quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Lição 9: Um lugar de adoração a Deus no deserto

Êxodo 25
2) Os Ofertas para o Tabernáculo. 25:1-7.
2. Oferta. Literalmente, coisa levantada. Uma oferta levantada dentre aquilo que se possui para dar ao Senhor.
3. Bronze. O bronze moderno, uma liga de cobre e zinco, não era conhecido dos antigos. O bronze, isto é, o cobre endurecido com estanho, foi muito usado até que o uso do ferro se generalizasse.
4. As tonalidades exatas das cores mencionadas são uru tanto difíceis de determinar. O azul aproximava-se mais do roxo ou violeta, enquanto o púrpura era um solferino (roxo avermelhado). Ambas as cores eram muito estimadas por Sua luminosidade.
5. Peles de animais marinhos. O significado da palavra hebraica é incerto, e diversas interpretações têm sido apresentadas: focas (ASV), cabras (RSV), brotos (American). Uma palavra semelhante em árabe significa "golfinhos" ou "dugongos". Outro ponto de vista é que não passa simplesmente da palavra egípcia que significa "couro" (Moffatt). Texugos foi sugerido pelo Talmude, mas poucas são as probabilidades de que estas fossem as peles usadas. Acácia. Muito encontrada na península do Sinai, uma madeira resistente e durável. 
 
3) Instruções para o Santuário. 25:8 – 27:21.
Os nomes dados à estrutura comumente denominada de Tabernáculo são muitos. Foi chamada de "tenda", referindo-se geralmente à cobertura exterior; a "tenda da congregação", onde Deus se encontrava com o Seu povo (27:21); a "tenda do testemunho" porque continha a arca e o Decálogo (25:16); a "habitação" e "habitação de Jeová" (Nm. 16:9), ou "habitação do testemunho" (Êx. 38:21); e "o santuário" ou "lugar santo" (25:8). Os nomes "casa" ou "templo" (I Sm. 1:9; 3:3) também são usados, mas referem-se a uma condição mais acanhada do Tabernáculo. O nome comum é "tenda", um termo que os tradutores elevaram ao mais altissonante "tabernáculo", seguindo o tabernaculum da Vulgata.
Embora nenhum simbolismo seja atribuído ao Tabernáculo no texto, não pode haver dúvidas de que simbolizava para Israel, como para nós também, grandes verdades espirituais. Claramente ensinava o fato da presença de Deus no meio do Seu povo. Ao mesmo tempo indicava que Ele era um Deus santo no meio de um povo pecador, pois todo o arranjo do Tabernáculo tomava claro que "o caminho para o mais santo ainda não fora manifesto" (Hb. 9:8). Com a arca contendo o Testemunho, ele era "uma testemunha sempre presente dos direitos de Deus e deveres do homem" (Cambridge Bible).
9. Segundo a tudo o que eu te mostrar. Além de receber instruções detalhadas, Moisés devia também ter visto um modelo. Aqui jaz a nossa dificuldade ; muitas das coisas que parecem confusas nas instruções, imediatamente se tomariam claras se ao menos pudéssemos ver o modelo. Portanto, no exame das diversas especulações quanto à forma exata da estrutura do Tabernáculo, só podemos tentar decidir qual a que nos parece mais razoável.
a) A Arca da Aliança. 25:10-22.
A arca era uma caixa ou baú alongado de acácia recoberto de ouro. Aceitando que o côvado tem aproximadamente 45,72 cms de comprimento, a arca media cerca de 1,14 ms de comprimento, 68,58 cms de largura e 68,58 cms de altura. À volta da tampa havia uma coroa ou moldura de ouro, formando um rebordo. Em cada um dos quatro cantos (v. 12) havia uma argola de ouro. Através dessas argolas passavam varais recobertos de ouro com os quais a arca era carregada. A tampa da arca é chamada separadamente de "propiciatório" (v. 17). Era uma laje de ouro sólido, encaixando-se na largura e comprimento da arca. Sobre a tampa havia as figuras de dois querubins feitos de ouro batido. Essas esculturas ficavam uma de frente para a outra, com suas asas abertas como se cobrissem o propiciatório. "A tampa de ouro sobre a arca formava o escabelo do trono dAquele que causou Seu nome, isto é, a presença real do Seu ser, habitar em uma nuvem entre os dois querubins, acima de suas asas estendidas. . . . Assim o escabelo dos pés de Deus tomou-se uru trono da graça, o qual recebeu o seu nome kapporet ou hilasterion do fato de que o ato de expiação mais sublime e mais perfeito sob o Velho Testamento foi ali realizado" (KD).
16. Testemunho. O Decálogo sobre as tábuas de pedra.
18. Querubins. Fosse qual fosse a aparência exata destas figuras, sempre simbolizaram a presença do Senhor (cons. Ez. 1:5 e segs; Gn. 3:24; II Sm. 22:11; Ap. 4:6, 7).
b) A Mesa dos Pães da Proposição. 25:23-30.
Esta era uma mesa simples, com 91,44 cms de comprimento, uns 45,72 cms de largura, e 68,58 cms de altura, feita de madeira recoberta de ouro. Uma moldura com cerca de 7,62 cms de largura (quatro dedos, v. 25) corria ao redor da mesa, ou logo abaixo do tampo, como nas mesas modernas, ou no meio das pernas, como aparece na representação da Arca de Tito. Sobre as quatro pernas, havia argolas de ouro para a passagem de varais, pelos quais a mesa era carregada. O pão era colocado na mesa, na presença de Jeová, um pão para cada tribo de Israel. Havia assim um reconhecimento continuo da pane de Israel de que de Jeová vinha o seu pão de cada dia, um símbolo de comunhão e dependência.
29. Pratos. Pratos grandes como travessas para transportar os pães de forma achatada. Recipientes. Antes, taças para o incenso que devia ser colocado sobre o pão, identificando-o como um sacrifício (Lv. 24:7). Taças ou cálices para o vinho das libações. Bacias. Jarras para derramar o vinho nas taças.
Os pães eram chamados pães da face (v. 30) porque deviam ficar sobre a mesa, diante da face de Jeová, como oferta de alimento apresentado pelos filhos de Israel (Lv. 24:7), "não como alimento para Jeová, mas como símbolo do alimento espiritual que Israel devia preparar. . . de modo que o pão e o vinho, que ficava sobre a mesa ao lado dos pães, como o fruto do trabalho exercido por Israel sobre a terra de sua herança, eram um símbolo do seu trabalho espiritual no reino de Deus, a vinha espiritual do seu Senhor" (KD). Os pães da proposição também lembravam aos israelitas de sua dependência de Jeová, do qual vinha seu sustento diário (cons. Ez. 16:19; Os. 2:8).
c) O Candelabro. 25:31-40.
A única luz do Tabernáculo era fornecida pelo candelabro, ou melhor dizendo, pelo candeeiro. Consistia de uma haste central da qual saíam três ramos que se estendiam para os lados e para cima; nas pontas dos ramos e da haste, lâmpadas fixas, sete ao todo. A haste e os ramos eram decorados nos intervalos com trabalho ornamental no formato de um cálice e uma corola da flor da amendoeira. O tamanho do candelabro não foi declarado nas Escrituras. Josefo diz que tinha 1,52 ms de altura e 1,07 ms de largura. Outros deduzem que tinha 68,58 cms de altura e largura, o tamanho da mesa da propiciação do outro lado. Um talento de ouro puro, aproximadamente 42,73 kgs, foi usado para fazer o candelabro e seus diversos utensílios. Além de sua função prática, o candelabro era um símbolo não só da luz de Deus pela qual Israel devia andar, mas do próprio Israel, uma luz no meio de um mundo em trevas, alimentada pelo azeite do Espírito de Deus.
31. Pedestal . . . hástea. Pé e canas (E.R.C.). Cálices . . . maçanetas. Taças, cada qual com seu cálice e pétalas (American). A taça é a flor completa, a maçaneta, o botão com suas sépalas e pétalas. Alguns acham que o candelabro devia se parecer com a amendoeira, chamada de "despertador" pelos hebreus, por causa de sua florada precoce.
37. As lamparinas nos tempos bíblicos eram como pires com as bordas reviradas num dos lados. Punha-se azeite nelas e um pavio mergulhado que se projetava para fora na parte revirada. Lâmpadas, as quais se acenderão. Na realidade, "ponha em ordem" as lâmpadas no candelabro depois de preparadas.
38. Espevitadeiras. Um instrumento, parecido com pinças, para puxar o pavio. Apagadores (lit., pegadores de fogo). Uma bandeja para as pinças.

Êxodo 26
d) O Tabernáculo. 26:1-37.
1-6. As Cortinas Ornamentais que Formavam o Tabernáculo Propriamente Dito. Eram dez cortinas, cada uma com 12,80 ms de comprimento por 1,83 ms de largura. Quando reunidas, formavam uma só grande cortina de 18,29 ms por 11,80 ms. As cortinas eram tapeçarias lindamente tecidas em linho branco e fazenda azul, roxa e vermelha. com figuras de querubins tecidas ou bordadas nelas. Armadas sobre a estrutura de madeira (vs. 15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente dito. A não ser que entendamos que este lindo trabalho, ficasse completamente escondido, devemos supor que as tábuas da estrutura formavam quadrados vazios e não uma cerca sólida (Kennedy, "Tabernacle", HDB), ou então que as cortinas ficavam do lado de dentro da estrutura (James Strong, The Tabernacle). Strong crê que elas não eram usadas como uma tenda, mas que pendiam como cortinas do lado de dentro da estrutura.
Obra de artista (v. 1). Trabalho de desenhista ou projetista. As cortinas (vs. 3-6) eram reunidas em dois conjuntos de três cada, por meio de alças de fazenda azul com colchetes de ouro. Os dois conjuntos eram, então, reunidos da mesma maneira, formando assim uma grande cortina. Considerando que a estrutura do Tabernáculo era de 13,72 ms x 4,57 ms x 4,57 ms, as cortinas de 18,29 ms deviam pender até o chão na parte de trás (entendendo-se que a frente ficava descoberta), e os 12,80 ms de largura alcançariam até quase 47 cms do chão.
7-14. As Cortinas Externas. A tenda sobre a habitação era feita de pelo de cabra, como as tendas dos beduínos ainda são feitas hoje, e provavelmente como as dos israelitas eram feitas naquele tempo. Enquanto as cortinas de linho formavam um findo interior, o pelo das cabras formavam uma cobertura resistente do lado de fora. Esta coberta era feita de onze cortinas, cada uma com 13,72 ms x 1,83 ms, reunidas por colchetes de bronze (vs. 10,11), do mesmo modo como as cortinas de linho; isto formava uma grande coberta de 20,12 ms x 13,72 ms. Uma vez que as cortinas de pelo de cabra eram 91 cms mais largas do que as de linho, estas últimas deviam ficar completamente ocultas dos lados (v.13). Eram 1,83 ms mais compridas que a tapeçaria, e este excedente era usado para fazer uma dobra (v. 9) que pendia sobre a abertura, como uma espécie de dossel para proteger a cortina da entrada. O restante do excesso provavelmente pendia no lado de trás. Qualquer folga desta cobertura seria aproveitada, como nas demais tendas, pelas cordas e estacas que a mantinham firme e estendida. Alguns acham que devia haver um pau de cumeeira que formava uma espécie de telhado, mas não podemos determiná-lo pela leitura do texto. Mais duas cobertas externas de couro (v. 14; cons. 25: 5) vinham por cima do pelo de cabra e protegiam do mau tempo.
15-30. A Estrutura de Madeira. Uma estrutura feita de tábuas de acácia cobertas de ouro, cada tábua tendo 4,57 ms de comprimento e 69cms de largura. Kennedy defende que esta estrutura era aberta e não fechada ("Tabernacle", HDB). Não sabemos a espessura das tábuas, mas Josefo diz que era de 7,62 cms (Antiq. III 6.3), o que tornaria a cerca muito sólida e excessivamente pesada, em lugar da estrutura resistente exigida. Também, como já mencionamos acima, se não imaginarmos a tapeçaria como um cortinado, a beleza ficaria completamente escondida por uma estrutura sólida. As Escrituras não nos fornecem detalhes suficientes para termos uma idéia de como era a estrutura exatamente. Cada tábua tinha duas saliências (lit., mãos) projetadas para baixo (v.17) que se encaixavam em concavidades nas bases de prata (v. 19). As bases de prata pesavam um talento (43,18 kgs) cada uma, peso suficiente para manter a firmeza da estrutura (38:27). A estrutura formava os lados e o fundo do Tabernáculo. Vinte tábuas formavam cada lado, 13,72 ms de comprimento, e seis tábuas formavam os lados. Nos dois cantos onde os lados se encontravam com os fundos, duas tábuas extras foram acrescentadas para bem da firmeza. Embora a maneira exata da formação dos cantos seja obscura (v. 24), sabemos que as tábuas extras serviam para de alguma forma reforçar a estrutura. Para maior firmeza, cinco travessas passavam horizontalmente ao longo de cada lado e dos fundos, encaixando-se em argolas de ouro nas tábuas. A travessa do meio ia de ponta à ponta (v. 28); as outras presumivelmente eram mais curtas, cada uma talvez a metade da central.
Tábuas (v. 15). Armação vertical (RSV ). Dois encaixes, travados um com o outro (v. 17). Dois pinos presos à base (Moffatt). Cada uma dessas duas armações formando um suporte duplo e estando presas à argola de cima (v. 24; Moffatt).
31-35. O Véu do Santo dos Santos. A "Habitação" era dividida em duas seções chamadas de "o Santo Lugar" e "o Santo dos Santos" ou "Lugar Santíssimo". O véu era feito da mesma tapeçaria ricamente tecida das cortinas internas. Pendia de ganchos de ouro presos a quatro colunas de madeira dourada, as quais estavam fixas em soquetes de prata, .tal como as tábuas da estrutura. Colchetes (v. 33). Ganchos ou fechos.
36,37. O Véu da Entrada. A entrada estava coberta por um véu de acabamento menos elaborado do que o do Santo dos Santos, que pendia, como os outros, sobre colunas fixas em soquetes de bronze.

Êxodo 27
e) O Altar do Holocausto. 27:1-8.
Este altar era uma estrutura oca feita de madeira de acácia, recoberta com bronze, com 2,29 ms nos quatro lados e 1,37 ms de altura. Em cada canto uma ponta de bronze (chifres, v .2). Uma grela ou tela de bronze estava colocada dentro do rebordo do altar para baixo (v. 5), ou sob a saliência do altar, até ao meio, isto é, a meio caminho (RSV). Alguns supõem que esta rede se estendia por todo o altar, formando uma grade sobre a qual o sacrifício repousava. Outros crêem que a saliência sustentada pela rede dava a volta ao altar e formava um lugar para os sacerdotes ficarem enquanto sacrificavam. Isto parece mais provável, pois duvidamos que tenha havido fogo dentro do altar propriamente dito, pois dentro de pouco tempo a madeira ficaria completamente carbonizada. O altar de bronze era provavelmente colocado sobre um monte de terra ou pedras e o fogo era ateado em cima. Nos quatro cantos da saliência havia argolas de bronze pelas quais passavam varais de madeira revestida de bronze, a fim de se carregar o altar.
Chifres (v. 2 ). "Neles se concentrava toda a força do altar" (KD). Aqueles que buscavam a segurança no santuário agarravam-se aos chifres do altar (1Reis 1:50). O sangue do sacrifício era passado sobre os chifres (Lv. 4:7). Através de toda a Escritura, "chifres" simbolizam poder, portanto é provável que os chifres do altar simbolizassem o poder de Deus. Cinza (v. 3; lit., gordura ), isto é, as cinzas da oferta queimada. Bacias (lit., vasos para arremessar). Grandes recipientes para se recolher o sangue que seria jogado contra os lados do altar.
f) O Átrio do Tabernáculo. 27: 9-19.
Uma área retangular, com 45,72 ms de comprimento por 22,86 ms de largura, rodeava o Tabernáculo. Estava envolvida por cortinas de linho branco, com 1,68 ms de altura, suspensas sobre colunas. Havia vinte colunas para cada um dos lados mais extensos e dez para os mais curtos. As colunas, ou estacas, eram de bronze com capitéis de prata (38:17), e se encaixavam em soquetes ou bases de bronze. As cortinas estavam presas às colunas por meio de ganchos de prata que se enganchavam sobre filetes ou cintas de prata das colunas. Cordas e pregos de bronze mantinham as cortinas esticadas (38:20). A entrada deste átrio ficava do lado oriental. Ali as cortinas se estendiam por 6,86ms de cada canto, deixando 9,14 ms para a entrada. A entrada se fechava com uma cortina de tapeçaria bordada, como a cortina da entrada do próprio Tabernáculo.
19. Os utensílios do Tabernáculo. Provavelmente as ferramentas usadas para se armar e desarmar o Tabernáculo.
20,21. A luz do santuário. Límpido azeite de oliva de primeira qualidade, obtido por meio de "batimento", isto é, gentilmente triturando azeitonas em um pilão. Azeite inferior se obtinha moendo a polpa que restava. Desde a tarde até pela manhã. As lâmpadas deviam ficar acesas no Lugar Santo, diante do testemunho de Deus, a noite inteira.
4) As Roupas e a Consagração dos Sacerdotes. 28:1 - 29:46.
Arão e seus filhos foram escolhidos por Jeová para serem os sacerdotes, os mediadores, de Israel. Era uma ordenança nova, como os regulamentos para o santuário e os sacrifícios. Os críticos insistem que a restrição do sacerdócio à família de Arão é um reflexo dos tempos pós-Exílio. Mas se houve um Tabernáculo, devia haver também um sacerdócio declarado. Não há nenhuma prova na história subseqüente de Israel de que, exceto em circunstâncias extraordinárias, alguém além dos filhos de Arão teriia atuado como sacerdote.
Extraído do Comentário Bíblico Moody - Êxodo (Moody Bible Institute of Chicago)

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