Êxodo
25
2)
Os Ofertas para o Tabernáculo. 25:1-7.
2.
Oferta. Literalmente,
coisa
levantada.
Uma oferta levantada dentre aquilo que se possui para dar ao Senhor.
3.
Bronze. O
bronze moderno, uma liga de cobre e zinco, não era conhecido dos
antigos. O bronze, isto é, o cobre endurecido com estanho, foi muito
usado até que o uso do ferro se generalizasse.
4.
As
tonalidades exatas das cores mencionadas são uru tanto difíceis de
determinar. O azul
aproximava-se
mais do roxo ou violeta, enquanto o púrpura era um solferino (roxo
avermelhado). Ambas as cores eram muito estimadas por Sua
luminosidade.
5.
Peles de animais marinhos. O
significado da palavra hebraica é incerto, e diversas interpretações
têm sido apresentadas: focas
(ASV),
cabras
(RSV),
brotos
(American).
Uma palavra semelhante em árabe significa "golfinhos" ou
"dugongos". Outro ponto de vista é que não passa
simplesmente da palavra egípcia que significa "couro"
(Moffatt). Texugos
foi
sugerido pelo Talmude, mas poucas são as probabilidades de que estas
fossem as peles usadas. Acácia.
Muito encontrada na península do Sinai, uma madeira resistente e
durável.
3)
Instruções para o Santuário. 25:8 – 27:21.
Os
nomes dados à estrutura comumente denominada de Tabernáculo são
muitos. Foi chamada de "tenda", referindo-se geralmente à
cobertura exterior; a "tenda da congregação", onde Deus
se encontrava com o Seu povo (27:21); a "tenda do testemunho"
porque continha a arca e o Decálogo (25:16); a "habitação"
e "habitação de Jeová" (Nm. 16:9), ou "habitação
do testemunho" (Êx. 38:21); e "o santuário" ou
"lugar santo" (25:8). Os nomes "casa" ou "templo"
(I Sm. 1:9; 3:3) também são usados, mas referem-se a uma condição
mais acanhada do Tabernáculo. O nome comum é "tenda", um
termo que os tradutores elevaram ao mais altissonante "tabernáculo",
seguindo o tabernaculum
da
Vulgata.
Embora
nenhum simbolismo seja atribuído ao Tabernáculo no texto, não pode
haver dúvidas de que simbolizava para Israel, como para nós também,
grandes verdades espirituais. Claramente ensinava o fato da presença
de Deus no meio do Seu povo. Ao mesmo tempo indicava que Ele era um
Deus santo no meio de um povo pecador, pois todo o arranjo do
Tabernáculo tomava claro que "o caminho para o mais santo ainda
não fora manifesto" (Hb. 9:8). Com a arca contendo o
Testemunho, ele era "uma testemunha sempre presente dos direitos
de Deus e deveres do homem" (Cambridge
Bible).
9.
Segundo a tudo o que eu te mostrar. Além
de receber instruções detalhadas, Moisés devia também ter visto
um modelo. Aqui jaz a nossa dificuldade ; muitas das coisas que
parecem confusas nas instruções, imediatamente se tomariam claras
se ao menos pudéssemos ver o modelo. Portanto, no exame das diversas
especulações quanto à forma exata da estrutura do Tabernáculo, só
podemos tentar decidir qual a que nos parece mais razoável.
a)
A Arca da Aliança.
25:10-22.
A
arca era uma caixa ou baú alongado de acácia recoberto de ouro.
Aceitando que o côvado tem aproximadamente 45,72 cms de comprimento,
a arca media cerca de 1,14 ms de comprimento, 68,58 cms de largura e
68,58 cms de altura. À volta da tampa havia uma coroa ou moldura de
ouro, formando um rebordo. Em cada um dos quatro cantos (v. 12) havia
uma argola de ouro. Através dessas argolas passavam varais
recobertos de ouro com os quais a arca era carregada. A tampa da arca
é chamada separadamente de "propiciatório" (v. 17). Era
uma laje de ouro sólido, encaixando-se na largura e comprimento da
arca. Sobre a tampa havia as figuras de dois querubins feitos de ouro
batido. Essas esculturas ficavam uma de frente para a outra, com suas
asas abertas como se cobrissem o propiciatório. "A tampa de
ouro sobre a arca formava o escabelo do trono dAquele que causou Seu
nome, isto é, a presença real do Seu ser, habitar em uma nuvem
entre os dois querubins, acima de suas asas estendidas. . . . Assim o
escabelo dos pés de Deus tomou-se uru trono da graça, o qual
recebeu o seu nome kapporet
ou
hilasterion
do
fato de que o ato de expiação mais sublime e mais perfeito sob o
Velho Testamento foi ali realizado" (KD).
16.
Testemunho. O
Decálogo sobre as tábuas de pedra.
18.
Querubins. Fosse
qual fosse a aparência exata destas figuras, sempre simbolizaram a
presença do Senhor (cons. Ez. 1:5 e segs; Gn. 3:24; II Sm. 22:11;
Ap. 4:6, 7).
b)
A Mesa dos Pães da Proposição. 25:23-30.
Esta
era uma mesa simples, com 91,44 cms de comprimento, uns 45,72 cms de
largura, e 68,58 cms de altura, feita de madeira recoberta de ouro.
Uma moldura com cerca de 7,62 cms de largura (quatro
dedos,
v. 25) corria ao redor da mesa, ou logo abaixo do tampo, como nas
mesas modernas, ou no meio das pernas, como aparece na representação
da Arca de Tito. Sobre as quatro pernas, havia argolas de ouro para a
passagem de varais, pelos quais a mesa era carregada. O pão era
colocado na mesa, na presença
de Jeová, um pão para cada tribo de Israel. Havia assim um
reconhecimento continuo da pane de Israel de que de Jeová vinha o
seu pão de cada dia, um símbolo de comunhão e dependência.
29.
Pratos. Pratos
grandes como travessas para transportar os pães de forma achatada.
Recipientes.
Antes, taças
para
o incenso que devia ser colocado sobre o pão, identificando-o como
um sacrifício (Lv. 24:7). Taças ou cálices para o vinho das
libações. Bacias.
Jarras para derramar o vinho nas taças.
Os
pães eram chamados pães
da face (v.
30) porque deviam ficar sobre a mesa, diante da face de Jeová, como
oferta de alimento apresentado pelos filhos de Israel (Lv. 24:7),
"não como alimento para Jeová, mas como símbolo do alimento
espiritual que Israel devia preparar. . . de modo que o pão e o
vinho, que ficava sobre a mesa ao lado dos pães, como o fruto do
trabalho exercido por Israel sobre a terra de sua herança, eram um
símbolo do seu trabalho espiritual no reino de Deus, a vinha
espiritual do seu Senhor" (KD). Os pães da proposição também
lembravam aos israelitas de sua dependência de Jeová, do qual vinha
seu sustento diário (cons. Ez. 16:19; Os. 2:8).
c)
O Candelabro. 25:31-40.
A
única luz do Tabernáculo era fornecida pelo candelabro, ou melhor
dizendo, pelo candeeiro. Consistia de uma haste central da qual saíam
três ramos que se estendiam para os lados e para cima; nas pontas
dos ramos e da haste, lâmpadas fixas, sete ao todo. A haste e os
ramos eram decorados nos intervalos com trabalho ornamental no
formato de um cálice e uma corola da flor da amendoeira. O tamanho
do candelabro não foi declarado nas Escrituras. Josefo diz que tinha
1,52 ms de altura e 1,07 ms de largura. Outros deduzem que tinha
68,58 cms de altura e largura, o tamanho da mesa da propiciação do
outro lado. Um talento de ouro puro, aproximadamente 42,73 kgs, foi
usado para fazer o candelabro e seus diversos utensílios. Além de
sua função prática, o candelabro era um símbolo
não só da luz de Deus pela qual Israel devia andar, mas do próprio
Israel, uma luz no meio de um mundo em trevas, alimentada pelo azeite
do Espírito de Deus.
31.
Pedestal . . . hástea. Pé
e canas (E.R.C.).
Cálices
. . . maçanetas.
Taças, cada qual com seu cálice e pétalas (American).
A taça é a flor completa, a maçaneta, o botão com suas sépalas e
pétalas. Alguns acham que o candelabro devia se parecer com a
amendoeira, chamada de "despertador" pelos hebreus, por
causa de sua florada precoce.
37.
As
lamparinas nos tempos bíblicos eram como pires com as bordas
reviradas num dos lados. Punha-se azeite nelas e um pavio mergulhado
que se projetava para fora na parte revirada. Lâmpadas,
as quais se acenderão.
Na realidade, "ponha em ordem" as lâmpadas no candelabro
depois de preparadas.
38.
Espevitadeiras. Um
instrumento, parecido com pinças, para puxar o pavio. Apagadores
(lit.,
pegadores
de fogo).
Uma bandeja para as pinças.
Êxodo
26
d)
O Tabernáculo. 26:1-37.
1-6.
As
Cortinas Ornamentais que Formavam o Tabernáculo Propriamente Dito.
Eram dez cortinas, cada uma com 12,80 ms de comprimento por 1,83 ms
de largura. Quando reunidas, formavam uma só grande cortina de 18,29
ms por 11,80 ms. As cortinas eram tapeçarias lindamente tecidas em
linho branco e fazenda azul, roxa e vermelha. com figuras de
querubins tecidas ou bordadas nelas. Armadas sobre a estrutura de
madeira (vs. 15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente
dito. A não ser que entendamos que este lindo trabalho, ficasse
completamente escondido, devemos supor que as tábuas da estrutura
formavam quadrados vazios e não uma cerca sólida (Kennedy,
"Tabernacle", HDB), ou então que as cortinas ficavam do
lado de dentro da estrutura (James Strong, The
Tabernacle).
Strong crê que elas não eram usadas como uma tenda, mas que pendiam
como cortinas do lado de dentro da estrutura.
Obra
de artista (v.
1). Trabalho de desenhista ou projetista. As cortinas (vs. 3-6) eram
reunidas em dois conjuntos de três cada, por meio de alças de
fazenda azul com colchetes de ouro. Os dois conjuntos eram, então,
reunidos da mesma maneira, formando assim uma grande cortina.
Considerando que a estrutura do Tabernáculo era de 13,72 ms x 4,57
ms x 4,57 ms, as cortinas de 18,29 ms deviam pender até o chão na
parte de trás (entendendo-se que a frente ficava descoberta), e os
12,80 ms de largura alcançariam até quase 47 cms do chão.
7-14.
As
Cortinas Externas. A tenda sobre a habitação era feita de pelo de
cabra, como as tendas dos beduínos ainda são feitas hoje, e
provavelmente como as dos israelitas eram feitas naquele tempo.
Enquanto as cortinas de linho formavam um findo interior, o pelo das
cabras formavam uma cobertura resistente do lado de fora. Esta
coberta era feita de onze cortinas, cada uma com 13,72 ms x 1,83 ms,
reunidas por colchetes de bronze (vs. 10,11), do mesmo modo como as
cortinas de linho; isto formava uma grande coberta de 20,12 ms x
13,72 ms. Uma vez que as cortinas de pelo de cabra eram 91 cms mais
largas do que as de linho, estas últimas deviam ficar completamente
ocultas dos lados (v.13). Eram 1,83 ms mais compridas que a
tapeçaria, e este excedente era usado para fazer uma dobra (v. 9)
que pendia sobre a abertura, como uma espécie de dossel para
proteger a cortina da entrada. O restante do excesso provavelmente
pendia no lado de trás. Qualquer folga desta cobertura seria
aproveitada, como nas demais tendas, pelas cordas e estacas que a
mantinham firme e estendida. Alguns acham que devia haver um pau de
cumeeira que formava uma espécie de telhado, mas não podemos
determiná-lo pela leitura do texto. Mais duas cobertas externas de
couro (v. 14; cons. 25: 5) vinham por cima do pelo de cabra e
protegiam do mau tempo.
15-30.
A
Estrutura de Madeira. Uma estrutura feita de tábuas de acácia
cobertas de ouro, cada tábua tendo 4,57 ms de comprimento e 69cms de
largura. Kennedy defende que esta estrutura era aberta e não
fechada ("Tabernacle", HDB). Não sabemos a espessura das
tábuas, mas Josefo diz que era de 7,62 cms (Antiq.
III 6.3), o que tornaria a cerca muito sólida e excessivamente
pesada, em lugar da estrutura resistente exigida. Também, como já
mencionamos acima, se não imaginarmos a tapeçaria como um
cortinado, a beleza ficaria completamente escondida por uma estrutura
sólida. As Escrituras não nos fornecem detalhes suficientes para
termos uma idéia de como era a estrutura exatamente. Cada tábua
tinha duas saliências (lit., mãos)
projetadas para baixo (v.17) que se encaixavam em concavidades nas
bases de prata (v. 19). As bases de prata pesavam um talento (43,18
kgs) cada uma, peso suficiente para manter a firmeza da estrutura
(38:27). A estrutura formava os lados e o fundo do Tabernáculo.
Vinte tábuas formavam cada lado, 13,72 ms de comprimento, e seis
tábuas formavam os lados. Nos dois cantos onde os lados se
encontravam com os fundos, duas tábuas extras foram acrescentadas
para bem da firmeza. Embora a maneira exata da formação dos cantos
seja obscura (v. 24), sabemos que as tábuas extras serviam para de
alguma forma reforçar a estrutura. Para maior firmeza, cinco
travessas passavam horizontalmente ao longo de cada lado e dos
fundos, encaixando-se em argolas de ouro nas tábuas. A travessa do
meio ia de ponta à ponta (v. 28); as outras presumivelmente eram
mais curtas, cada uma talvez a metade da central.
Tábuas
(v.
15). Armação vertical (RSV ). Dois
encaixes, travados um com o outro (v.
17). Dois
pinos presos à base (Moffatt).
Cada
uma dessas duas armações formando um suporte duplo e estando presas
à argola de cima (v.
24; Moffatt).
31-35.
O
Véu do Santo dos Santos. A "Habitação" era dividida em
duas seções chamadas de "o Santo Lugar" e "o Santo
dos Santos" ou "Lugar Santíssimo". O véu era feito
da mesma tapeçaria ricamente tecida das cortinas internas. Pendia de
ganchos de ouro presos a quatro colunas de madeira dourada, as quais
estavam fixas em soquetes de prata, .tal como as tábuas da
estrutura. Colchetes
(v.
33). Ganchos ou fechos.
36,37.
O
Véu da Entrada. A entrada estava coberta por um véu de acabamento
menos elaborado do que o do Santo dos Santos, que pendia, como os
outros, sobre colunas fixas em soquetes de bronze.
Êxodo
27
e)
O Altar do Holocausto. 27:1-8.
Este
altar era uma estrutura oca feita de madeira de acácia, recoberta
com bronze, com 2,29 ms nos quatro lados e 1,37 ms de altura. Em cada
canto uma ponta de bronze (chifres,
v .2). Uma grela ou tela de bronze estava colocada dentro do rebordo
do altar para baixo (v. 5), ou sob a saliência do altar, até
ao meio,
isto é, a
meio caminho (RSV).
Alguns supõem que esta rede se estendia por todo o altar, formando
uma grade sobre a qual o sacrifício repousava. Outros crêem que a
saliência sustentada pela rede dava a volta ao altar e formava um
lugar para os sacerdotes ficarem enquanto sacrificavam. Isto parece
mais provável, pois duvidamos que tenha havido fogo dentro do altar
propriamente dito, pois dentro de pouco tempo a madeira ficaria
completamente carbonizada. O altar de bronze era provavelmente
colocado sobre um monte de terra ou pedras e o fogo era ateado em
cima. Nos quatro cantos da saliência havia argolas de bronze pelas
quais passavam varais de madeira revestida de bronze, a fim de se
carregar o altar.
Chifres
(v.
2 ). "Neles se concentrava toda a força do altar" (KD).
Aqueles que buscavam a segurança no santuário agarravam-se aos
chifres do altar (1Reis 1:50). O sangue do sacrifício era passado
sobre os chifres (Lv. 4:7). Através de toda a Escritura, "chifres"
simbolizam poder, portanto é provável que os chifres do altar
simbolizassem o poder de Deus. Cinza
(v.
3; lit., gordura
),
isto é, as cinzas da oferta queimada. Bacias
(lit.,
vasos
para arremessar).
Grandes recipientes para se recolher o sangue que seria jogado contra
os lados do altar.
f)
O Átrio do Tabernáculo. 27: 9-19.
Uma
área
retangular, com 45,72 ms de comprimento por 22,86 ms de largura,
rodeava o Tabernáculo. Estava envolvida por cortinas de linho
branco, com 1,68 ms de altura, suspensas sobre colunas. Havia vinte
colunas para cada um dos lados mais extensos e dez para os mais
curtos. As colunas, ou estacas, eram de bronze com capitéis de prata
(38:17), e se encaixavam em soquetes ou bases de bronze. As cortinas
estavam presas às colunas por meio de ganchos de prata que se
enganchavam sobre filetes ou cintas de prata das colunas. Cordas e
pregos de bronze mantinham as cortinas esticadas (38:20). A entrada
deste átrio ficava do lado oriental. Ali as cortinas se estendiam
por 6,86ms de cada canto, deixando 9,14 ms para a entrada. A entrada
se fechava com uma cortina de tapeçaria bordada, como a cortina da
entrada do próprio Tabernáculo.
19.
Os utensílios do Tabernáculo. Provavelmente
as ferramentas usadas para se armar e desarmar o Tabernáculo.
20,21.
A
luz do santuário. Límpido azeite de oliva de primeira qualidade,
obtido por meio de "batimento", isto é, gentilmente
triturando azeitonas em um pilão. Azeite inferior se obtinha moendo
a polpa que restava. Desde a tarde até pela manhã. As lâmpadas
deviam ficar acesas no Lugar Santo, diante do testemunho de Deus, a
noite inteira.
4)
As Roupas e a Consagração dos Sacerdotes. 28:1 - 29:46.
Arão
e seus filhos foram escolhidos por Jeová para serem os sacerdotes,
os mediadores, de Israel. Era uma ordenança nova, como os
regulamentos para o santuário e os sacrifícios. Os críticos
insistem que a restrição do sacerdócio à família de Arão é um
reflexo dos tempos pós-Exílio. Mas se houve um Tabernáculo, devia
haver também um sacerdócio declarado. Não há nenhuma prova na
história subseqüente de Israel de que, exceto em circunstâncias
extraordinárias, alguém além dos filhos de Arão teriia atuado
como sacerdote.
Extraído do Comentário Bíblico Moody - Êxodo (Moody Bible Institute of Chicago)
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