terça-feira, 11 de março de 2014
Lição 11: Deus escolhe Arão e seus filhos para o Sacerdócio I
O Sacerdócio
Extraído do Livro "O Tabernáculo e a Igreja" de Abraão de Almeida (CPAD)
A SEPARAÇÃO DOS SACERDOTES
1.Os sacerdotes se ocupavam em servir a Deus, enquanto os levitas em servir aos sacerdotes: "Depois manda que do meio dos israelitas se aproximem ao teu irmão Arão e seus filhos Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar, para que me sirvam como sacerdotes"(Êxodo28.1)."
O Senhor falou a Moisés, dizendo: Manda que a tribo de Levi se ponha à disposição do sacerdote Arão e o sirva. Cuidarão do que ele e a comunidade em geral precisarem diante da tenda de reunião, e pelas obrigações dos israelitasno serviço da morada. Confiarás os levitas a Arão e filhos. Eles lhe foram inteiramente entregues por parte dos israelitas"(Números3.5-9). A Igreja deve ser como um sacerdócio, afim de oferecer sacrifícios espirituais a Deus: "Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, afim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo"(1Pedro2.5).
2. Os sacerdotes precisavam ser parentes do sumo sacerdote e vestirem-se formosamente, "pois tanto o que santifica, como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos" (Hebreus 2.11). O crente tem de pertencer à família de Cristo pelo novo nascimento, e de estar vestido com vestes de justiça e de glória. Jesus deixou isso bem claro na parábola das bodas: "E
perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu" (Mateus 22.12).
O novo nascimento é a veste nupcial do crente: "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é espírito. Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo" (João 3.5-7). A mesma lição aprendemos da parábola do filho pródigo, onde o Pai prove primeiramente o melhor
vestido para aquele que se arrependera e voltara ao lar paterno.
3. Os sacerdotes eram constituídos em favor dos homens nas coisas pertencentes a Deus (Hebreus 5.1-3). Os crentes, como sacerdotes, entram na presença de Deus em favor dos homens. O sacerdócio universal dos crentes foi uma das doutrinas basilares da Reforma Protestante.
A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES
1. Antes da mediação, o sacerdócio. Cristo não é sacerdote para o mundo, mas para a Igreja. "É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra" (João 17.9,20).
2. Os sacerdotes não se consagram a si mesmos. Eles são consagrados por outrem. Devemos apenas apresentar nossos corpos: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12.1).
3. Os sacerdotes tinham de ser lavados com água. O texto de Êxodo 29.4 diz: "Mandarás avançar Arão e seus dois filhos até a entrada da tenda de reunião, e os lavarás com água". A grande necessidade e a importância da pureza moral, ou santidade, podem ser avaliadas nestas passagens: "Retirai-vos, retirai-vos, saí de lá, não toqueis cousas imundas; saído meio dela, purificai-vos, os que levais os utensílios do Senhor" (Isaías 52.11). "Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos" (João 13.10). "Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Coríntios 7.1). A água é símbolo do batismo. Arão, como tipo de Cristo, não precisava de lavar-se. Jesus não necessitava do batismo de João, mas sujeitou-se a ele, cumprindo, assim, toda a Escritura. "Ele, porém, o dissuadia dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o admitiu" (Mateus 3.14,15).
4. Arão foi primeiramente lavado e depois ungido: "Tomaras o óleo da unção e, derramando-lhe sobre a cabeça, o ungirás" (Êxodo 29.7). "Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele" (Mateus 3.16). "Oh! como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! E como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão!" (Salmo 133.1,2). Jesus, seguindo a ordem da consagração dos sacerdotes, foi primeiramente batizado nas águas, e depois ungido com o Espírito Santo.
5. Arão, o sumo sacerdote, como tipo de Cristo, é ungido antes dos sacrifícios.
No caso dos sacerdotes, porém, como tipos dos crentes, o sangue precede a unção: "Tomaras o óleo da unção e, derramando-lhe sobre a cabeça, o ungirás. Depois mandarás que se aproximem os filhos e os revestirás com as túnicas" (Êxodo 29. 7,8). "Derramou óleo de unção sobre a cabeça de Arão, e o ungiu para consagrá-lo" (Levítico 8.12). "Mandou aproximarem-se os filhos de Arão, e untou-lhes com sangue o lobo da orelha direita, o polegar da mão direita e o polegar do pé direito, e depois derramou o sangue em torno do altar. Moisés tomou um pouco do óleo de unção e do sangue que estava sobre o altar, aspergiu Arão e suas vestes, bem como os filhos de Arão e suas vestes. Assim consagrou Arão, seus filhos e as respectivas vestes" (Levítico 8.24,30).
6. A unção do sumo sacerdote indicava que ele havia de estar cheio do Espírito Santo para edificação e alegria do povo: "Não saireis da porta da tenda da congregação, para que não morrais: porque está sobre vós o óleo da unção do Senhor. E fizeram conforme a palavra de Moisés" (Levítico 10.7). "O enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida" (João 3.34). "Com efeito nos convinha um sumo sacerdote, assim como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores, e feito mais alto do que os céus" (Hebreus 7.26). Um detalhe interessante na consagração do sacerdote é que o sacerdócio de Jesus é segundo a ordem de Melquisedeque e não segundo a de Arão. Somente o sacerdócio de Melquisedeque foi constituído com juramento. "O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque". "E visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre)" (Salmo 110.4 e Hebreus 7.20,21).
O BEZERRO DA CONSAGRAÇÃO
A ordem dos sacrifícios cerimoniais da consagração dos sacerdotes está em Êxodo 29, começando pelo versículo 10:
1. "Depois mandarás trazer o bezerro diante da tenda de reunião; Arão e os filhos imporão as mãos sobre a cabeça do bezerro". O bezerro aponta para a pessoa de Jesus como o servo sofredor, cheio de mansidão. O fato de Arão e seus filhos porem as mãos sobre a vítima indica a sua identificação com ela:
2. "Então sacrificarás o bezerro diante do Senhor, à entrada da tenda de reunião. Pegarás uma parte do sangue do bezerro, e com o dedo untarás as pontas do altar, e derramarás todo o resto do sangue ao pé do altar. Tomaras todo o sebo que cobre as vísceras, a membrana gordurosa do fígado, e os dois rins e o sebo que os envolve, e levarás para queimar no altar" (vv. 11 a 13). O bezerro degolado, cujo sangue derramava-se à base do altar, aponta para Jesus: "Por isso eu lhe darei muitos como a sua parte e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores, contudo levou sobre si os pecados de muitos, e pelos transgressores intercedeu" (Isaías 53.12). Compare com Levítico 17.11: "Porque a vida da carne está no sangue. Eu vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação em virtude da vida".
3. As entranhas do animal eram queimadas sobre o altar, dentro do arraial. Jesus deixou-se gastar em favor do seu povo Israel.
4. O restante, como a carne, a pele, o estéreo, etc, tudo deveria ser queimado fora do arraial, por ser oferta pelo pecado: "mas a carne do bezerro, a pele e os excrementos queimarás fora do acampamento: é sacrifício pelo pecado" (Êxodo 29.14). "Pois aqueles animais, cujo sangue é trazido para dentro do Santo dos Santos pelo sumo sacerdote, como oblação pelo pecado, têm os seus corpos queimados fora do acampamento" (Hebreus 13.11). Jesus foi morto fora das portas de Jerusalém. "Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome. Não negligencieis igualmente a prática do bem e a mútua cooperação; pois com tais sacrifícios Deus se compraz" (Hebreus 13.15,16). Se queremos oferecer a Deus verdadeiros sacrifícios de louvor, nos quais Ele se compraz, temos de seguir o exemplo de Jesus, que ofereceu-se em sacrifício na cruz, fora dos muros de Jerusalém.
OS CARNEIROS DA CONSAGRAÇÃO
1. Depois de imporem as mãos sobre o primeiro carneiro, que é um tipo de Cristo como ofertante, degolam-no, partem-no em pedaços, lavam-lhe as entranhas e pernas e em seguida queimam-no totalmente. "Depois pegarás um carneiro, e Arão e os filhos lhe imporão as mãos sobre a cabeça. Imolarás o carneiro e, depois de lavar as vísceras e as patas, colocarás sobre os outros pedaços e a cabeça, e queimarás todo o animal sobre o altar. É um holocausto ao Senhor, de agradável aroma, um sacrifício ao Senhor, consumido pelo fogo" (Êxodo 29.15-18). As entranhas, bem como as pernas lavadas com água, falam da plena santidade de Cristo, tanto íntima como exterior.
Indicam, portanto, a nossa correta maneira de andar, conforme recomenda Hebreus 13.20,21: "Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança, vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a sua vontade, operando em vós o que é agradável diante dele, por Jesus Cristo, quem seja a glória para todo o sempre. Amém".
2. Depois tomava-se outro carneiro - tipo de Cristo como oferta - qual, mediante imposição de mãos, era degolado, e com o seu sangue ungia-se a orelha direita e o dedo polegar da mão e do pé direito de Arão e de seus filhos. Diz a Bíblia: "Depois mandarás pegar o outro carneiro, e Arão e os filhos lhe imporão as mãos sobre a cabeça. Imolarás o carneiro e, com um pouco de sangue, untarás o lóbulo da orelha direita de Arão e de seus filhos, o polegar direito das mãos e o polegar direito dos pés e aspergirás o sangue em volta do altar. Pegarás um pouco do sangue de cima do altar e o óleo da unção, e aspergirás sobre Arão e suas vestes, bem como sobre os filhos e suas vestes, consagrando-os assim com as vestes. Tirarás a gordura do carneiro, isto é, a cauda, o sebo que cobre as vísceras e a membrana do fígado, os dois rins com o sebo que os envolve e a coxa direita, pois este é o carneiro de consagração" (Êxodo 29.19-22). A orelha indica que os ouvidos dos sacerdotes estavam ungidos e prontos para ouvir a Palavra de Deus. Os polegares da mão direita de Arão e seus filhos indicam a prática do bem, as boas obras (Efésios 2.10), e os polegares dos pés indicam preparação paracaminhar pelo retocaminho (Salmo 1.1). Esta unção da orelha à ponta dos dedos dos pés, indicando as extremidades do corpo, nos ensina a entregarmos toda a nossa vida a serviço de Deus, tal como Davi: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor. E tudo que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios" (Salmo 103.1,2).
3. O fato da unção com sangue apenas no lado direito identifica os sacerdotes com os escolhidos de Cristo, os quais estão à direita: "E porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda: então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" (Mateus 25.33,34).
O ALIMENTO DOS SACERDOTES
"Tirarás a gordura do carneiro, isto é, a cauda, o sebo que cobre as vísceras com o sebo que os envolve e a coxa direita, pois este é o carneiro de consagração" (Êxodo 29.22). O crente, como sacerdote, alimenta-se da graça de Deus representada pelas gorduras (sebo), dos afetos de Cristo simbolizados pelas entranhas do animal, e vence pela força dos ombros de Cristo. "Além disso, tirarás da cesta dos pães sem fermento, que está diante do Senhor, um pão, uma torta do pão de azeite e uma bolacha, e depositarás tudo isto nas mãos de Arão e dos filhos, fazendo que eles os ofereçam com um gesto diante do Senhor. Depois tirarás das mãos deles e queimarás no altar, em cima do holocausto, como agradável aroma perante o Senhor, um sacrifício ao Senhor, consumido pelo fogo" (Êxodo 29.23-25). Esses alimentos sem levedura, que eram inteiramente consumidos sobre o holocausto, indicam o Senhor Jesus como o Pão Vivo e Santo que desceu do céu e ofereceu-se totalmente ao Pai na cruz. Note-se que os alimentos oferecidos a Deus são queimados, enquanto o peito e a coxa, depois de apresentados a Deus para serem por Ele abençoados, são comidos pelos sacerdotes. Trata-se, portanto, de movimentos diferentes e com fins distintos, como o texto que segue: "Tomaras também o peito do carneiro da investidura de Arão e o agitarás como oferenda apresentada ao Senhor; essa será a tua parte. Assim consagrarás o peito apresentado e a coxa oferecida, isto é, as partes do carneiro de investidura que foram agitadas como oferenda e tiradas como tributo, pertencentes a Arão e a seus filhos" (Êxodo 29.26,27).
AS VESTES SACERDOTAIS
As roupas santas apontavam para a justiça de Cristo (Apocalipse 19.8), e indicavam que os sacerdotes eram homens ativos e preparados para a obra de Deus.
1. A túnica. Esta é a primeira peça descrita em Êxodo 28.39: "Mandarás tecer a túnica e a mitra de linho fino, e bordar artisticamente o cinto". A túnica de linho fino era uma peça interior, representando o Evangelho, que não pode ser partido ou fragmentado: "Os soldados pois, quando crucificaram a Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes; para cada soldado... A túnica, porém, era sem costura, toda tecida de alto a baixo. Disseram, pois, uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sorte sobre ela para ver a quem caberá - para se cumprir as Escrituras: Repartiram entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes. Assim, pois, o fizeram os soldados" (João 19.23,24).
2. A sobrepeliz. "Farás o manto do éfode todo de púrpura violácea. Terá no meio uma abertura para a cabeça, e esta abertura terá em toda a volta uma barra reforçada, como a orla do colete que não se rasga. Na parte inferior, ao redor de toda a orla, porás romãs de púrpura violácea, vermelha e carmesim, alternando com campainhas de ouro. Haverá uma campainha de ouro e uma romã, sucessivamente, em volta de toda a orla inferior do manto. Arão o vestirá para exercer o ministério, e será ouvido quando entrar e sair do santuário, sem morrer na presença do Senhor" (Êxodo 28.31-35). O manto do éfode, ou sobrepeliz, era uma peça curta, feita em azul. Possuía uma abertura para a cabeça e era bordada com romãs em azul, púrpura e carmesim. Havia também campainhas de ouro, entre uma romã e outra. Os frutos só podem surgir de uma vida redimida (carmesim), santificada (fundo branco), glorificada (a púrpura), e assentada nos lugares celestiais (o azul). Estas cores correspondem ao estado do crente conforme Efésios 2.5,6: "E estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus". As campainhas de ouro, que falam da adoração, ou glorificação, estão acompanhadas das romãs, um tipo da frutificação. O verdadeiro louvor e a verdadeira adoração só acontecem, só se tomam efetivos, quando há
frutificação.
3. A estola. Também conhecida por éfode, a estola sacerdotal está descrita em Êxodo 28.6-12: "O éfode será feito de ouro, de púrpura violácea, vermelha e carmesim e de Unho fino torcido, artisticamente entretecidos. Terá duas ombreiras pregadas nas duas extremidade s e assim será prendido. O cinto que está por cima do éfode será do mesmo tecido: de ouro, de púrpura violácea, vermelha e carmesim e de linho fino torcido. Tomaras duas pedras de ônix e gravarás os nomes das tribos israelitas: seis nomes numa pedra e os restantes seis na outra pedra, por ordem de nascimento. Nas duas pedras gravarás os nomes das tribos de Israel, assim como trabalha o lapidador gravando sinetes, e as embutirás em engastes de ouro. Depois inserirás as duas pedras nas ombreiras do éfode, como recordação para os israelitas. Deste modo levará Arão os seus nomes sobre os dois ombros na presença do Senhor, como recordação". Esta peça dividia-se em duas partes: frente e costas, unidas por duas pedras de ônix, com os nomes das doze tribos que Arão levava diante do Senhor. Sobre seus ombros Jesus suporta, com o seu poder, todo o seu povo. Notem também as cores desta peça: o ouro, o azul e o carmesim, que falam dos aspectos do caráter de Jesus.
4. O peitoral. "Mandarás fazer o peitoral do juízo artisticamente trabalhado, do mesmo tecido do éfode; de ouro, de púrpura violácea, vermelha e carmesim e de Linho fino torcido. Dobrado, ele será quadrado, com um palmo de comprimento e um de largura. Enfeitarás o peitoral com engastes de pedraria, quatro carreiras de pedras preciosas. Na primeira carreira haverá um rubi, um crisólito e uma esmeralda; na segunda uma turquesa, uma safira e um ônix; na terceira, uma opala, uma ágata e uma ametista; e na quarta, um crisólito, um berilo e um jaspe. Elas estarão engastadas em ouro. As pedras levarão os doze nomes dos filhos de Israel. Serão gravadas como sinetes, cada uma com o nome de uma das doze tribos... Assim, quando Arão entrar no santuário, levará sobre o coração os nomes das tribos de Israel no peitoral do juízo, como recordação perpétua na presença do Senhor" (Êxodo 28.15-21,29).
Diferentemente da estola, onde Cristo suporta sobre seus próprios ombros o seu povo, no peitoral esse mesmo povo, agora representado por doze pedras, está no coração de seu Senhor e Salvador. Jesus disse: "Como o Pai me amou, também eu vou amei; permanecei no meu amor" (João 15.9). Estando assim no coração de Cristo, podemos perguntar com Paulo: "Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?" (Romanos 8.35). "A excelência peculiar de uma pedra preciosa consiste no fato que quanto mais intensa é a sua luz que sobre ela incide, tanto maior é o seu brilho esplendente. A luz nunca pode obscurecer uma pedra preciosa; apenas aumenta e desenvolve o seu brilho. As doze tribos, tanto uma como outra, a maior como a menor, eram levadas continuamente à presença do Senhor sobre o peito e os ombros de Arão. Eram todas, e cada uma em particular, mantidas na presença divina em todo este resplendor perfeito de formosura inalterável que era próprio da posição em que a graça perfeita do Deus de Israel as havia colocado. O povo era representado diante de Deus pelo sumo sacerdote. Quaisquer que fossem as suas fraquezas, os seus erros, ou faltas, os seus nomes resplandeciam sobre o peitoral com imarcescível esplendor... "Quão animador é para os filhos de Deus, que são provados, tentados, zurzidos e humilhados, pensar que Deus os vê sobre o coração de Jesus! Perante os seus olhos, eles brilham sempre em todo o fulgor de Cristo, revestidos de toda a graça divina. O mundo não pode vê-los assim; mas Deus vê-os desta maneira, e nisto está toda a diferença. Os homens, ao considerarem os filhos de Deus vêem apenas as suas imperfeições e defeitos, porque são incapazes de ver qualquer coisa mais; de sorte que o seu juízo é sempre falso e parcial. Não podem ver as jóias brilhantes com os nomes dos remidos gravados pela mão do amor imutável de Deus". (Mackintosh, ob.cit.,pp. 241,242.) "No peitoral do juízo porás o Urim e Tumim. Estarão sobre o coração de Arão quando se apresentar ao Senhor, e assim levará constantemente sobre o coração, na presença do Senhor, o julgamento dos israelitas" (Êxodo 28.30). Que linda figura! Jesus leva o nosso julgamento sobre seu coração diante do Senhor! Ouçamos ainda Mackintosh: "Aprendemos em várias passagens da Escritura que o Urim estava relacionado com a comunicação da mente de Deus, quanto às diferentes questões que se levantavam nos pormenores da história de Israel. Assim, por exemplo, na nomeação de Josué, lemos: E se porá perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo de Urim, perante o Senhor (Números 27.21). E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim (as tuas perfeições e luzes) são para o teu amado... ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel (Deuteronômio 33.8-10). E perguntou Saul ao Senhor, porém o Senhor não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas (1 Samuel 28.6). E o Tirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas, até que houvesse sacerdote com Urim e com Tumim (Esdras 2.63). Vemos assim que o sumo sacerdote não só levava o juízo da congregação perante o Senhor, como comunicava também o juízo do Senhor à congregação -solenes, importantes, e preciosas funções! E o que temos, com perfeição divina, no nosso grande sumo sacerdote... que penetrou nos céus (Hebreus 4.14). Leva continuamente o juízo do seu povo sobre o coração, e, por intermédio do Espírito Santo, comunica-nos o conselho de Deus a respeito dos pormenores mais insignificantes da nossa vida diária. Não temos necessidade de sonhos ou visões: se andarmos em Espírito, desfrutaremos toda a certeza que pode conceder o perfeito Urim sobre o coração do nosso Sumo Sacerdote". (Ob. cit. pp. 243 e 244.)
5. O cinto. "O cinto que está por cima do éfode será do mesmo tecido: de ouro, de púrpura violácea, vermelha e carmesim e de linho fino torcido. O peitoral se unirá por suas argolas às do éfode com um cordão de púrpura violácea, para que o peitoral fique por cima do cinto do éfode, e não se desprenda do éfode" (Êxodo 28.8,28): "Por isso cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo" (1 Pedro 1.13). O cinto é tipo da verdade, como escreveu Paulo: "Estai, pois, firmes, cingindovos com a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça" (Efésios 6.14). A verdade confere estabilidade ao caráter, unindo todas as virtudes. Por ser muito largo e longo, moderava o movimento do sacerdote. A Palavra de Deus impõe disciplina, prudência e modifica a nossa maneira de andar e de viver: "Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2.12,13).
As três palavras do texto citado indicam que o crente tem de viver sua vida de maneira sensata, justa e pia. São as três principais fases da corrida cristã: sensata é a vida vivida de bem com nós mesmos. A vida justa é aquela vivida de bem com nosso próximo, e a vida piedosa é aquela vivida de bem com Deus. Primeiramente o crente tem de resolver o seu próprio problema, buscando viver de bem consigo mesmo. Então pode viver em paz com os seus semelhantes, e, finalmente, levar uma vida piedosa, vivendo em perfeita harmonia com o próprio Deus. O cinto, com o qual todo crente deve estar cingido, fala também de trabalho e vigilância: "Levantou-se da ceia, tirou a vestimenta de cima, e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela. Depois deitou água na bacia e passou a lavar os pés aos discípulos e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido" (João 13.4,5). Jesus cingiu-se para servir, para trabalhar. "Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas candeias.
Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o Senhor confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim" (Lucas 12.35,42,43). Devemos estar cingidos com o cinto da Verdade, e, vigilantes, prontos para o trabalho.
6. A mitra. Era um turbante de linho fino, apropriado para cobrir a cabeça do sumo sacerdote, que tinha, na parte dianteira, uma placa de ouro com a inscrição: "Santidade ao Senhor". "Farás também uma lâmina de ouro puro e nela gravarás à maneira de gravura de sinetes: Santidade ao Senhor. Ata-la-ás com um cordão de estofo azul, de maneira que esteja na mitra; bem na frente da mitra estará. E estará sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniqüidade concernente às coisas santas, que os filhos de Israel consagrarem em todas as ofertas de suas coisas santas; sempre estará sobre a testa de Arão, para que eles sejam aceitos perante o Senhor" (Êxodo 28.36-38). O apóstolo Paulo tem em mente a mitra, quando escreve: "Tomai também o capacete da salvação..." (Efésios 6.17). A placa de ouro com as palavras "Santidade ao Senhor" mostra que sem a santificação ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14).
7. Calções de linho. Cobriam dos lombos às coxas, e indicavam que todo o serviço devia ser espontâneo: "Faze-lhes também calções de linho para cobrirem a pele nua: irão da cintura às coxas" (Êxodo 28.42): "Tiaras de Unho lhes estarão sobre as cabeças, e calções de Unho sobre as coxas; não se cingirão a ponto de lhes vir suor"
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