segunda-feira, 4 de abril de 2011

Lição 02 - Nomes e Símbolos do Espírito Santo

Símbolos do Espírito Santo
Extraído do Livro: Sombras, tipos e mistérios da Bíblia, Joel Leitão de Melo - CPAD

"...O Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (1 Co 2.10b)

O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Em várias passagens da Bíblia aparece junto com as outras duas.
"Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador..." (Jo 14.16a). "...batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo'' (Mt 28.19b). "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos...'' (2 Co 13.13).
Como pessoa divina, a sua obra em benefício dos crentes é:
a)  CONSOLAR - foi chamado por Jesus, consolador (Jo 14.16);
b) CONVENCER do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8);
c) ENSINAR todas as coisas (Jo 14.26);
d) HABITAR em nós (Jo 14.17);
e) INTERCEDER por nós (Rm 8.26);
f) DAR FRUTO (Gl 5.22,23);
g) SANTTFICAR (2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2). Deveres para com o Espírito Santo:
a) "...Enchei-vosdoEspíritoSanto" (Ef5.18b).
b) "Não entristeçais o Espírito Santo..." (Ef 4.30a). c)"Não extingais o Espírito" (l Ts 5.19).
Muitas coisas conhecidas servem de ilustração à atividade do Espírito Santo. Sua operação é apresentada no Novo Testamento por meio de vários símbolos:

Óleo
Era o mesmo azeite de oliveira usado para ungir a tenda da congregação, os objetos sagrados e os sacerdotes para realizarem seu serviço. Com esta unção eram considerados santificados (Êx 30.25-30).
Quando o rei era investido no seu posto, recebia também a unção do azeite sagrado (1 Sm 10.1; 16.13).
O óleo era usado no castiçal com a finalidade de produzir luz (Êx 27.20). Assim o óleo representa a luz para alumiar a Casa de Deus e seu povo.
Como alimentação, tinha grande importância, se vê na história da viúva de Sarepta, que tendo em casa farinha e azeite, podia enfrentar três anos de seca (1 Rs 17.12-14).
Ainda o óleo era empregado como remédio. O bom samaritano aplicou azeite e vinho nas feridas do homem que encontrou na estrada (Lc 10.34). Isaías compara a condição de pecado a feridas e chagas, que não foram amolecidas com óleo (Is 1.6).
O Espírito Santo ungiu a JESUS para realizar seu ministério (Is 61.1; Lc 4.18) e por meio dele somos agora ungidos por Deus ".. .o que nos ungiu, é Deu s, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações" (2 Co 1.21b,22). Como o sacer­dote ungido com óleo se santificava, nós somos santificados pelo Espírito Santo (1 Pe 1.2). O óleo era alimento e remédio, o Espírito Santo nos fortalece e dá poder. Igualmente a unção representa a luz de Deus, para crescer no conhecimento da sua vontade. "E a unção, que vós recebestes dele, fica em vós... como a sua unção vos ensina todas as coisas..." (1 Jo 2.27).

Água
A água tem a função de matar a sede, lavar o sujo e alimentar as plantas. Traz vida e limpeza. Como a água faz as plantas produzirem o seu fruto, o Espírito Santo faz o crente produzir os frutos espirituais, que podem ser compreendidos como as bênçãos que alcançam outras pessoas, "...serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam" (Is 58.1 lb).
Para santificar nossas vidas o Espírito Santo age como a água. "...espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados...e porei dentro de vós o meu espírito..." (Ez 36.25a,27a). Continuando a idéia da água, vêm, às vezes, as figuras de chuva, orvalho e rios.
Deus quer derramar suas bênçãos em forma de chuva. "Pedi ao Senhor chuva no tempo da chuva serôdia (Zc 10.1a). "Temamos agora ao Senhor nosso Deus, que dá chuva...a seu tempo...As vossas iniqüidades desviam estas coisas" (Jr5.24a,25b). Quando o crente está em pecado, o Espírito Santo se entristece e a bênção de Deus em forma de chuva deixa de vir. "...é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós" (Os 10.12b).
O orvalho é emblema da força do povo de Deus. "O teu povo se apresentará voluntariamente...será o orvalho da tua mocidade" (SI 110.3).
Quando o povo de Deus está cheio do Espírito Santo, se apresenta voluntariamente para fazer tudo que for preciso no serviço do Senhor, demonstrando vida e paz, como orvalho que refresca e anima as plantas.
A abundância da graça de Deus é comparada aos rios. O justo é como a árvore plantada junto ao rio (SI 1.3). Jesus disse: "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios d'agua viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem..." (Jo 7.38,39b).

Vento
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito" (Jo 3.8). Como o vento que sopra em todas as direções, o Espírito Santo age de muitas maneiras. O vento pode ser en­tendido como o ar, que para encher um vaso ou um ambiente, é bastante que esteja vazio. O ar entra naturalmente.
Na exortação "Enchei-vos do Espírito Santo", a única coisa que o crente tem a fazer é esvaziar o seu coração de todo o pecado, dos maus hábitos e da negligência. Então o Espírito Santo o encherá completamente.
Na descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste, foi ouvido o som como de um vento impetuoso (At 2.2). Quando sopra o hálito do Senhor a erva se seca e caem as flores; e o povo é a erva (Is40.7).
O Espírito do Senhor veio dos quatro ventos e soprou sobre os ossos secos e eles reviveram (Ez 37.9,10). Pelo sopro do Espírito Santo, o pecador se convence e aceita Jesus, e o crente vence o pecado e se aproxima de Deus.

Selo
"...fostes selados com o Espírito Santo da promessa" (Ef 1.13b). "...O que nos ungiu, é Deus, o qual também nos selou..." (2 Co 1.21b,22a). O selo nos tempos bíblicos era uma marca que indicava a posse ou o direito. Pelo Espírito pertencemos a Deus. Pela aceitação de Cristo, pela fé, nos tornamos semelhantes a Ele. Somos amados de Deus como ele o é (1 Jo 3.1). Somos ungidos por Deus como ele o é (1 Jo 2.27).
O selo ou marca servia para tornar conhecido ou identificado aquilo que era selado. Deus conhece os que são dele porque têm o selo do Espírito Santo. "...O Senhor conhece os que são seus..." (2 Tm 2.19b). "Eu sou o Bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas..." (Jo 10.14a). O Espírito Santo, como selo, serve de conforto para o crente, na certeza de que é conhecido pelo Pai dos Céus.

Penhor
O penhor significa prova ou garantia. E um objeto que se dá em segurança duma dívida. O Espírito Santo em nós é uma garantia, constitui uma segurança na vida espiritual, pela certeza das promes­sas de Deus. Ele é mesmo nosso Pai, e sua palavra é realidade, é vida, é poder. "O qual nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações" (2 Co 1.22). "...o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor da nossa herança..." (Ef 1.13b,14a). O servo de Abraão deu a Rebeca jóias de ouro (Gn 24.22) que tinham o sentido de um penhor. Era uma prova de que a riqueza de Isaque pertenceria a Rebeca, se ela aceitasse a proposta. O crente aceitou pela fé a promessa de Jesus Cristo e recebeu este penhor do Espírito Santo, como prova da riqueza de sua herança espiritual.".. .E nisto conhecemos que ele está em nós: pelo Espírito que nos tem dado'' (Uo 3.24b).

Fogo
O fogo representa a purificação e a penetração do Espírito Santo. No dia de Pentecoste, apareceram umas coisas como línguas de fogo sobre as cabeças dos crentes (At 2.3). O Espírito Santo convence, fazendo o pecador deixar o pecado e purificar sua vida. "...nosso Deus é um fogo consumidor (Hb 12.29). Este poder se manifesta pela operação do Espírito Santo.
Quando Isaías confessou que era homem de lábios impuros, a purificação veio pela figura do fogo duma brasa (Is 6.5-7).

Pomba
"Viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16). A simplicidade das pombas ilustra a beleza espiritual e delicadeza do Espírito Santo, "...sede símplices como as pombas" (Mt 10.16b). Onde Ele domina, desaparece toda a malícia.
Quando o aspecto da terra era um caos, sem forma e vazia (Gn 1.2), "...O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (v. 2b). O sentido desta frase "sem forma e vazia" é assolação. Naquele ambiente, o Espírito estava como uma ave sobre os ovos, chocando ou incubando, dando vida ao mundo.
O Espírito produz vida. Foi assim com os ossos secos da visão de Ezequiel (Ez 37.10) e será assim com os corpos das duas testemunhas (Ap 11.11).
Deus nos deu o seu Espírito para termos conhecimento e vida espiritual com abundância de poder (1 Jo 3.24; 4.3). O crente guiado pelo Espírito Santo tem a simplicidade das pombas, não procura salientar sua pessoa ou sua habilidade, dá toda honra e toda glória a Deus, que nos dá tudo.

Roupa
Quando Adão pecou, descobriu que estava nu, e procurou fazer uma roupa para cobrir sua nudez. Para isso preparou uma faixa de folhas de figueira. Ouvindo a voz de Deus, escondeu-se entre as árvores, porque teve vergonha de aparecer. A roupa que ele fez não servia. Uma roupa digna do ambiente do céu só o próprio Deus pode conceder.
A nossa justificação pela graça de Deus é comparada à roupa (SI 132.9; Ez 16.10; Ap 19.8).Jesus disse aos discípulos,falando do Espírito Santo, que seriam "revestidos de poder" (Lc 24.49b). Gideão teve de enfrentar inimigos mais fortes do que ele, e para isto "O espírito do Senhor revestiu a Gideão..." (Jz 6.34a). Revestido do Espírito é quem está de acordo com a vontade de Deus. "Se, todavia, estando vestidos, não formos achados nus" (2 Co 5.3). Alguém pode se envaidecer com seu programa de trabalho, suas opiniões e seu relatório de atividades e não estar de acordo com o Espírito Santo.
Os crentes de Laodicéia pensavam que não lhes faltava nada, mas Deus reprovou aquela Igreja e disse "Aconselho-te que de mim compres ...vestidos brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez..." (Ap 3.18a).

O Espírito Santo nos Dois Testamentos
No tempo do AT, O Espírito Santo vinha sobre alguém para realizar um trabalho e em seguida se retirava. Assim aconteceu com Bazaleel, para fazer as obras de ouro, prata, cobre e pedras para o Tabernáculo (Êx 31.2-5). Com Sansão, para enfrentar um leão, ou para lutar contra os inimigos (Jz 14.6; 15.4). Com Saul, para profetizar no meio dos profetas (1 Sm 10.10).
Com a vinda de Jesus, Deus mandou o Espírito Santo habitar conosco e ficar em nós (Jo 14.17). A promessa foi cumprida no dia de Pentecoste. Antes o Espírito Santo ainda não fora dado (Jo 7.38,39).
Agora o Espírito Santo já nos foi dado (1 Jo 3.24) e habita em nós (Rm 8.11). Porque "...se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8.9b). Nos primeiros dias da Igreja, os crentes eram unidos, interessados na palavra de Deus e na oração. “E, perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações" (At 2.42).
Estavam cheios do Espírito Santo (v 4) E todos os dias havia conversões (v 47).
A maior necessidade do crente é esta plenitude ou enchimento do Espírito Santo, recomendada em Efésios 5.18.
A plenitude do Espírito Santo traz primeiro o reconhecimento do próprio pecado, acentua o amor fraternal, promovendo a paz e a reconciliação entre irmãos, e produz amor pelas almas perdidas, incentivo para a evangelização.
Surgem grupos e indivíduos nas igrejas proclamando-se cheios do poder do Espírito Santo, mas sem essas características. Jesus disse: "...pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7.20). Se alguém só acusa os pecados alheios, e não deixa os seus, produz a divisão entre as Igrejas, e para formar seus grupos tira os crentes das outras congregações em vez de ganhar almas do mundo, não mostra os frutos bons. Cumpre a profecia de Judas "os quais vos diziam que no último tempo haveria escarnecedores que andariam segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões, sensuais, que não têm o Espírito" (Jd vs 18,19). Quem, nos frutos, só apresenta divisões de igrejas e relatórios falsos é escarnecedor, sensual e não tem o Espírito, segundo as expressões de Judas, que já o denunciou. Para cultivar a espiritualidade, temos de começar deixando de entristecer o Espírito Santo, evitando toda a amargura, ira e malícia de nosso coração (ver Ef 4.30,31). Fazer festa "...não com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade" (1 Co 5.8). Então o Espírito nos encherá em toda a sua plenitude, e estaremos em condição de alcançar a bem-aventurança expressa nestas palavras: "Bem-aventurados os limpos de coração; porque eles verão a Deus" (Mt 5.8).
Muitos outros aspectos da pessoa e da obra do Espírito Santo aparecem nas Escrituras Sagradas. O crente poderá ter abundância de poder e paz, examinando e pondo em prática as passagens que tratam do assunto. Há muitos títulos e nomes dados ao Espírito Santo. Entre outros é: Espírito de vida (Rm 8.2); Espírito de Poder (2 Tm 1.7); Espírito de Graça (Hb 10.29).
Em Isaías 11.2 vêm mais sete nomes que correspondem aos "Sete Espíritos" de Apocalipse 1.4 e 3.1. O Espírito Santo distribui dons aos crentes, conforme ele quer, e para o que for útil (1 Co 12.4-11).
O fruto do Espírito (Gl 5.22) é um só, mas reúne nove virtudes que abrangem os deveres de gratidão a Deus, de amor ao próximo e de cuidado para com a própria pessoa. O Espírito Santo produz o fruto quando o crente está de acordo com Ele.
A condição é permanecer em Jesus, e a palavra de Jesus permanecer no crente (Jo 15.1-7). Noutro sentido, é acrescentar à fé: a virtude, a ciência, a temperança, a paciência, a piedade, o amor fraternal e a caridade (2 Pe 1.7,8). Praticando estas coisas ninguém será ocioso nem estéril no conhecimento de Jesus Cristo.

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