, III.20. Do mesmo modo, no Catecismo de Genebra, das 373 perguntas, Calvino dedica 63 à oração.
[15] João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, São Paulo, Paracletos, 1996, (1Co 2.11), p. 88.
[16] J. Calvino, As Institutas, III.20.2. Em outro lugar, escreve: “Se devemos receber algum fruto de nossas orações, devemos também crer que os ouvidos de Deus não se fecharam contra elas.” [João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 1, (Sl 6.8-10), p. 133]. “A genuína oração provém, antes de tudo, de um real senso de nossa necessidade, e, em seguida, da fé nas promessas de Deus” (João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 1, p. 34). “Nossas orações só são aceitáveis quando as oferecemos em submissão aos mandamentos de Deus e somos por elas animados a uma consideração da promessa que Ele tem formulado.” [João Calvino, O Livro dos Salmos, São Paulo, Paracletos, 1999, Vol. 2, (Sl 50.15), p. 412]. Comentando Rm 12.12, enfatiza que “a diligência na oração é o melhor antídoto contra o risco de soçobrarmos.” [João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 12.12), p. 438].
[17]João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 2, (Sl 50.14-15), p. 410.
[18] João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 1, (Sl 30.6), p. 633. “Quando a segurança carnal se haja assenhorado de alguém, tal pessoa não pode entregar-se alegremente à oração até que seja feita maleável pela cruz e completamente subjugada. E esta é a vantagem primordial das aflições, ou seja, enquanto nos tornam conscientes de nossa miséria, nos estimulam novamente para suplicarmos o favor divino.” [João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 1, (Sl 30.8), p. 635].
[19] João Calvino, As Institutas, III.20.1.
[20]João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo, Parakletos, 2000, Vol. 1, (Dn 6.10), p. 371.
[21] João Calvino, O Profeta Daniel: 1-6, São Paulo, Parakletos, 2000, Vol. 1, (Dn 6.10), p. 375.
[22]J. Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 8.26), p. 291.
[23] João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 2, (Sl 40.8), p. 228. “O ensino interno e eficaz do Espírito é um tesouro que lhes pertence de forma peculiar. (...) A voz de Deus, aliás, ressoa através do mundo inteiro; mas ela só penetra o coração dos santos, em favor de quem a salvação está ordenada.” [João Calvino, O Livro dos Salmos, Vol. 2, (Sl 40.8), p. 229].
[24] Vd. J. Calvino, As Institutas, I.9.3.
[25]“A Escritura é a escola do Espírito Santo, na qual, como nada é omitido não só necessário, mas também proveitoso de conhecer-se, assim também nada é ensinado senão o que convenha saber.” (J. Calvino, As Institutas, III.21.3). Vd. também, As Institutas, IV.17.36. Calvino pode com razão ser chamado de o Teólogo da Palavra e do Espírito Santo. Philip Schaff diz que a “teologia de Calvino está baseada sobre um perfeito conhecimento das Escrituras.” (Philip Schaff & David S. Schaff, History of the Christian Church, Peabody, Massachusetts, Hendrickson Publishers, 1996, Vol. VIII, p. 261). Murray, não isoladamente declara: “Calvino tem sido corretamente chamado de o teólogo do Espírito Santo.” ([John Murray, Calvin as Theologian and Expositor, Carlisle, Pennsylvania, The Banner of Truth Trust, (Collected Writings of John Murray, Vol. I), 1976, p. 311). O primeiro a assim designá-lo foi o teólogo presbiteriano B.B. Warfield (1851-1921). (B.B. Warfield, Calvin and Augustine, Philadelphia, Presbyterian & Reformed Publishing, 1956, p. 21-24,107 (Cf. Hendriksus Berkhof, La Doctrina del Espiritu Santo, Buenos Aires, Junta de Publicaciones de las Iglesias Reformadas/Editorial La Aurora, (1969), p. 23; D.M. Lloyd-Jones, Deus o Espírito Santo, São Paulo, PES., 1998, p. 13; I. John Hesselink, O Movimento Carismático e a Tradição Reformada. In: Donald K. McKim, ed. Grandes Temas da Tradição Reformada, São Paulo, Pendão Real, 1999, p. 339; Sinclair B. Ferguson, O Espírito Santo, São Paulo, Os Puritanos, 2000, p. 10).
[26]João Calvino, Efésios, São Paulo, Paracletos, 1998, (Ef 4.17), p. 133.
[27] João Calvino, Exposição de Romanos, (Rm 1.16), p. 58.
[28]João Calvino, As Institutas, IV.17.36. Calvino diz que quem rejeita o “magistério do Espírito”, é desvairado. (João Calvino, As Institutas, I.9.1).
[29] João Calvino, As Institutas, III.1.4; III.2.34; IV.14.9.
[30]João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, (1Co 2.14), p. 93.
[31] João Calvino Exposição de 1 Coríntios, (1Co 2.11), p. 88.
[32]João Calvino, Exposição de 1 Coríntios, (1Co 3.3), p. 100.
Fonte: Revista "Pensador Cristão", Junho/2002. (http://www.monergismo.com/textos/oracao/espiritosanto_oracao.htm)
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