Ambos os escritos, tanto o evangelho de Lucas quanto os Atos dos Apóstolos, foram dedicados à mesma pessoa. Considerando que em Lc 1.3 Teófilo é considerado e interpelado como “excelentíssimo Teófilo” (o título “excelentíssimo” era usado naquele tempo para senadores e cavaleiros - clarissimus -, como os procuradores romanos Félix, em At 23.26; 24.3, e Festo, em At 26.25), ele parece ter sido um homem renomado.
O teólogo Zahn traduz a interpelação com “excelência”. A dedicatória a Teófilo evidentemente não exclui a possibilidade de que esses livros desde já visassem um grande círculo de leitores. Assim como hoje, também na Antigüidade dedicava-se livros a determinadas pessoas.
Onde vivia Teófilo? O país em que devemos localizar Teófilo depreende-se da percepção de que Lucas considera necessário explicar lugares, costumes e peculiaridades palestinas, cretenses, atenienses e macedônias,
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
INTRODUÇÃO AO LIVRO DE "ATOS DOS APÓSTOLOS"
Extraído do Novo Comentário da Bíblia, Editado pelo Prof. F. Davidson
INTRODUÇÃO
O livro dos Atos é continuação do terceiro Evangelho, escrito pelo mesmo autor, Lucas, o médico amado e companheiro do apóstolo Paulo (cfr. #Cl 4.14). A evidência externa de vários escritores, do segundo século em diante, é unânime e suficiente sobre este ponto, e a evidência interna do estilo, perspectiva e assunto dos dois livros é igualmente satisfatória.
Atos, como o terceiro Evangelho, é dedicado a um certo Teófilo (cfr. #Lc 1.3
com #At 1.1). O terceiro Evangelho é o "primeiro tratado", como se lê na sentença inicial de Atos. Teófilo parece ter sido pessoa de certa distinção, à vista do tratamento que A IGREJA PRIMITIVA
Em sua inteireza o Novo Testamento pode ser chamado, em certo sentido, de a literatura da Igreja Primitiva. Além disso, naturalmente, é a revelação que tem a autoridade de Deus bem como a norma da fé e da prática cristãs; porém, no que tange a nosso presente propósito, devemos considerar o Novo Testamento como uma coleção de documentos históricos da qual podemos derivar informação referente aos primórdios da Igreja Cristã. É verdade que os Evangelhos raramente mencionam a Igreja. Não obstante, explicam como ela veio a existir mediante a pregação de Jesus Cristo. Além disso, contém o que Seus discípulos originais julgaram importante relembrar a respeito de seu Senhor, e o que transmitiram, primeiro oralmente e então em forma escrita, aos seus seguidores. Não são meramente biografias, no sentido moderno da palavra. Mas são obras que visam a edificação dos crentes. Até mesmo Lucas, que teve mais interesse e dá mais material biográfico que os outros, e que talvez tenha escrito para um público mais geral, se preocupa em esclarecer aqueles fatos que "entre nós se cumpriram" (#Lc 1.1), e que "nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio" (#Lc 1.2). O que Jesus fez e ensinou, obviamente era a porção mais importante da instrução cristã, e a preservação e
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
LIÇÃO 13 - Se o meu povo orar
Alguns artigos interessantes que vão lhe auxiliar na preparação da aula:
"Se o Meu Povo Orar" - Nilma Coimbra
Se o meu povo... 2 Cronicas 7.13,14 - Pr. Abilio Rocha
Se o meu povo se humilhar
2 Crônicas 7.14
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Lição 12 - QUANDO O CRENTE NÃO ORA
Pb. José Roberto A. Barbosa
Objetivo: Despertar os alunos para os riscos da falta de oração na vida dos crentes e os resultados que essa ausência pode resultar.
INTRODUÇÃO
Orar é um mandamento bíblico, mas é também uma necessidade. Como disse certo pensador, a apostasia começa pelos joelhos. A oração é para a alma o que o oxigênio é para o corpo. A partir de tais assertivas, estudaremos, na lição de hoje, sobre o perigo de deixar de orar. A princípio, meditaremos na situação de Jonas, que, ao invés de orar, resolveu agir, sem a direção de Deus. Em seguida, mostraremos quais são alguns
Problemas do Cristão: Falta de Oração
1.Falta de fé
Esse é o primeiro ponto e dentro dele tem algumas coisa que devem ser frisadas: as pessoas não oram por que não têm fé. Simplesmente algumas pessoas não vão a Deus por que não creditam que Deus possa fazer alguma coisa por elas. O Deus delas é um Deus distante, fruto do imaginário humano e ELE está lá, enqunto nós estamos aqui.
Mas veja o que a Palavra diz:
"Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte." (Tiago 1 : 6)
Quano vamos a Deus com suplicas e duvidamos do que ELE pode fazer. Em um dado momento estamos felizes por que oramos, pedimos e “Deus é fiel”, como muitos dizem. Em outro dado momento quando as circunstancias nos assolarem vamos olhar pra cima e dizer: “quer saber, eu acho que Deus nem ouviu a minha oração!”. Vou orar de novo e pedir a mesma coisa.
Lindooosss, lindaaasss. Saca só:
"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos." (Mateus 6 : 7).
As vãs repetições são o que a Biblia chama de falta de fé. Se você crer em Deus sabe que não há nacessidade de pedir n vezes aquilo que você já pediu. Orou, creu, será dado. Obviamente, de acordo com a vontade DELE. Por isso sempre peça pra que ELE faça a vontade DELE que é boa e agradável. A sua vontade pode lhe trazer prejuizos enormes. Mas não quero entrar nessas questões. Falta de fé desagrada a Deus.
"Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam". Hb 11:6.
2. Preguiça física e Mental
É incrível como temos disposição para fazer tudo, até ficarmos na internet tarde de noite, mas quando se trata de orar e ler a Bíblia o mundo para, o corpo cansa, a mente tá fadigada e acabamos não fazendo as coisas que mais deveriam ser prioridade em nossa vida.
Deus tem descanso pra nos dar, paz, alivio:
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mateus 11 : 28).
Prestou atenção no detalhe: Vinde! Nós temos que ir à fonte, nós temos que nos esforçar para descansarmos. Nós vamos e ELE nos alivia, nos faz descansar.
Sendo assim: é necessário sairmos do comodismo e termos fé.
Bye.
O Pássaro e a Oração
Você já viu um passarinho dormindo num galho ou num fio, sem cair ? Como é que ele consegue isso ? Se nós tentássemos dormir assim, iríamos cair e quebrar o pescoço. O segredo está nos tendões das pernas do passarinho. Eles são construídos de forma que, quando o joelho está dobrado, o pezinho segura firmemente qualquer coisa. Os pés não irão soltar o galho até que ele desdobre o joelho para voar. O joelho dobrado
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
LIÇÃO 11 - A ORAÇÃO QUE CONDUZ AO PERDÃO
SALMO 51. A ORAÇÃO DE UM PENITENTE
A declaração explícita do título associa este Salmo com a notável acusação de Natã contra Davi (#2Sm 12.1-13). Como expressão de um coração dominado pela vergonha, humilhado e alquebrado pela culpa, ainda que salvo do desespero mediante a fé penitente na misericórdia de Deus, este poema é inigualável. Os vers. 18 e 19 parecem ter sido adicionados alguns séculos depois da época de Davi. Pressupõem um tempo quando os muros da cidade foram derrubados, quando os sacrifícios cessaram (cfr. #Ne 1.3; #Sl 102.16,17; #Sl 147.2). É possível que, após a volta do exílio, este Salmo tenha sido adaptado para ser usado como confissão dos pecados nacionais, e que esses dois versículos tenham sido adicionados para que o poema se tornasse mais próprio para a adoração pública.
a) Convicção de pecado (1-8)
É necessário relembrar que, imediatamente após Davi ter feito confissão de seu pecado, o profeta Natã declarou que o Senhor o perdoara. Conseqüentemente este Salmo, presumivelmente composto nas horas que se seguiram, começa com a consciência da misericórdia de Deus-abundante, amorosa e sem limites. O salmista dá-se conta de uma verdadeira multidão de compaixões divinas e, em particular, de uma promessa de perdão espantosamente grande e preciosa, a respeito de um gravíssimo erro (#2Sm 12.13); porém, ele não pode depender disso enquanto a confissão plena e de todo coração não tiver sido feita, e essa é justamente a função do poema. A convicção de pecado, em Davi, é dominada por três temas:
>Sl-51.3
1. UM INESCAPÁVEL SENSO DE RESPONSABILIDADE PESSOAL. Note-se a freqüência de minhas transgressões, minha iniqüidade e meu pecado. Ele não procura fugir à sua responsabilidade, aqui, baseando-se no acaso das circunstâncias ou em algum desejo instintivo; não culpa a ignorância, a necessidade ou alguma agência má; nenhuma tentativa é feita para que Bate-Seba compartilhe do pecado de adultério e assassinato, sobre a suposta base de sua aquiescência ou sugestão. O erro cometido foi da responsabilidade de Davi, e essa convicção é sublinhada nas palavras o meu pecado está sempre diante de mim (3; cfr. #Sl 32.3-4).
Sl-51.4
2. UMA INDUBITÁVEL CONVICÇÃO DE TER-SE VOLTADO CONTRA DEUS. Sem levar em consideração Bate-Seba e Urias, sua ação, em última análise, foi contra Deus. Contra ti, contra ti somente pequei (4). Toda má ação, afinal de contas, é contra a santidade de Deus, e, portanto, má aos Seus olhos (cfr. #Gn 39.9). Parece mal (4); melhor ainda, "é mal". O salmista fazia uma confissão sem reservas de sua culpa (3-4) a fim de que, quando Deus pronunciasse julgamento contra o pecador, Ele estivesse acima de qualquer insinuação satânica de capricho, severidade ou preconceito da parte de Deus (cfr. #Zc 3.2; #Jó 2.3).
3. UM APAIXONADO APELO PARA SER COMPLETAMENTE PURIFICADO DO PECADO. As frases aparecem amontoadas em veemência e fervor. Apaga (1); isto é, obscurece como por uma espessa nuvem (#Is 44.22) ou uma dívida é anulada mediante pagamento. Alternativamente, pode ter o sentido de "apagar", isto é assim como quando um escrito era removido de um tablete de argila (#Êx 32.32), como a água era removida de um prato (#2Rs 21.13), ou como uma pessoa é removida da terra (#Gn 7.4). Lava-me completamente (2); isto é, tira a mancha; purifica-me (2) como um leproso é declarado puro mediante a lavagem (#Lv 14.8-9).
Sl-51.5
Em pecado me concebeu minha mãe (5). Isso não deixa subentendido que uma disposição pecaminosa lhe tivesse sido transmitida porque o ato físico da concepção fosse pecaminoso em si mesmo. Este versículo simplesmente significa que, sendo membros da raça humana, estamos inexplicavelmente envolvidos na realidade do pecado. A palavra "formado" seria melhor traduzida como "nascido" ou "dado à luz". Cfr. #Sl 139.13-16; e notar a impecabilidade de nosso Senhor, nascido de uma mulher. O duplo eis (5-6) indica dois fatos que impressionaram profundamente o salmista, e que ele deseja que os outros observem.
>Sl-51.6
Nos vers. 6-8 a intensidade da convicção e do desejo de Davi é fortalecida ainda mais por uma recapitulação das idéias anteriores, havendo ênfase sobre a terceira-a da necessidade de purificação. Primeiramente, a misericórdia e a compaixão de Deus (ver vers.
1) estão relacionadas ao Seu desejo de encontrar a verdade e a sabedoria estarem ocultas no íntimo (6). Mediante a mesma a verdade é impedida de afastar-se dEle. Em segundo lugar, a necessidade de ser lavado e purificado (2; cfr. #Jo 13.8-10) é refletida na necessidade de ser aspergido com hissope purgador (cfr. #Nm 19.6) e ser tornado mais puro e mais branco que a neve(cfr. #Is 1.18). Em terceiro lugar, o desejo de conhecer e de participar da Santidade de Deus e de submeter-se a Seu reto juízo (4) é renovado e expandido como uma oração. Nesta é solicitado o sentimento de alegria por ouvir a palavra de perdão de Deus e pela cura de toda angústia e aflição íntimas.
Sl-51.9
b) Aflição, e o anseio pela santidade (9-14)
O conceito adicional de pecado como separação entre o homem e Deus é então introduzido com sua ênfase dupla de angústia em vista da possibilidade de ficar fora da presença de Deus para sempre e de ser privado de Seu Santo Espírito (cfr. #1Sm 16.14), e um desejo pela saúde moral, um registro limpo, um novo coração e um espírito reto. Note-se como ele abominava a solidão (11) que foi algo excepcionalmente temido por Davi, visto sua larga e sensível simpatia para com as outras pessoas. Ele percebeu que, quando qualquer homem peca, não se trata meramente de um ato contra Deus, mas isso leva o próprio indivíduo na direção das trevas exteriores e da desgraça. Essa é a miséria egoística do inferno.
O arrependimento implica na deslocação dos desejos pecaminosos, e o salmista agora expande o positivo aspecto de sua experiência. Ele roga pela restauração da alegria para com Deus, a qual lhe fora furtada pelo pecado, e por um espírito voluntário para que sempre pratique o bem voluntariamente (12). Caso lhe sejam concedidas essas coisas, ele ficará tão aliviado e transformado que os outros pecadores poderão ser convincentemente exortados a, semelhantemente, voltar-se em arrependimento para um Deus tão gracioso (13). Além disso, se ele puder ser libertado da culpa de sangue no tangente a Urias, sua língua nunca cessaria de proclamar a fidelidade de Deus, que proporciona o verdadeiro perdão a todos os penitentes (14).
Sl-51.15
c) Verdadeira adoração (15-19)
Como repetindo tal louvor público, o salmista dá início a um cântico de expectante adoração. Seus lábios, por si mesmos, só podiam fazer confissão do erro e petição por misericórdia; porém, se Deus se dignasse falar por intermédio deles, então pronunciariam os Seus louvores. Tais louvores estabeleceriam a natureza de Deus, ou seja, que Ele tem pouco interesse e nenhum deleite nas formalidades exteriores da observância religiosa; o ritual dos sacrifícios com grande facilidade poderiam ser interpretados pelos seus praticantes como um processo de aplacamento (cfr. #Sl 50.8 e segs.). Os sacrifícios para Deus (17), isto é, aqueles que Ele aceita, são o culto de um coração contrito, livre de toda obstinação e humilde por seu próprio auto-oferecimento (cfr. #Rm 12.1-2; #Hb 9.14; #Hb 13.15).
Fonte: O Novo Comentário da Bíblia (Editora Vida Nova)
Fonte: O Novo Comentário da Bíblia (Editora Vida Nova)
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Lição 10 - O Ministério da Intercessão
Queridos irmãos estamos chegando no último mês deste trimestre, e já podemos perceber como o Senhor tem despertado sua Igreja para o buscar em oração. É maravilhoso como, após estudarmos estas lições nós passamos a ver o quanto precisamos ser aperfeiçoados como cristãos.
Abaixo deixo algumas sugestões de leitura na internet que poderão ajudar na preparação da aula para o próximo domingo, um abraço a todos!
O PODER DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA - 08/12/2002 (Lição 10/4º Trimestre de 2002)
A oração de Jeremias
O que é oração intercessória
O Poder da Intercessão - Pr. Geraldo Carneiro Filho
sábado, 20 de novembro de 2010
Aprendizagem Cooperativa
No passado, aprender significava apenas memorizar. A partir do século XVII, Comenius ampliou e atualizou este conceito. Para o “pai da didática moderna”, aprender implica, primeiramente, compreender; depois, memorizar e por fim aplicar o conhecimento recebido. Hoje, sabe-se que aprender é um processo lento, gradual e complexo. Não significa somente acumular dados na memória, mas adaptar-se satisfatoriamente às mais diversificadas situações da vida, evidenciando mudança de comportamento. Conforme lecionou Anísio Teixeira, ilustríssimo educador brasileiro, “fixar, compreender e exprimir verbalmente um conhecimento não é tê-lo aprendido. Aprender significa ganhar um modo de agir”.
O aluno aprende cooperando com o outro
O professor que incentiva a participação dos alunos em sala de aula promove a “aprendizagem cooperativa”, ou seja, a troca de experiências. Professores e alunos ajudam-se mutuamente, como parceiros no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, aprendizagem cooperativa ou colaborativa é um processo pelo qual os membros de um determinado grupo ajudam e confiam uns nos outros a fim de atingir um objetivo combinado. A sala de aula é um excelente lugar para desenvolver as habilidades de criação de um grupo.
O professor deverá enfatizar o ensino e a aplicação de estratégias de cooperação entre os alunos. O ponto de partida é reconhecer que os estudantes aprendem não apenas com o professor, mas também uns com os outros. Na Escola Dominical, isso pode ser verificado por meio de várias atividades sugeridas pelo professor, tais como trabalhos de grupos, estudos de casos ou discussões. De acordo com o que lecionou o educador americano John Dewey, “aprendemos quando compartilhamos experiências”.
O professor deverá criar situações que provoquem e estimulem a cooperação, proporcionando experiências que envolvam interação direta, dependência mútua e responsabilidade individual. Será necessário ainda, enfatizar a aprendizagem e o exercício das aptidões indispensáveis à cooperação, como a habilidade de escutar, falar, e ajudar-se mutuamente.
Características da aprendizagem cooperativa
A aprendizagem cooperativa é interativa. Como membro de um grupo o aluno deve:
a) Compartilhar um objetivo comum;
O ideal é que os próprios alunos escolham ou participem da escolha do tema do trabalho a ser desenvolvido em sala de aula, em casa ou em qualquer outro lugar. Se eles participarem da escolha do tema, é certo que também terão em mente as razões que os levarão à conclusão do trabalho. Os objetivos têm de ser partilhado com todos.
b) Compartilhar sua compreensão acerca de determinado problema;
Às vezes, de onde menos se espera é que vêm as melhores idéias, pensamentos e soluções. Há alunos que são quietos, sossegados por natureza. Quase não se ouve a voz deles, quase não se percebe sua presença na sala de aula, mas... de repente... mostram-se inteligentes, geniais, especiais. Trata-se do tão falado insight. Aquela idéia maravilhosa, compreensão clara e repentina da natureza íntima de determinado assunto, que nos vem sem que sequer percebamos. Todas as idéias, insights e soluções, devem ser compartilhados, independente de quem os tenha.
c) Responder aos questionamentos e aceitar os insights e soluções dos outros;
Nem sempre estamos preparados para aceitar as opiniões e contribuições dos outros. Imaginamos que somente nós temos boas idéias, e pensamentos dignos da consideração do grupo. Isto é, o que o outro pensa ou sabe a respeito do tema que está sendo tratado, na nossa consideração, é insipiente, incompleto ou até mesmo irrelevante.
Este tipo de comportamento é prejudicial ao relacionamento do grupo e ao resultado final do trabalho, embora seja comum em nossas classes.
d) Permitir aos outros falarem e contribuírem, e considerar suas contribuições;
Tanto o professor quanto o aluno, jamais poderão desprezar ou desconsiderar a cooperação de qualquer pessoa que seja. Pois, todos possuem saberes, informações e experiências para compartilhar.
e) Ser responsável pelos outros, e os outros serem responsáveis por ele;
No trabalho de grupo, ao mesmo tempo em que cada um é responsável por si e por aquilo que faz, também o é pelos outros e pelo que os outros fazem. A responsabilidade do resultado do trabalho é de todos.
f) Ser dependente dos outros, e os outros serem dependentes dele.
No trabalho de grupo, todos dependem de todos. Não há espaço para individualismo ou estrelismo. O trabalho de grupo é como uma edificação. Todos constroem sobre o que outros já construíram.
O aluno aprende por meio da interação em sala de aula
Na interação entre professores e alunos, supõe-se que os mestres ajudem inicialmente os estudantes na tarefa de aprender, visto que esse auxílio logo lhes possibilitará pensar com autonomia. Para aprender, o aluno precisa ter alguém ao seu lado que o acompanhe nos diferentes momentos de sua aprendizagem, esclareça suas dúvidas, ajudando-o a alcançar um nível mais elevado de conhecimento.
Por meio da interação estabelecida entre o professor e o aluno, constrói-se novos conhecimentos, habilidades, competências e significações.
Cabe ao professor conhecer seus alunos profundamente, a fim de familiarizar-se com os modos por meio dos quais eles raciocinam. Conhecendo bem o pensamento dos alunos, o mestre estará em condições de organizar a situação de aprendizagem e, sobretudo, interagir com eles, ajudando-os a elaborar hipóteses a respeito do conteúdo em pauta, mediante constante questionamento. Desta forma, os estudantes poderão, aos poucos e com os próprios esforços, formularem conceitos e noções da matéria de estudo.
Os comportamentos do professor e dos alunos estão, portanto, dispostos em uma rede de interações que envolvem comunicação e complementação de papéis, onde há expectativas recíprocas. Nessas interações é importante que o professor se coloque no lugar dos alunos para compreendê-los (empatia), ao mesmo tempo em que os alunos podem conhecer as opiniões, os propósitos e as regras que seu mestre estabelece para o grupo.
Na interação há constantes trocas de influências. O professor, a cada momento, procura entender as motivações e dificuldades dos aprendizes, suas maneiras de sentir e reagir diante de certas situações, fazendo com que as interações em sala de aula continuem de modo produtivo, superando os obstáculos que surgem no processo de construção partilhada de conhecimentos. Assim, comportamentos como perguntar, expor, incentivar, escutar, coordenar, debater, explicar, ilustrar e outros podem ser expressos pelos alunos e pelo professor numa rede de participações onde as pessoas consideram-se reciprocamente, como interlocutores que constroem o conhecimento pelo diálogo.
Marcos Tuler é pastor, pedagogo, escritor e reitor da Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia - FAECAD.
Fonte: http://www.cpad.com.br/escoladominical/posts.php?s=51&i=432
O aluno aprende cooperando com o outro
O professor que incentiva a participação dos alunos em sala de aula promove a “aprendizagem cooperativa”, ou seja, a troca de experiências. Professores e alunos ajudam-se mutuamente, como parceiros no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, aprendizagem cooperativa ou colaborativa é um processo pelo qual os membros de um determinado grupo ajudam e confiam uns nos outros a fim de atingir um objetivo combinado. A sala de aula é um excelente lugar para desenvolver as habilidades de criação de um grupo.
O professor deverá enfatizar o ensino e a aplicação de estratégias de cooperação entre os alunos. O ponto de partida é reconhecer que os estudantes aprendem não apenas com o professor, mas também uns com os outros. Na Escola Dominical, isso pode ser verificado por meio de várias atividades sugeridas pelo professor, tais como trabalhos de grupos, estudos de casos ou discussões. De acordo com o que lecionou o educador americano John Dewey, “aprendemos quando compartilhamos experiências”.
O professor deverá criar situações que provoquem e estimulem a cooperação, proporcionando experiências que envolvam interação direta, dependência mútua e responsabilidade individual. Será necessário ainda, enfatizar a aprendizagem e o exercício das aptidões indispensáveis à cooperação, como a habilidade de escutar, falar, e ajudar-se mutuamente.
Características da aprendizagem cooperativa
A aprendizagem cooperativa é interativa. Como membro de um grupo o aluno deve:
a) Compartilhar um objetivo comum;
O ideal é que os próprios alunos escolham ou participem da escolha do tema do trabalho a ser desenvolvido em sala de aula, em casa ou em qualquer outro lugar. Se eles participarem da escolha do tema, é certo que também terão em mente as razões que os levarão à conclusão do trabalho. Os objetivos têm de ser partilhado com todos.
b) Compartilhar sua compreensão acerca de determinado problema;
Às vezes, de onde menos se espera é que vêm as melhores idéias, pensamentos e soluções. Há alunos que são quietos, sossegados por natureza. Quase não se ouve a voz deles, quase não se percebe sua presença na sala de aula, mas... de repente... mostram-se inteligentes, geniais, especiais. Trata-se do tão falado insight. Aquela idéia maravilhosa, compreensão clara e repentina da natureza íntima de determinado assunto, que nos vem sem que sequer percebamos. Todas as idéias, insights e soluções, devem ser compartilhados, independente de quem os tenha.
c) Responder aos questionamentos e aceitar os insights e soluções dos outros;
Nem sempre estamos preparados para aceitar as opiniões e contribuições dos outros. Imaginamos que somente nós temos boas idéias, e pensamentos dignos da consideração do grupo. Isto é, o que o outro pensa ou sabe a respeito do tema que está sendo tratado, na nossa consideração, é insipiente, incompleto ou até mesmo irrelevante.
Este tipo de comportamento é prejudicial ao relacionamento do grupo e ao resultado final do trabalho, embora seja comum em nossas classes.
d) Permitir aos outros falarem e contribuírem, e considerar suas contribuições;
Tanto o professor quanto o aluno, jamais poderão desprezar ou desconsiderar a cooperação de qualquer pessoa que seja. Pois, todos possuem saberes, informações e experiências para compartilhar.
e) Ser responsável pelos outros, e os outros serem responsáveis por ele;
No trabalho de grupo, ao mesmo tempo em que cada um é responsável por si e por aquilo que faz, também o é pelos outros e pelo que os outros fazem. A responsabilidade do resultado do trabalho é de todos.
f) Ser dependente dos outros, e os outros serem dependentes dele.
No trabalho de grupo, todos dependem de todos. Não há espaço para individualismo ou estrelismo. O trabalho de grupo é como uma edificação. Todos constroem sobre o que outros já construíram.
O aluno aprende por meio da interação em sala de aula
Na interação entre professores e alunos, supõe-se que os mestres ajudem inicialmente os estudantes na tarefa de aprender, visto que esse auxílio logo lhes possibilitará pensar com autonomia. Para aprender, o aluno precisa ter alguém ao seu lado que o acompanhe nos diferentes momentos de sua aprendizagem, esclareça suas dúvidas, ajudando-o a alcançar um nível mais elevado de conhecimento.
Por meio da interação estabelecida entre o professor e o aluno, constrói-se novos conhecimentos, habilidades, competências e significações.
Cabe ao professor conhecer seus alunos profundamente, a fim de familiarizar-se com os modos por meio dos quais eles raciocinam. Conhecendo bem o pensamento dos alunos, o mestre estará em condições de organizar a situação de aprendizagem e, sobretudo, interagir com eles, ajudando-os a elaborar hipóteses a respeito do conteúdo em pauta, mediante constante questionamento. Desta forma, os estudantes poderão, aos poucos e com os próprios esforços, formularem conceitos e noções da matéria de estudo.
Os comportamentos do professor e dos alunos estão, portanto, dispostos em uma rede de interações que envolvem comunicação e complementação de papéis, onde há expectativas recíprocas. Nessas interações é importante que o professor se coloque no lugar dos alunos para compreendê-los (empatia), ao mesmo tempo em que os alunos podem conhecer as opiniões, os propósitos e as regras que seu mestre estabelece para o grupo.
Na interação há constantes trocas de influências. O professor, a cada momento, procura entender as motivações e dificuldades dos aprendizes, suas maneiras de sentir e reagir diante de certas situações, fazendo com que as interações em sala de aula continuem de modo produtivo, superando os obstáculos que surgem no processo de construção partilhada de conhecimentos. Assim, comportamentos como perguntar, expor, incentivar, escutar, coordenar, debater, explicar, ilustrar e outros podem ser expressos pelos alunos e pelo professor numa rede de participações onde as pessoas consideram-se reciprocamente, como interlocutores que constroem o conhecimento pelo diálogo.
Marcos Tuler é pastor, pedagogo, escritor e reitor da Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia - FAECAD.
Fonte: http://www.cpad.com.br/escoladominical/posts.php?s=51&i=432
Homilética para professores da Escola Dominical
A atividade docente na EBD tem sido marcada por uma exigência cada vez maior por parte dos alunos quanto a qualidade não só do conteúdo da aula, mas também quanto a maneira com que esta aula é desenvolvida e aplicada. A homilética vem exatamente prover meios para que tais exigências sejam atendidas.
IV d C, foi o de orientar pregadores e mestres na dissertação de seus discursos e ensinos, através de princípios, fazendo simultaneamente que despertassem e tivessem uma idéia dos erros e falhas que cometiam.
Dez processos para preparação de uma aula da EB
“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes”. Tiago 1.22b
1. Preparo espiritual: É de sua importância o professor separar um tempo no decorrer da semana para oração e consagração, no intuído de Deus lhe conduzir com sabedoria e discernimento bíblico durante o preparo da aula.
2. Interseção: É fundamental o professor interceder pelo pastor, o Gestor da EB, e principalmente pelos seus alunos e seus familiares, para que todo impedimentos e ciladas satânicas sejam aniquilados pelo poder de Deus.
3. Leia o material: O professor deve ler toda revista todos os dias, em sintonia com as passagens bíblicas, em prol de obter uma dimensão da temática da aula, e possíveis formas para ministra – lá.
4. Material de apoio: Durante o processo de elaboração da aula, o professor se depara com muitos termos bíblicos e passagens geográficas desconhecidas, por isso é de grande valia o professor consultar um bom dicionário bíblico e secular, mapas geográficos e bíblias com outras traduções, para sanar possíveis objeções.
5. Objetivos: O professor após estudar a matéria deve determinar quais os objetivos e resultados que pretende transmitir e alcançar na vida do aluno, e a partir dessa meta, conduzir toda sua aula para o atingimento desse propósito.
6. Recursos: O professor deve separar todo recurso didático e pedagógico que pretende utilizar em aula como: jornais, mapas, dicionários, dinâmicas, flip chart, projetor de imagem, vídeo, livros entre outros.
7. Durabilidade: O professor deve separar no mínimo 2 horas por dia dedicadas exclusivamente ao estudo sistemático da palavra, para consagração e escolha dos recursos didáticos e pedagógicos que serão utilizados em sua aula.
8. Aplicabilidade: o professor deve escolher o método de aula que mais se encaixe no contexto da lição, e, por conseguinte, determinar o momento adequado que os recursos didático-pedagógico serão aplicados na aula.
9. Revisão: o professor deve revisar toda sua lição, verificando possíveis informações não vista, adequando métodos ou alterando recursos.
10. Direcionamento: a sintonia com Deus deve ser meta constante do professor deve, ele deve depender exclusivamente da sabedoria e discernimento de Deus, para que por intermédio da sua grandeza conduzir a sua aula com eficácia.
Estas são algumas dicas dentre centenas que existe, entretanto destacamos aquelas cuja importância é fundamental, portanto professor se você deseja ter crescimento e maturidade espiritual na vida de seus alunos, deve seguir com disciplinas estas recomendações, e acima de tudo ter a direção de Deus.
Autor: Jhunior Silva
terça-feira, 16 de novembro de 2010
A ORAÇÃO DE JESUS POR TODOS OS SEUS – João 17.24-26
– Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo.
– Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste.
– Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja.
24 A oração aproxima-se do fim. Nesse momento, porém, ela também atinge seu majestoso clímax. ―Pai, aquilo que me deste. Jesus contempla agora todos os seus até o fim dos tempos. Ele vê a ―grande multidão… (Ap 7.9),o fruto maduro de sua obra. Por ser ela o ―salário de suas dores, a prece de Jesus pode tornar-se um ―quero: ―Quero que onde eu mesmo estou, estejam também comigo aqueles, para que vejam a minha glória. Por trás de toda oração genuína existe uma vontade clara. Quando uma pessoa que ora de fato não ―quer mais algo, sua oração se torna mera falação. Contudo, enquanto nós precisamos condicionar nosso querer, mesmo o mais puro, à vontade de Deus, prontos para o arrependimento, Jesus pode ter tanta certeza da unidade com Deus que pode afirmar: ―Pai, eu quero. O Filho tem a liberdade de dizer ao Pai o que ―quer com a máxima seriedade de seu amor. Ele não tem apenas um interesse temporário e instável pelos seus. Com amor pleno, ele ―quer a comunhão indissolúvel e completa com eles. Nesse querer ele tem a certeza de que essa é também a vontade incondicional do Pai. É para isso que o Pai lhe ―deu essas pessoas, separando-as do mundo. O que inicialmente era exigência a seus discípulos: ―Onde eu estou, ali estará também o meu servo (Jo 12.26), torna-se agora promessa de vida eterna: ―que, onde eu mesmo estou, estejam comigo também aqueles. É nessa situação que ―vêem a sua glória. Até o aperfeiçoamento na eternidade, o ser humano como criatura persiste na situação de não conseguir encontrar a vida e a alegria em si mesmo. O ser humano precisa ter algo para ―ver. Contudo, como tudo isso continua sendo transitório e precário! Estaremos eternamente realizados e repletos de alegria indizível (1Pe 1.8), quando virmos a glória de Jesus de forma desvelada, a glória que procede do amor eterno de Deus.
Isso não é algo completamente novo para os discípulos de Jesus! Já na sua vida atual vale o que diz Jo 1.14: ―Vimos sua glória. Porém, o que até agora não passava de um começo, torna-se cumprimento pleno. Nessa afirmação a glória de Jesus não é apenas um resplendor indefinido e brilhante. Jesus sentado à direita de Deus sobre o trono do mundo, Jesus retornando para arrebatar e aperfeiçoar sua igreja (1Ts 4.13-17), Jesus derrubando o poder mundial anticristão com o hálito de sua boca (2Ts 2.8; Ap 19.11-16), Jesus governando sacerdotalmente com os seus (Ap 20.4-6), Jesus realizando o juízo sobre o mundo (Ap 20.11-15), Jesus entregando ao Pai uma criação redimida após completar sua obra (1Co 15.28): tudo isso deve estar diante de nós quando Jesus diz: ―minha glória.
Contudo, tampouco o Filho possui essa glória em si mesmo como propriedade sua, e nem quer possuí-la dessa maneira. Somente a tem como uma glória ―que me conferiste. A razão, porém, para essa concessão por parte do Pai reside no Seu próprio amor: ―porque me amaste antes da fundação do mundo. Nesse último diálogo com o Pai o pensamento do Filho chega até aquele ―princípio com o qual o próprio evangelho começa em Jo 1.1. Nesse amor ele também estará abrigado quando o clamor do abandono por Deus em prol dos pecadores brota de seu coração.
25 Mais uma vez acrescenta-se um adjetivo ao singelo nome do Pai: ―Pai justo. Precisamente quando se fala do amor de Deus é preciso testemunhar que esse amor jamais se separa da ―justiça. O ―Pai justo rejeita o pecado de forma incondicional. Foi isso que ―o mundo ―não reconheceu, porque não quer conhecê-lo. A unidade de justiça e amor (e por isso também de ―amor e ―ira de Deus) permanece incompreensível para nós até que a reconheçamos na cruz de Jesus, para o nosso juízo e a nossa salvação. ―Pai justo, e o mundo não te reconheceu; eu, porém, te reconheci, e também esses reconheceram que tu me enviaste. Jesus ―reconheceu a Deus justamente no tocante à sua santidade, à sua ―justiça, que tornou a entrega do único Filho e sua exaltação na cruz necessária para satisfazer seu amor pelo mundo dos perdidos. Esse ―reconhecer por parte de Jesus não se limitou a uma contemplação teórica, mas o conduziu em todo o caminho da encarnação até a morte na cruz. Conseqüentemente, os discípulos por sua vez ―reconheceram o envio de Jesus justamente na cruz. É óbvio que com relação à palavra de Jesus em Jo 16.31s temos de afirmar: Jesus antecipa na oração o ―reconhecimento nos discípulos depois da cruz e ressurreição. Desde então, porém, isso não era uma mera teoria teológica para eles, mas transformou-os nas testemunhas que empenharam sua alma em prol de um mundo perdido.
26 Os discípulos não produzem esse ―reconhecer de si mesmos. Ele brota do ―fazer conhecer da parte de Jesus: ―E eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer. Como deve acontecer um ―reconhecimento genuíno, é novamente o ―nome de Deus que está sendo dado a conhecer (cf. o comentário ao v. 6). Os discípulos não apenas sabem ―que existe um Deus, mas têm o privilégio de saber como Deus se chama, ou seja, quem Deus é. Deus lhes foi ―apresentado e ―tornado conhecido. Tratam a Deus corretamente por Seu nome e por isso não falam com o vazio. A revelação que Jesus lhes trouxe não é mística e sentimental, mas uma palavra explícita. Ao acrescentar: ―e ainda o farei conhecer, Jesus pensa no fato de que, apesar de sua nitidez, o reconhecimento de Deus nunca é mera posse, pois o Deus vivo não é um objeto do mundo, do qual eu disponho tão logo o reconheça. Preciso que Jesus me apresente o nome de Deus constantemente, porque esse nome está ameaçado continuamente ameaçado de submergir no barulho do mundo e de ser obscurecido pela escuridão de meu próprio coração. Simultaneamente, o nome de Deus está carregado de uma riqueza tão infinita e de uma profundeza tão impossível de encerrar que o ―fazer conhecer é interminável. Cabe-nos lembrar também que esse ―fazer conhecer o nome de Deus prossegue no serviço apostólico dos discípulos e por isso Jesus o considera como sua própria obra futura nesse último diálogo com o Pai. Quando pessoas aceitam a fé por meio da palavra dos discípulos (v. 20), então o próprio Jesus tornou o nome do Pai conhecido nessa palavra.
A guinada, inicialmente surpreendente, dessa última palavra de oração de Jesus demonstra em seu término que se trata muito pouco de um reconhecimento teórico que posso obter teologicamente em livros. Jesus tornou conhecido o nome de Deus e continuará a divulgá-lo de modo mais amplo e profundo, ―a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. Para o israelita, ―reconhecer e ―amar era coisas estreitamente ligadas. Empregava o termo ―conhecer para o amor conjugal (Gn 4.1; 4.17). Quando se ―reconhece alguém, acontecem ligações substanciais. Quando por meio de Jesus os discípulos reconhecem o ―nome do Pai, seu verdadeiro ser, então o amor com que Deus ama seu Filho também flui para o coração deles. Do mesmo modo, Jesus não permanece diante deles como ―Mestre, mas os ensina de tal modo que ele próprio entra neles e vive dentro deles. No entanto, isso não acontece por meio de uma fusão mística, mas pelo Espírito Santo. Jesus continua sendo uma pessoa e o Senhor. Os discípulos continuam sendo pessoas independentes, e, apesar disso, Cristo vive neles e determina todo o seu pensar, falar e agir.
A ORAÇÃO DE JESUS POR SEUS DISCÍPULOS FUTUROS – João 17.20-23
– Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra,
– a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles [um] em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.
22 – Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos:
– Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.
20 Jesus não podia orar em favor do ―mundo como tal. Apesar disso, sua oração não se restringe ao pequeno grupo de seus discípulos, porque ―discípulos são ao mesmo tempo ―apóstolos, enviados para dentro do mundo. E, apesar de toda a rejeição e ódio, esse envio não será em vão. Os discípulos criarão fé por intermédio de sua proclamação! É esse grande acontecimento, que começará em Jerusalém e depois passará pela Judéia e Samaria até os confins da terra (At 1.8), que Jesus vê à sua frente na oração. Por isso ele prossegue: ―Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra. Então será encontrado o que Jesus procurou em Israel durante sua estada na terra, mas achou apenas em poucos: a fé que se entrega em confiança e obediência. Sobre essa fé vale o que Jesus disse em Jo 12.44: ―Quem crê em mim crê, não em mim, mas naquele que me enviou. Essa ―fé em Jesus é verdadeira ―fé em Deus. A ―palavra dos discípulos será tão poderosa que criará esse tipo de fé.
21 As pessoas que vêm à fé por intermédio da palavra dos enviados, porém, não são pessoas isoladas que permanecem solitárias. Imediatamente elas se tornam ―igreja. Isso é tão básico que nem sequer precisa ser mencionado ou estabelecido como alvo dos crentes. Contudo, Jesus conhece nossa dificuldade para permanecermos num relacionamento verdadeiro uns com os outros, e como toda comunhão humana está constantemente ameaçada, inclusive a comunhão dos fiéis na ―igreja. Por isso sua intercessão pelo grande número de futuros discípulos dirige-se justamente à unidade dos seus. ―A fim de que sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. Jesus não considera a unidade organizacional, que pode ser mantida com instrumentos de poder. Mas tampouco se trata apenas de uma unidade de idéias afins ou uma coligação com base em sentimentos convergentes. Não, a unidade que Jesus pede para a igreja tem como paradigma e origem a unidade do Pai e do Filho no Espírito Santo. Essa unidade nos é continuamente demonstrada no agir e falar de Jesus. Ela é caracterizada pela liberdade e integralidade, mediante uma preservação nítida e intencional das diferenças. Jesus pode afirmar: ―Eu e o Pai somos um (Jo 10.30). Ainda assim o Filho continua sendo integralmente aquele que espera, roga e obedece, ao passo que o Pai é totalmente aquele que envia, ordena, atende e concede. Porém justamente nessa distinção vive o amor que une o Pai e o Filho. É assim que Jesus deseja a unidade de sua igreja. Ele vê diante de si a grande multidão dos que crêem, em plena multiformidade. Por isso ele diz que ―todos devem ser um. Esses ―todos podem e devem permanecer o que são, até mesmo nas suas diferentes espécies, maturidades, percepções. Porém é exatamente nessa diversidade que o amor atua, suprindo as carências de uns com os dons e as forças dos demais, gerando assim aquele ―edificar-se uns aos outros, ―consolar-se uns aos outros, ―exortar-se uns aos outros (Cl 3.16; 1Ts 4.18; 5.11) pelos quais ―vive a igreja.
Jesus tem um interesse tão intenso nessa unidade que roga mais uma vez por ela: ―A fim de que também eles sejam um em nós. O texto grego de Nestle não traz aqui a palavra ―um. Porém ela é apresentada pela Koiné, pelo Sinaiticus e outros manuscritos. Ele se torna imprescindível na seqüência da frase sobretudo após o ―também eles. Se o texto tivesse a intenção de afirmar que os discípulos ―estariam no Pai e no Filho por intermédio de sua unidade uns com os outros, a frase teria de ser simplesmente: ―a fim de que estejam em nós. Acontece, porém, que Jesus roga que ―também seus discípulos tenham a mesma unidade que liga o próprio Filho com o Pai. Ademais, Jesus acrescenta uma palavra breve, porém decisiva: a palavra ―em nós. Os discípulos jamais possuem essa unidade em si mesmos, em sua própria força de comunhão ou em seus laços de afeto pessoais. Somente ―em nós, como vides na videira, eles também possuirão a unidade uns com os outros. Desse modo, porém, eles também a possuem de fato.
Essa unidade não é importante apenas para os discípulos em si, mas possui um significado crucial para seu serviço. Ela se torna testemunho eficaz: ―para que o mundo creia que tu me enviaste. Quanta responsabilidade repousa, portanto, sobre a igreja de Jesus! O mundo anseia consciente e inconscientemente por unidade genuína, por comunhão real. Quando ele constata nos discípulos de Jesus que a unidade e a comunhão livre e plena estão sendo vividas com amor abnegado, a fé de que o Criador desse tipo de irmandade de fato é enviado por Deus pode irromper livremente no mundo. Inversamente, porém, toda a desunião dos discípulos dificulta a fé em Jesus. O envio de Jesus parece ser refutado quando a mesma desunião e o mesmo desamor que o mundo conhece de sobra predominam em Sua igreja.
―Para que o mundo creia…, será que isso não contradiz o que foi dito em Jo 14.17,22; 15.18s; 17.9 a respeito da perdição incorrigível do mundo? Afinal, não é justamente nisso que o ―mundo jamais poderá ―crer? No entanto, a palavra ―o mundo não possui sentido estatístico, da mesma forma como a palavra ―todos na promessa de Jesus de que atrairia a ―todos para junto de si após a sua exaltação(cf. Jo 12.32). O que Jesus afirmou acerca do ―mundo permanece válido. Contudo, pessoas que são ―mundo chegam a crer em Jesus e desse modo pertencem aos que Jesus ―escolheu para fora do mundo. E isso realmente acontece ―em todo o mundo, de forma que a partir daí pode-se dizer, de forma sucinta, ―para que o mundo creia…
22 Para Jesus, a unidade dos seus é algo tão premente que ele não consegue desprender sua oração dela. Naturalmente não nos será fácil acompanhar agora de fato a Sua oração. Nesse momento, essa oração está unindo o que nos parece ser extremamente divergente. ―Eu mesmo lhes tenho transmitido a glória que me tens dado. A ―glória não é uma palavra do futuro distante? Não é justamente por isso que o Filho a pede como dádiva da perfeição vindoura dos seus, para que ―vejam a sua glória (v. 24)? E agora Jesus diz isso no pretérito perfeito: ele já concedeu essa glória aos discípulos. Porventura o futuro já é presente, para não obstante imediatamente continuar sendo futuro? É exatamente isto! E precisamente o Filho de Deus em oração é capaz de vê-lo desse modo. É verdade, ele lhes proferiu a palavra do Pai, ele os deixou ver o Pai nele mesmo. Ele os atraiu consigo para dentro do amor que liga Pai e Filho, Filho e Pai. Tudo isso é sua ―glória. De fato não a guardou para si, porém a ―transmitiu aos discípulos, ainda que neste momento nem sequer captem essa dádiva, e que a espelharão somente no decorrer de sua vida de discípulos com o rosto descoberto.
23 É precisamente essa glória concedida aos discípulos que gera a sua unidade: ―para que sejam um, como nós o somos: Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade. A unidade não é um alvo ideal que os discípulos precisam alcançar com esforços próprios. Não lhes cabe primeiro ―criar a unidade. Pelo fato de que o Único está ―neles como seu Senhor e Redentor, a união nele já lhes foi presenteada. E pelo fato de que, por sua vez, o Pai está ―em Jesus, concretiza-se aquela ―unidade perfeita que une Deus e seres humanos em Jesus e viabiliza o alvo de toda a história: ―que Deus seja tudo em todos (1Co 15.28). Essa unidade com Deus, essa vida a partir de Deus e para Deus é ―a glória que o Pai concedeu ao Filho e que agora Jesus tornou a ―conceder a seus discípulos. Ela foi ―dada, está aí: a qualquer momento pode-se viver a partir dessa unidade perfeita. E ao mesmo tempo não deixa de ser o alvo da intercessão de Jesus, que se empenha pela unidade dos seus.
Também nesse instante o olhar do ―Redentor do mundo passa da condição dos próprios discípulos para o alvo de seu envio: ―para que o mundo reconheça que tu me enviaste. Contudo, essa unidade dos discípulos, que não é meramente unidade entre os humanos, mas união em Deus, não demonstra apenas o envio autorizado de Jesus, mas igualmente o amor do Pai aos discípulos. Jesus suplica pela unidade de seus discípulos também ―para que o mundo reconheça que os amaste (os discípulos), como também amaste a mim. Unicamente pessoas amadas por Deus são libertas, em razão dessa condição, do medo por si mesmas, e, conseqüentemente, são capazes de também amarem aos outros. Nas chamas do amor de Deus incendeia-se o verdadeiro amor entre os discípulos, o qual os congrega na unidade. E vice-versa: esse amor entre os discípulos torna o amor de Deus perceptível até mesmo aos olhos do mundo.
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