domingo, 31 de outubro de 2010

O Segredo da Oração Respondida

Anatoli Levitin, um escritor e historiador russo, passou anos numa prisão na Sibéria onde as petições a Deus pareciam ficar congeladas no chão. Contudo, ele voltou muito bem ajustado espiritualmente. "O maior milagre de todos é a oração", ele escreveu. "Eu preciso apenas me voltar mentalmente para Deus e imediatamente sinto uma força que toma conta de minha alma, de todo o meu ser. O que é isso? Onde eu, um homem velho e insignificante, cansado da vida, pode obter essa força que me renova e me salva, elevando-me acima da terra? Ela vem de fora de mim, e não há poder no mundo que possa resistir a ela".
Veremos aqui como a oração pode nos ajudar a edificar uma forte relação com Deus e uma vida cristã vibrante.
1. CONVERSANDO COM DEUS
Como podemos ter certeza de que Deus nos ouve quando oramos?
"Então vocês clamarão a Mim, virão ORAR A MIM, e EU OS OUVIREI. Vocês Me procurarão e Me acharão quando Me procurarem de todo o coração". Jeremias 29:12, 13. (A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos deste artigo são da Nova Versão Internacional da Bíblia [NVI].).
Que certeza Jesus nos dá de que Ele nos ouve e responde as orações?
"Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta". Lucas 11:9
A oração é uma conversa que envolve falar e ouvir. É isso o que Jesus promete:
"Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo". Apocalipse 3:20
Como é possível se sentar e ter uma boa conversa de hora de jantar com Cristo?
Primeiramente, contando para Ele em oração o que se passa em nosso coração. Segundo, ouvindo atentamente. Ao meditarmos em oração, Deus pode falar diretamente a nós. E, ao lermos a Palavra de Deus em devoção, Deus falará a nós através de suas páginas.
A oração pode se tornar um estilo de vida para o cristão.
"OREM CONTINUAMENTE. Dêem graças em toda as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus". I Tessalonicenses 5:17, 18.
Como podemos orar "continuamente"? Precisamos ficar de joelhos todo o tempo ou repetir continuamente frases de adoração e petição? Claro que não. Devemos viver tão intimamente ligados a Jesus que possamos ter liberdade para falar com Ele a qualquer hora, em qualquer lugar.
Uma das melhores maneiras de desenvolver esse tipo de relação íntima é aprender a meditar enquanto oramos.
"Seja-lhe agradável a minha meditação, pois no Senhor tenho alegria". Salmo 104:34
Não ore falando rapidamente a sua lista de pedidos. Espere. Ouça. Um pouco de reflexão durante a oração pode enriquecer grandemente seu relacionamento com Deus.
"Aproximem-se de Deus, e Ele se aproximará de vocês!" Tiago 4:8
Quanto mais perto chegarmos de Jesus, mais seremos capazes de experimentar Sua presença. Por essa razão, continue sempre a falar com Jesus através de seus pensamentos. Não se preocupe em falar as palavras certas, apenas fale honesta e abertamente com Ele. Fale sobre tudo. Ele teve que passar pela própria agonia da morte para poder se tornar seu Amigo Íntimo.
2. COMO ORAR
Quando você se engajar na oração, talvez deseje seguir o esboço da Oração do Senhor, o modelo de oração ensinado por Jesus a Seus discípulos em resposta ao pedido: "Senhor, ensina-nos a orar".
"Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino; seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém". Mateus 6:9-13
De acordo com o padrão que Jesus deu em Sua oração, devemos ir a Deus como nosso Pai celestial. Peça-Lhe que Sua vontade tome conta de seu coração da mesma forma que essa vontade é feita nos céus. Nós O buscamos para saciar nossas necessidades físicas, obter perdão, e para ter uma atitude de perdão para com os outros. Lembre-se que nossa capacidade de resistir ao pecado vem de Deus. A oração de Cristo termina com expressões de louvor.
Em outra ocasião, Jesus instruiu Seus discípulos a orarem ao Pai "em Meu nome" (João 16:22), isso é, para orar em harmonia com os princípios de Jesus. Essa é a razão pela qual os cristãos normalmente terminam suas orações com as palavras: "Em nome de Jesus, Amém!" O amém é uma palavra hebraica que significa "Assim seja!".
Apesar de a Oração do Senhor nos dar diretrizes sobre o que orar e como formular uma oração, nossa comunicação com Deus funciona melhor como uma composição espontânea de nosso coração.
Podemos orar sobre qualquer coisa. Deus nos convida a orar pelo perdão de nossos pecados (I João 1:9), pelo aumento de nossa fé (Marcos 9:24), pelas necessidades da vida (Mateus 6:11), pela cura do sofrimento e da dor (Tiago 5:15), e pelo derramamento do Espírito (Zacarias 10:1). Jesus nos assegura que podemos levar todas as nossas necessidades e preocupações a Ele; nada é muito pequeno que não seja motivo de oração.
"Lancem sobre Ele toda a sua ansiedade, porque Ele tem cuidado de vocês". I Pedro 5:7
Nosso Salvador está interessado em cada detalhe de nossas vidas. Seu coração fica feliz quando nossos corações O alcançam em amor e fé.
3. A ORAÇÃO PARTICULAR
A maioria de nós tem coisas que hesitamos em compartilhar até mesmo com nossos amigos mais íntimos. Por essa razão, Deus nos convida a aliviarmos nossas cargas em oração particular: conversa de um para um com Ele. Não é que Ele precisa de qualquer informação. O Todo-Poderoso conhece nossos medos mais secretos, nossos motivos mais escondidos, e ressentimentos enterrados no profundo de nosso ser, ainda melhor do que nós mesmos. Mas precisamos abrir nosso coração Àquele que nos conhece intimamente e nos ama infinitamente. A cura pode começar quando Jesus tem acesso às nossas feridas.
Quando oramos, Jesus, nosso Sumo Sacerdote, está próximo a nós para nos ajudar:
"… Temos… Alguém que, como nós, PASSOU POR TODO TIPO DE TENTAÇÃO, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade". Hebreus 4:15, 16
Você se sente ansioso, estressado ou culpado? Coloque tudo diante do Senhor. Só assim, então, Ele pode suprir todas as nossas necessidades.
Deveríamos ter algum lugar especial para termos nossa oração particular?
"Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que... o recompensará". Mateus 6:6
Em acréscimo à oração que podemos fazer enquanto andando pela rua, trabalhando, ou usufruindo uma reunião social, cada cristão deveria estabelecer um momento especial para a oração pessoal e estudo da Bíblia. Faça seu encontro diário com Deus num momento no qual você se sinta mais atento e possa se concentrar melhor.
4. ORAÇÃO PÚBLICA
Orar com outras pessoas cria uma união especial e convida o poder de Deus a atuar de uma maneira especial.
"Pois onde se reunirem dois ou três em Meu nome, ali eu estou no meio deles". Mateus 18:20.
Uma das maiores coisas que podemos fazer como família é desenvolver uma vida conjunta de oração. Mostre para seus filhos que levamos nossas necessidades diretamente a Deus. Eles irão se entusiasmar com Deus ao perceberem Suas respostas nos detalhes práticos da vida. Faça do culto familiar um momento alegre e relaxado de se compartilhar a vida entre todos.
5. OS SETE SEGREDOS DA ORAÇÃO RESPONDIDA
Quando Moisés orou, o Mar Vermelho se dividiu. Quando Elias orou, fogo desceu dos céus. Quando Daniel orou, um anjo fechou a boca dos leões. A Bíblia nos apresenta muitos relatos de orações respondidas. E ela nos recomenda a oração como a forma de nos apoderarmos do poder infinito de Deus. Jesus promete:
"O que vocês pedirem em Meu nome, Eu farei". João 14:14
Ainda assim, algumas orações parecem que não foram percebidas. Por quê? Aqui estão sete princípios que ajudarão você a orar mais eficientemente:
(1) MANTENHA-SE LIGADO A CRISTO
"SE VOCÊS PERMANECEREM EM MIM, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem e lhes será concedido" João 15:7
Quando priorizamos nosso relacionamento com Deus e nos mantemos sempre em contato com Ele, estaremos ouvindo e buscando respostas para nossas orações que, de outra maneira, passariam despercebidas.
(2) MANTENHA A CONFIANÇA EM DEUS
"E tudo o que pedirem em oração, SE CREREM, vocês receberão". Mateus 21:22
Crer ou ter fé significa que estamos realmente esperando que nosso Pai celestial supra nossas necessidades. Se você está preocupado por falta de fé, lembre-se de que nosso Salvador fez um milagre em favor de um homem que clamava em desespero:
"Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade!" Marcos 9:24
Concentre-se apenas no exercício da fé que você JÁ tem; não se preocupe com a fé que você AINDA NÃO tem.
(3) SUBMETA-SE HUMILDEMENTE À VONTADE DE DEUS
"Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa DE ACORDO COM A VONTADE DE DEUS, Ele nos ouvirá". I João 5:14
Lembre-se que Deus deseja nos ensinar algo na oração, além de nos conceder coisas. Por isso, algumas vezes Ele diz: "Não"; algumas vezes Ele nos conduz noutra direção. A oração é uma maneira de conseguirmos mais e mais intimidade com a vontade de Deus. Precisamos estar sensíveis às respostas de Deus e aprender delas. Manter um registro de pedidos específicos e as respostas recebidas é de grande utilidade.
O Espírito Santo ajudará você a pedir corretamente, pois "o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus" (Romanos 8:27). Lembre-se que nossa vontade sempre seria igual a vontade de Deus se pudéssemos ver o que Ele vê.
(4) ESPERE PACIENTEMENTE EM DEUS
"Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro". Salmo 40:1, Edição Almeida Revista e Atualizada, 2a edição.
O ponto principal aqui é manter sua mente em Deus, manter seu foco na solução que Ele dá. E não peça a ajuda de Deus num momento, e no momento seguinte você tenta afogar suas mágoas buscando algum tipo de prazer. Espere pacientemente pelo Senhor; precisamos muito dessa disciplina em nossa vida.
(5) NÃO SE AGARRE A ALGUM PECADO ACARICIADO.
"Se eu ACALENTASSE O PECADO NO MEU CORAÇÃO, o Senhor não me ouviria". Salmo 66:18.
Pecados acariciados impedem a atuação do poder de Deus em nossa vida; isso nos separa de Deus (Isaías 59:1, 2). Você não pode agarrar o pecado com uma mão e buscar a ajuda divina com a outra. Uma confissão e arrependimento sinceros solucionam esse problema.
Se não estivermos dispostos a permitir que Deus nos liberte dos pensamentos, palavras e atos maus, nossas orações não serão eficientes.
"Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres". Tiago 4:3.
Deus não vai responder "sim" às suas orações egoístas.
Mantenha os ouvidos abertos à lei de Deus e Sua vontade, e Ele manterá os ouvidos abertos às Suas petições.
"Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações são detestáveis". Provérbios 28:9.
(6) SINTA A NECESSIDADE DE DEUS
Deus responde àqueles que pedem por Sua presença e poder em suas vidas.

"Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos". Mateus 5:6
(7) PERSEVERE EM ORAÇÃO
Jesus ilustrou a necessidade de perseverar em nossos pedidos através da história de uma viúva insistente que sempre trazia seu pedido diante de um juiz. Finalmente, o juiz disse em exasperação: "Está viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça". Então, Jesus concluiu: "Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar?" (Lucas 18:5, 7).

Discuta todas as suas necessidades, esperanças e sonhos com Deus. Peça por alguma bênção em particular, por ajuda nos momentos de necessidade. Continue buscando, continue ouvindo, até que você aprenda algo da resposta de Deus.
6. OS ANJOS SUPREM A NECESSIDADE DAQUELES QUE ORAM
O salmista se regozijou com o ministério dos anjos do Senhor por suas orações terem sido respondidas:
"Busquei ao Senhor, e Ele me respondeu; livrou-me de todos os meus temores... O anjo do Senhor é sentinela ao redor daqueles que o temem, e os livra". Salmo 34:4, 7
Quando oramos, Deus envia anjos como resposta às nossas orações (Hebreus 1:14).
Por causa de nossas orações:
"Perto está o Senhor. Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus". Filipenses 4:5-7
7. O ESTILO DE VIDA CRISTÃO
A Bíblia descreve um estilo de vida cristão bem peculiar. De acordo com Efésios 4:22-24, o cristão deve "despir-se" do antigo estilo de vida que é resultado de "desejos enganosos" e "revestir-se" do novo estilo de vida, que é o de ser "criado para ser semelhante a Deus". Nessa passagem e na Lição 6, descobrimos que no novo nascimento, somos "re-criados" para sermos um tipo diferente de pessoa em Cristo.
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Los Angeles, California, U.S.A.

Orando com Jesus

Quando os discípulos perguntaram como deveriam orar, Jesus iniciou a resposta dizendo: "Quando orardes..." (Mateus 6.5), presumindo que eles tivessem um período regular para orar.
Eis uma grande pressuposição a respeito dos discípulos de Jesus hoje. A maioria afirma que não tem tempo para a oração diária. Desejamos que a oração se torne parte vital de nossas vidas? Quando queremos nos desenvolver em qualquer outra área: piano, esportes, condicionamento físico, fazemos com regularidade. A equipe da American Cup da Nova Zelândia pra­ticou intensivamente durante dois anos, seis vezes por sema­na, oito horas por dia e atingiu um nível jamais alcançado no manejo de barcos a vela. Pessoas que levam a sério um projeto conseguem espaço para ele em suas agendas.
É importante separar um período regular para a oração, por­que sem regularidade a oração jamais se tornará um hábito. Se desejamos viver na presença de Deus, devemos deixar o mun­do de lado e nos sintonizarmos em Deus uma vez por dia, sem falhar. Precisamos deixar de lado outras preocupações e direcionar nossos pensamentos em Deus, olhar para Ele, falar com Ele, ouvi-lo, permanecer em silêncio diante dele.

 Fugir de distrações

Se estabelecer um período regular de oração é importante, tam­bém é importante um local determinado. Algumas pessoas oram em recintos públicos, reuniões sociais e às refeições para que sejam vistas e ouvidas, fingindo ser religiosas. Porém a oração, segundo Jesus, não é uma exibição para espectadores, nem uma atividade para demonstrar espiritualidade. Esqueçam este con­ceito! Quando você orar, vá para seu quarto e feche a porta. Procure um local isolado, um escritório vazio, a garagem, onde possa ficar longe das pessoas e a sós com Deus. É aí que você poderá orar com maior eficácia.
Por que a ênfase na privacidade? Por que fechar a porta? Pri­meiro, é óbvio, porque há uma razão prática. Um local isolado assegura um mínimo de distração e muitas pessoas acham que a distração é mortal quando se trata de entrar em comunhão com Deus. Praticamente todos os tipos de ruído: vozes, músi­ca, telefone tocando, crianças, cachorros, pássaros, me fazem perder a concentração quando estou orando. Até mesmo o ti-que-taque do relógio consegue me prender em seu ritmo e me pego batendo o pé e cantando música country em sua cadên­cia. Jesus sabe como nossas mentes funcionam e aconselha: "Não se preocupe em lutar contra as distrações, porque você vai acabar perdendo. Evite-as. Procure um local silencioso onde possa orar sem interrupção."
As razões práticas são importantes para a privacidade, porém eu creio que existe uma sabedoria sutil no conselho de Jesus para orarmos em um lugar isolado. Quando este local é encon­trado e começa a ser usado com regularidade, cria-se um ambi­ente espiritual ao redor dele. Seu espaço de oração, mesmo que seja a lavanderia, torna-se para você o que o jardim do Getsêmani tornou-se para Jesus — uma área sagrada, o lugar em que Deus se encontra com você.

 Crie um ambiente especial

Alguns casais possuem um restaurante preferido, onde vão para comemorações importantes. Gostam muito do ambiente, con­versam com descontração e aguardam com expectativa novas oportunidades de voltar ali. É um local especial no relaciona­mento deles.
Algumas famílias passam férias sempre no mesmo lugar, por­que é como se estivessem em um segundo lar. Fatos importan­tes acontecem ali, lembranças agradáveis são geradas. As famí­lias esperam com ansiedade pelas férias.
De modo semelhante, quando você cria um local secreto onde pode orar de verdade, com o tempo vai ficar ansioso para ir para lá. Começará a apreciar o ambiente íntimo, o aroma, os objetos conhecidos, a gostar do ambiente espiritual onde você conversa livremente com Deus.
Eu arrumei um espaço assim em um canto do meu antigo escritório. Deixei ali uma Bíblia aberta, uma tabuleta onde se lê "Deus é poderoso", uma coroa de espinhos para me lembrar do Salvador sofredor e um cajado de pastor que muitas vezes uso enquanto apresento minhas petições.
Aquele canto do escritório tornou-se um lugar sagrado para mim. Eu chegava às seis horas da manhã, quando ainda não havia ninguém, o telefone não tocava, então conversava inti­mamente com o Senhor. Derramava meu coração diante dele, adorava-o, orava pelos membros da minha congregação e rece­bia respostas extraordinárias de oração.
Meu escritório mudou de endereço e agora tenho um canto novo de oração. Guardo, porém, lembranças calorosas do anti­go, não porque exista algo de sagrado no canto em si, mas devido ao que aconteceu ali. Todas as manhãs, durante vários anos, eu me encontrei com o Senhor e, fielmente, Ele se encon­trou comigo. Lembrar daquele local é como lembrar de casa. Se você quer aprender a orar, procure um lugar tranquilo, livre de distrações. Não precisa ser uma capela. Pode ser a des­pensa, o quarto de ferramentas, o estábulo, seu escritório ou o banco da frente da caminhonete, desde que o ambiente seja silencioso e íntimo. Vá para lá na melhor hora do seu dia: de manhã, se você é uma cotovia, tarde da noite, se é uma coruja, ou no momento em que se sentir mais alerta. Encontre-se ali regularmente com o Senhor, todos os dias.

Sejamos sinceros

Jesus ensinou os discípulos a orar secretamente e, também, disse-lhes que orassem com sinceridade: Ele disse: "Não useis de vãs repetições". Tome cuidado com chavões. Evite palavras e frases desnecessárias.
Como é fácil usar um jargão santificado quando oramos! Certas sentenças soam tão apropriadas, tão espirituais, tão piedosas, que muitas pessoas aprendem a concatená-las e chamam de oração. Nem ao menos ponderam as implicações do que estão dizendo.
Por exemplo, às vezes ouço um cristão experiente orar, com determinação: "Querido Senhor, sê comigo durante a entrevista deste novo emprego", ou: "Por favor, me acompanhe na viagem."
Quando se ouve pela primeira vez, o pedido parece santo. Infelizmente, não faz sentido. Sou tentado, com frequência, a perguntar a quem está orando:
- Por que você está pedindo a Deus para fazer o que Ele já está fazendo?
Em Mateus 28.20 Jesus diz: "... E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." Em Hebreus 13.5 Deus fala: "...De maneira alguma, te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Em João 14.18 Jesus diz aos discípulos: "Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros." Um dos nomes de Jesus é Emanuel, que significa "Deus conosco". Não precisamos pedir a Deus para estar conosco se somos membros de sua família. Precisamos, isto sim, orar para que tenhamos consci­ência da presença dele e, como consequência, sejamos confi­antes. Pedir a Deus para estar conosco quando Ele já está ao nosso lado é um tipo de "palavras vãs".
Outro tipo de repetição sem sentido é comumente ouvida à mesa de refeições. Alguém se assenta para comer uma refeição que é um abuso nutricional. A gordura borbulha, o sal brilha, a bebida açucarada de prontidão para ajudar a engolir a "coisa".
"Amado Senhor", a pessoa ora, "abençoa este alimento para nossos corpos e dá-nos força e nutrição por meio dele para que possamos fazer a tua vontade". A vontade de Deus pode ser que ela diga "amém", saia da mesa e dê a comida ao cachorro — a menos que Deus também se importe com ele!
O apóstolo Paulo nos fala a respeito da vontade de Deus em 1 Coríntios 6.20: "...Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo." Isto significa dar alimento saudável ao corpo. Não peça a Deus para abençoar porcarias e transformá-las miraculosamente para que tenha valor nutritivo. Proceder des­te modo é agir como um garoto de 5 a série que, depois da prova de geografia, orou: "Amado Deus, por favor, fazei com que Vitória seja capital do Amapá."
Não é assim que Deus opera..

Ore com o coração

Deus não quer um amontoado de frases que impressionam. Não quer que usemos palavras sem refletir no significado de­las. O que Deus deseja é que falemos com Ele como falamos com um amigo ou com o pai: com autenticidade, com reverên­cia, com sinceridade, em particular. Certa vez, quando eu me­nos esperava, ouvi um homem orar deste modo. Eu assistia a uma conferência da qual participavam alguns líderes cristãos de alto nível. As palestras exigiam grande con­centração. Eu precisava me esforçar para acompanhar os te­mas filosóficos e teológicos que eram discutidos. Na hora do almoço nos reunimos em um restaurante próximo, o Hole in the Wall. Pediram a um professor de seminário que orasse. Enquanto curvávamos as cabeças, pensei: esta oração vai ser uma aula de teologia.
0 teólogo começou a orar: "Pai, é muito bom estar vivo hoje. É muito bom estar entre os irmãos no Hole in the Wall comen­do boa comida e conversando a respeito das coisas do Reino. Eu sei que o Senhor se encontra nesta mesa e me alegro por isto. Quero dizer-lhe, diante destes irmãos, que eu o amo, e que farei pelo Senhor tudo o que me pedir."
Ele continuou nestes termos por mais um ou dois minutos. Quando disse "Amém", pensei: preciso crescer mais um pouco. Sua oração sincera mostrou-me quantas vezes eu oro no piloto automático. Deus não está interessado em frases batidas. No Salmo 62.8 lê-se: "...derramai perante Ele o vosso coração..." Fale com ele. Diga: "Senhor, é assim que me sinto hoje. Estive refletindo sobre tal coisa recentemente. Estou preocupado com isto. Estou deprimido por causa disto. Estou contente com isto."
Converse com o Pai com sinceridade.

Ore especificamente

Além de orar em particular e com sinceridade, Jesus aconse­lhou os discípulos a orar especificamente. Ele mostrou o que Ele queria dizer dando-lhes uma oração modelo, a oração que costumamos chamar de Oração do Pai-Nosso.
A oração de Jesus inicia-se com as palavras Pai nosso. Não se esqueça jamais que, se você é filho de Deus por intermédio de Jesus Cristo, está orando a um Pai que não poderia amá-lo mais do que o ama.
 A frase seguinte, que estás no céu, é um lembrete de que Deus é soberano, majestoso e onipotente. Para Ele nenhuma coisa é difícil demais. Ele é quem move montanhas, Ele é maior do que qualquer problema que você lhe apresentar. Fixe seus olhos na capacidade dele, não em seu próprio valor.
Santificado seja o teu nome. Não permita que suas orações se transformem em uma lista de pedidos para Papai Noel. Adore e louve a Deus quando em oração.
Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu. Submeta sua vontade a Deus. Coloque a vontade dele em primeiro lugar na sua vida: casamento, família, carreira, ministério, finanças, corpo, relacionamentos, igreja.
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. O apóstolo Paulo escre­veu: "em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de gra­ças" (Filipenses 4.6). Apresente a Deus todas as suas preocu­pações, grandes ou pequenas. Se você precisa de um milagre, peça sem recuar.
E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoa­do aos nossos devedores. Certifique-se de que você não é o obstá­culo: confesse seus pecados, receba perdão e comece a crescer. Viva com um espírito perdoador em relação aos outros.
E não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Ore por proteção contra o mal e vitória sobre a tentação.
Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Termine sua oração com mais louvor. Reconheça que tudo o que existe no céu e na terra pertence a Deus. Agradeça ao Senhor pelo cuida­do que tem com você, por dar-lhe a possibilidade de falar com Ele por intermédio da oração.
Amém. Assim seja.
Orações que honram a Deus não são apenas listas de com­pras. São muito mais do que gritos por auxílio, força, misericórdia e milagres. A oração autêntica deve incluir louvor: "Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome" (Mateus 6.9). Deve incluir submissão: "... faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" (v.10). Pedidos podem ser feitos: "o pão nosso de cada dia dá-nos hoje" (v.ll); como, também, confis­sões: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (v.12).
A oração do Pai-Nosso é um excelente modelo, porém seu objetivo não era tornar-se uma fórmula mágica para atrair a atenção de Deus. Jesus não deixou esta oração para ser recita­da; na verdade, Ele até admoestou quanto ao uso de frases repetitivas. O modelo que nos deu é apenas uma sugestão da variedade de elementos que devem ser incluídos em nossas orações.

Refletir sobre seu tempo com Deus

O problema com as fórmulas mágicas é que elas não exigem atenção. Com frequência nós passamos pela vida sem refletir no que estamos fazendo e no significado das coisas. Se aborda­mos a oração impensadamente, não podemos esperar resulta­dos poderosos.
Fui capelão do Chicago Bears. Todas as segundas-feiras du­rante a temporada eu liderava um estudo bíblico no Halas Hall. Quando chegava um pouco mais cedo, eu ouvia os treinadores trabalhando com o time. Espantava-me como Mike Ditka e os outros técnicos repetiam as jogadas individuais do jogo do dia anterior. Antes de começarem a se preparar para o jogo seguin­te, o time precisava refletir a respeito do que havia acabado de jogar.
Na mesma época eu estava lendo autores cristãos que diziam que se os seguidores de Cristo não crescem é porque não têm o hábito de avaliar suas vidas. Aqueles autores descreviam a mim. Eu estava andando depressa, sempre buscando algo, mas sem analisar meu interior. Jamais fiz aquele tipo de reflexão que leva ao crescimento. Estava pagando o preço, cometendo os mesmos pecados vezes sem conta, vivendo com a mesma pe­sada carga de culpa.
Assim, tomei uma decisão difícil. Resolvi que, a cada dia, eu tentaria avaliar com honestidade o estado da minha alma. Olha­ria para dentro de mim mesmo e procuraria anotar o que eu visse. Sentindo-me constrangido e envergonhado, peguei um caderno espiral e comecei a escrever: "Deus, eis aqui algumas frustrações que tenho na vida. Como elas não vão embora, vou analisá-las." Ou: "Estou preocupado com este relacionamento. Ele não vai bem e não sei como melhorá-lo." Ou: "Eis aqui algumas bênçãos que o Senhor tem derramado em minha vida". Depois de escrever um parágrafo ou dois, eu refletia sobre o que havia anotado.

Acima de tudo, ore!

Já se passaram quase 15 anos desde que comecei a anotar re­flexões sobre o meu dia. Em pouco tempo passei a escrever minha oração e a lê-la para Deus. Tenho sido abençoado de muitas maneiras por haver me disciplinado. Ajuda a me con­centrar. Eu não ia muito além de "Querido Deus" e meu pensa­mento desviava-se para a pessoa com quem ia me encontrar na hora do almoço, para a reunião de diretoria, para o que minha família iria fazer depois do jantar. Quando estou escrevendo, é bem mais fácil manter a direção. Escrever também me obriga a ser específico; generalidades não ficam bem no papel. Ajuda-me a ver quando Deus responde as orações.
Ao final de cada mês eu leio meu diário de oração e vejo onde Deus operou milagres. Sempre que minha fé enfraquece, pego meu diário e contemplo provas de que Deus está respondendo as minhas orações. Se sou capaz de listar algumas respostas a orações específicas de janeiro, sinto-me mais preparado para confiar em Deus em fevereiro.
Escrevo minhas orações todos os dias; não tenho sido capaz de crescer em minha vida de oração de outra maneira. Experi­mente e veja o que funciona melhor para você. Experimente, no princípio, anotar suas orações uma vez por semana. Se você achar que ajuda, aumente a frequência. Caso não seja seu esti­lo e o aborreça, descubra outro jeito que seja mais eficiente para você.
Qualquer que seja a disciplina escolhida para auxiliá-lo, pra-tique-a orando como Jesus ensinou. Torne suas orações regula­res, particulares, sinceras e específicas.
Lembre-se de que o poder prevalecente de Deus é liberado por intermédio da oração. Ele está interessado em você e em suas necessidades. É poderoso para satisfazer qualquer neces­sidade e o está convidando para orar. O Filho dele, Jesus, o especialista em oração, deixou instruções para que você saiba como orar.
Para que o milagre da oração comece a operar em nossas vidas precisamos fazer somente uma coisa: orar. Eu posso es­crever sobre oração, você pode ler a respeito e até emprestar meu livro a um amigo. Mais cedo ou mais tarde, porém, temos que orar. Então, e só então, começaremos a viver momento a momento na presença de Deus.
Extraído do Livro: Ocupado Demais para Deixar de Orar
 

sábado, 30 de outubro de 2010

MEMORIZAR VERSÍCULOS - ENSINANDO AS CRIANÇAS A MEMORIZAR VERSÍCULOS

Deus manda que ensinemos a Sua Palavra às crianças(Deuteronômio6;6,7).

Você está ajudando meninos e meninas a guardarem a Palavra de Deus em seus corações?
O Salmo 119:11 nos dá uma razão vital para a necessidade das crianças memorizarem
A Escritura: ”Guardo no coração as tuas palavras para não pecar contra ti”.O Espírito Santo vai usar Palavra guardada no coração de uma criança para ensinar ,repreender,corrigir,para educar na justiça(2 Timóteo3:15).Desde que a Palavra de Deus nunca muda,o que a criança aprende aos cinco anos continuará atual e valioso quando tiver 15 ou 50 anos.Só a Palavra de Deus pode dar às crianças a estabilidade que necessitam neste mundo inseguro.Por isso,os professores devem saber ajudá-las a memorizar os versículos da Escritura.
Passos para Ensinar as Crianças a Memorizarem um Versículo Bíblico:
Estes são alguns passos que você pode usar ao dar à classe um versículo para
decorar.Examine os passos seguintes para ensinar 2 Coríntios 5:21.
Introduza o Versículo:
Primeiro apresente o versículo de maneira interessante para que a criança queira
aprendê-lo . Use um enfoque que destaque a verdade do versículo e relacione o
mesmo com a vida dela.Tente usar uma pergunta,uma lição objetiva,um fantoche,
uma figura, ou uma apresentação curta.
Exemplo: Eu gostaria de agir sempre certo, e você?Nosso versículo fala de alguém
que sempre faz o que é certo.
Apresente o Versículo:
Leia o versículo na Bíblia. Depois apresente o mesmo num recurso visual (lousa,
flanelógrafo,cartazes).Leia o versículo ao mostrar as palavras no visual. Repita
a referência(onde o versículo se encontra na Bíblia) antes e depois de recitar o
versículo.
Exemplo: “2 Coríntios 5:21 – “Aquele que não conheceu pecado,ele o fez pecado
Por nós;para que,nele,fôssemos feitos justiça de Deus”- 2 Coríntios 5:21.”

Explique as Palavras e os Conceitos Difíceis:
Explique as palavras e os conceitos difíceis para que as crianças compreendam o
sentido do versículo.
Exemplo:
“Ele” se refere a Deus.
“Nele ”é Jesus.
“Que não conheceu pecado”: Jesus nunca pecou. Nunca fez nada errado.
“O fez pecado por nós”: Deus colocou nosso pecado sobre Seu único Filho Jesus,
na Sua morte. Ele é a nossa oferta pelo pecado.
“Para que fôssemos feitos justiça de Deus”: Nós não podíamos nos tornar justos
diante de Deus por nossos próprios esforços;mas ao pagar pelos nossos pecados,
Jesus pôde nos tornar perfeitamente justos aos olhos de Deus.
Aplique o Versículo:
Ajude as crianças a aplicar o versículo às suas vidas.Encoraje as crianças não
Salvas a receberem Cristo como Salvador. Encoraje as crianças salvas a praticarem
o versículo.
Exemplo:
Para os Não Salvos – Jesus não tem pecado, mas você e eu temos. Você pode ser justo
(puro, limpo) se crer no Senhor Jesus e deixar que Ele coloque o seu pecado sobre Si.
Para os salvos – Deus deu a você a Sua justiça. Ele tornou você justo. Você pode pedir
a Jesus que o ajude a não pecar e a agir certo para poder agradar-lhe.
Repita o Versículo:
Repita o versículo com as crianças cinco a sete vezes,usando vários métodos,até que a
Maioria delas tenha decorado.
Exemplo: Leia o versículo na lousa.Apague algumas palavras e repita o versículo,dizendo
As palavras que faltam. Faça uma criança apagar mais algumas palavras.Diga novamente
o versículo.Faça as crianças fecharem os olhos e adivinharem quais as palavras que foram
apagadas por último. Repita o versículo. Quando o versículo inteiro for apagado, deixe vários
Alunos repetirem o mesmo, de memória. Depois faça todos repetirem uma última vez.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pai Nosso, Que Estás nos Céus



Através de toda a grande mensagem da montanha, Jesus ressaltou a relação íntima que seus discípulos deveriam ter com um Deus pessoal.  Nunca isso é visto tão claramente quanto em seu uso do termo "Pai". Quatorze vezes no sermão ele usa a relação mais pessoal conhecida pelo homem (relação entre pai e filho) para descrever a intimidade que deveria existir entre Deus e os cidadãos do seu reino.
"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso…." Jesus não está aqui falando da relação universal que todos os homens têm com Deus, por meio da criação, como no caso de Atos 17:28-29. Pelo seu uso do "Pai nosso", ele fala daquela relação especial estabelecida pela fé e continuada pela submissão à vontade divina (Mateus 7:21). Esta é a oração do discípulo. Esta é a oração do "filho de Deus" renascido. Somente aqueles que receberam o evangelho do reino são previlegiados para orar "Pai nosso.…"
O grande valor desta oração é que ela define imediatamente todas as relações na vida.
Ela estabelece nossa relação com o mundo invisível. O mundo pagão está cheio de muitos deuses, todos os quais são vistos como ciumentos, rancorosos e hostis. Todos os deuses precisam ser aplacados, contentados e pacificados. O resultado é óbvio: o adorador de múltiplos deuses vive no temor de omitir um deus (Atos 17:23) e, como resultado, é assombrado pela religião, em vez de ser ajudado. Contudo, o cristão sabe que há um Deus: Um Deus que tem o coração terno, amoroso, de um "Pai". Em vez de tremer de medo diante de um bando de deuses mal-humorados, encontramos descanso no amor e cuidado de nosso Pai.
Ela define nossa relação com o mundo visível. A vida é dura. Há crises e mudanças que desafiam a nós todos. Como posso agüentar? Como posso sobreviver às tempestades da vida? A resposta é encontrada nas duas primeiras palavras desta oração:"Pai nosso". Tudo se torna mais brilhante e mais suportável quando sei que há alguém a quem posso recorrer por cada temor, cada ferimento, e cada decepção (1 Pedro 5:7).
Ela estabelece nossa relação com nossos irmãos. Jesus nos lembra que Deus é "Pai" de nós todos: "Pai nosso…" Esta própria frase deverá eliminar o egoísmo no reino. O mesmo Pai que cuida de mim, cuida também de você. O resultado, como poderia eu ter sentimentos de amargura e ódio para com aqueles que partilham a mesma relação que eu? Você vê, a única coisa que nos torna irmãos é que temos um Pai em comum.Abençoado seja nosso laço mútuo. Ele nos liga por causa daquele que é o " Pai nosso".
Ela define nossa relação conosco. Não posso falar por você, mas sou o pior crítico de mim mesmo. De fato, é muito fácil cair em cima de si mesmo. Você percebe o que Jesus está dizendo? Deus lhe devolverá seu respeito próprio! Você pode pensar que é um João-ninguém sem valor, que você não interessa a ninguém. Jesus diz: "Você está errado! Deus se importa com você!" Que emoção saber que Deus me conhece e me ama! E que eu posso chamar por ele a qualquer hora.
Então Jesus acrescentou: "Pai nosso, que estás nos céus…" Isso ressalta duas grandes verdades sobre Deus.
A primeira é a santidade de Deus. É fácil tornar sentimental toda a idéia da paternidade. É fácil ver a figura de Deus como um pai complacente que fecha os olhos aos pecados de seus filhos. Nosso Pai não é assim. É verdade, ele é amoroso, cuidadoso e clemente, mas é também nosso Pai "que estás nos céus". O céu é um lugar de santidade porque Deus é santo (1 Pedro 1:14-16). Nosso Pai não deixa o pecado impune. Ele não tolera a desobediência de seus filhos. Sua santidade exige que sejamos santos.
A segunda é o poder de Deus. Todos conhecem em primeira mão as frustrações do amor humano, seja ele do pai com um filho desviado, ou da esposa com um companheiro irresponsável. Em todos os casos de amor frustrado, voltamo-nos para nosso pai "nos céus". O fato de ele estar "nos céus" prova que há um poder maior do que é possível na terra (Efésios 3:20). "Pois nada é impossível para Deus". Jamais esqueça que por trás de seu amor infinito há um poder invencível.
"Ore, então, assim: Pai nosso que estás nos céus…" Um começo simples para uma oração simples. Que previlégio é ser seu filho!
-por Wilson Adams
Fonte: http://www.estudosdabiblia.net/200214.htm

Como Orar a Oração Modelo


Pr. Neumoel Stina


Você já aprendeu orar? Você treina o que vai dizer na oração ou diz o que está no coração?
Note a beleza singela da Oração do Senhor:
"Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino. Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. E perdoa-nos nossas dívidas assim como temos perdoado aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, pois Teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém." Mateus 6:9-13
Essa oração que Jesus ensinou aos Seus discípulos é um exemplo, um modelo de como devem ser as nossas orações. Começa com adoração e louvor a Deus, o Pai.
Procura o cumprimento das Suas promessas para a nossa vida diária e perdão dos nossos pecados, buscando a força e a vitória do Senhor. Encerrando, tributa honra e gloria ao Governador do Universo, o Redentor da humanidade.
A oração modelo começa com a garantia de que Deus é o nosso Pai, e isso nos motiva a glorificá-Lo. Jesus praticou a oração com regularidade e frequência, e nos ensinou a orar também.
Seu grande objetivo sempre foi reconduzir as pessoas a Deus através da redenção e da adoção como filhos.
A oração do Senhor contém sete petições por bênçãos espirituais e apenas um pedido por necessidades materiais. Precisamos sempre nos lembrar disso. A oração do Senhor revela Jesus Cristo. Com certeza, Nele estão centralizadas todas as palavras dessa oração.
Quais são as primeiras palavras? Pai nosso, que estas nos céus. Foi na cruz que essas palavras se tornaram possíveis, e logo após a ressurreição Jesus disse: "Subo para meu Pai, e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus." João 20:17.
O apóstolo Paulo confirma em Romanos 8:15: "Recebestes o espírito de adoção de filhos, no qual clamamos Aba, Pai." O significado é igual ao significado da palavra que as crianças usam com frequência - Pai.
Somente através de Cristo e a redenção conquistada na cruz do Calvário, nós podemos realmente considerar a Deus como o nosso perfeito e querido PAI.
O Salvador morreu por nós. Ele tomou o nosso lugar, e nós tomamos o SEU como filhos de Deus, pela fé.
Considere agora a primeira petição: "Santificado seja o Teu Nome". Como tratamos o nome de Deus? Será que O profanamos, utilizando-o desnecessariamente ou de forma desrespeitosa? Isso não se refere só a palavras, mas também aos nossos atos.
A segunda petição: "Venha o Teu Reino". Deus é nosso Pai, mas Ele é mais. É o Rei do Universo. E o Seu Reino é um reino de glória que está para surgir no futuro, de forma esplendorosa. Será estabelecido quando Jesus vier pela segunda vez. (Mateus 25:34)
Então se cumprirá o que diz Daniel: "O reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o Céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão." Daniel 7:27.
Terceira petição: "Faça-se a Tua vontade, assim na Terra como no Céu". Só o poder de Deus pode nos capacitar a obedecê-lo e fazer Sua vontade. (Judas 24)
Quarta petição: "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje". Jesus é o Pão vivo que desceu do Céu (João 6:51). Portanto, o pão nosso de cada dia não é somente o pão que comemos diariamente, mas é também o alimento espiritual que edifica e fortalece a nossa alma.
Quinta petição: "E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores""Se confessarmos os nossos pecados, ele e fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça." I João 1:9.
O Senhor ainda esclarece mais: "Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará." Mat. 6:14
Fundamentalmente Deus nos perdoa porque Jesus pagou o nosso débito lá na cruz. Nesta petição somos lembrados que os sofrimentos de Cristo e a Sua morte nos trouxeram a redenção.
Sexta Petição: "E não nos deixes cair em tentação". Também temos que nos lembrar que Jesus foi tentado em todas as coisas como nós, mas não pecou. (Hebreus 4:15)
Toda vez que o inimigo tentar complicar a nossa vida, Jesus sempre estará do nosso lado para nos proteger.
Sétima Petição: "Mas livra-nos do mal". Jesus venceu a batalha na cruz. "Quando Eu for levantado da Terra, a todos atrairei a Mim." João 12:32. Ele é o grande vitorioso no grande conflito entre o bem e o mal.
E agora chegamos a última sentença da oração modelo. Ela relembra uma vez mais a grandeza de Deus - que Ele é superior a qualquer outra autoridade, qualquer outro governador.
Ele é o Deus que verdadeiramente segura a Terra toda em Suas mãos. Só Ele pode neutralizar os poderes das trevas e conduzir seguramente o Seu povo ao Reino da Glória.
Finalmente os mansos herdarão a nova Terra. (Mateus 5:5) A sua grande capital será uma cidade santa e maravilhosa, a nova Jerusalém trazida do Céu para a Terra, uma cidade "preparada como noiva adornada para o seu marido"Apocalipse 21:2
"E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." Apocalipse 21: 3,4
Finalmente haverá paz no mundo. Também saúde, justiça , amor e vida para sempre, com qualidade jamais sonhada pela mente humana.
Nada portanto mais apropriado para o povo de Deus, do que levantar as nossas vozes em oração, louvando Seu maravilhoso Nome não apenas agora, mas também através dos séculos intermináveis dizendo:
Porque Teu é o Reino, o poder e a glória para sempre, AMÉM.

sábado, 23 de outubro de 2010

O Hábito de Ir à Igreja Todo Domingo de Manhã

O dia do Senhor:
O domingo. O Senhor mesmo assim ordenou. Parece, de Atos 20:6,7, que Paulo teve de esperar, em Trôade, pelo ‘ primeiro dia da semana” para reunir os discípulos. Deus instituiu a igreja e designou, para ser o dia dela, o primeiro da semana. Toda a cristandade tem entendido assim e tem feito disse dia aquele em que cessam as atividades da vida. 
A manhã de domingo
A princípio, em tempos de perseguição, e antes que o domingo fosse feito dia de descanso civil, os cristãos reuniam-se antes da aurora, ou depois que escurecia, ou quando podiam. Mas agora, o cristianismo veio a ser a religião estabelecida do mundo civilizado, e uma vez por semana, o mundo cristão põe de lado suas ocupações ordinárias e, por um costume universal, a manhã do domingo é o tempo próprio da igreja: é essa hora que, de todas as horas da semana, que se dedica especificamente  a Cristo para a promoção regular e em boa ordem de Sua obra.
A Escola Bíblica Dominical e a Igreja.
A Escola Bíblica Dominical é, decididamente, um departamento muito importante do trabalho da Igreja. É erro tremendo uma igreja negligenciar as crianças de sua comunidade. Como é Glorioso ser um bom professor da E.B.D, e ajudar a apascentar as crianças! adolescentes! jovens! Adultos. Entre tanto, a E.B.D, existe para servir à Igreja, e não para substituí-la Edu cação religiosa que não prende a criança ou as demais classes, à Igreja não é digna deste nome. Se as crianças não formarem o hábito de ir à Igreja enquanto estão na E.B.D., poderá acontecer que nunca mais o formem.
Não basta ser mais ou menos assíduo? NÃO. Ao grande número dos que são mais ou menos assíduos é que cabe resolver a presente situação lastimável. Se se tornassem cem por cento assíduos, nossas igrejas trans bordariam cada domingo. Isto significaria poder para a Igreja. Todos os domingos pertencem a Cristo; TODOS. A grande necessidade do protes tantismo é nosso povo fazer do caso uma questão de consciência antes que de conveniência.
As desculpas e razões que membros de igreja apresentam para não unir-se, insistente e constantemente, do púlpito, na Escola Bíblica Dominical, que é de ir.” ”Não vejo necessidade.” “Prefiro dormir.” “Prefiro ficar por aqui e ler jornal.” “Prefiro passear de automóvel.” “Prefiro fazer visitas.” “Prefiro receber visitas em casa.” “Na hora EBD, prefiro jogar golfe.” “Tenho uma alma romântica, e na hora da EBD prefiro sair a um bosque e fazer companhia aos pássaros, aos regatos e às flores.” Etc.t etc., etc. Tudo isso, somado, dá INDIFERENÇA; é a espécie de membros de Igreja que Cristo “vomitará de sua boca”.
Trabalho no domingo. Algumas pessoas precisam de trabalhar na hora da EBD. Tratando-se dos tais, pensamos que Deus aceita a assistência de les a algum outro culto em substituição do culto da manhã do domingo.
Por Pb. Roberto Santos - Extraído do Manual Bíblico - Ed. Vida Nova

A Importância das Lições Bíblicas na Coesão Doutrinária nas ADs no Brasil

Pr. César Moisés


No início da expansão da Igreja, o evangelista e historiador Lucas escreve que os membros perseveravam na “doutrina dos apóstolos” (At 2.42). Cientes de que o Canon do Novo Testamento ainda não existia, presume-se que era preciso que houvesse critérios rigorosos na escolha dos responsáveis pelo ensino do grupo que se delineava e crescia aceleradamente. Na contemporaneidade o cuidado não pode ser menor, conquanto o crescimento e a expansão sejam fatores positivos, não há como deixar de reconhecer que ambos trazem efeitos que interferem no aspecto qualitativo.Com uma tradição de quase noventa anos, a revista Lições Bíblicas da CPAD é a principal responsável pela coesão doutrinária de nossa igreja no Brasil. De Norte a Sul e de Leste a Oeste, verifica-se que, salvo as questões de usos e costumes e pouquíssimas diferenças litúrgicas, as Assembleias de Deus são doutrinariamente coesas. Isso se deve ao cuidado de nossa liderança que, desde o suplemento denominadoEstudos Dominicaes, escritos pelo missionário Samuel Nyström e publicados no primeiro jornal da denominação –Boa Semente – que circulou em Belém, Pará, no início da década de 20, passando pelo lançamento oficial da revista Lições Bíblicas, o qual se deu em 1930, na cidade do Rio de Janeiro, até os dias de hoje com o atual currículo, repito, devemos nossa coesão doutrinária às revistas e ao trabalho voluntário de milhões de professores que, a cada domingo, ministram o mesmo conteúdo bíblico em nossas igrejas em todo o território nacional.

Mesmo cientes da diversidade que existe em um país de proporções continentais como o nosso, é fato que, assim como na educação laica, não há como fugir do “livro didático”, pois os educadores precisam de um norte para os seus educandos. Evidentemente que a escolha do material padrão a ser usado nas escolas é, em tese, realizada com base em critérios rigorosos e muito claros, os quais devem atender as necessidades básicas ou mínimas dos alunos. De igual forma, as Lições Bíblicas do currículo da CPAD são elaboradas e produzidas tendo em vista este mesmo princípio. Tanto que, nas duas últimas renovações curriculares e no primeiro encontro de superintendentes de Escola Dominical, ocorrido em 1996, no Hotel Glória, Rio de Janeiro, a Editora ouviu a opinião e anseios dos líderes quanto às reivindicações e mudanças esperadas do material da Casa. Esta democratização do ensino só é possível quando a editora pertence à própria denominação e tem lastros de relacionamento que a torna orientada pela liderança desta mesma igreja.
Mesmo com esta visão existe outro problema, e este de ordem técnica: Como atender satisfatoriamente a um país marcado por tantas diferenças culturais? Somente uma mesma igreja que possui sua própria editora é quem pode se habilitar a cumprir tal proposta. À parte da questão teológica ou doutrinariamente ortodoxa, é preciso pensar nos cuidados pedagógicos, didáticos e filosóficos que fundamentam a elaboração de um currículo. A intenção educacional por trás desses pressupostos é imprescindível e crucial para se vislumbrar que “tipo” de cristão que se quer formar. O currículo não pode ser um amontoado de textos desconexos ou simplesmente um “conjunto de revistas”. É preciso entender de desenvolvimento humano em suas diferentes etapas ou faixas etárias para se elaborar um currículo pedagogicamente praticável. E é partindo desse pensamento que a CPAD possui uma equipe de Educação Cristã habilitada e com competência técnica para pensar com seriedade, temor e profissionalismo a esse respeito.São esses princípios que norteiam a prática pedagógica da CPAD: teologia sólida, ortodoxa, bíblica e apologética aliada a uma produção curricular baseada na psicologia do desenvolvimento do ser humano, ocorrido ao longo da vida e em suas distintas faixas etárias, não unicamente nas esferas cognitiva, física, social e moral, mas também e, principalmente, na espiritual. A Casa Publicadora das Assembleias de Deus entende que a saúde espiritual de uma igreja depende de um ensino correto das Escrituras Sagradas, e o próprio apóstolo Pedro reconheceu isso ao dizer ao Senhor Jesus Cristo que não o deixaria, pois somente o Filho de Deus tem as “palavras da vida eterna” (Jo 6.68).E quando se fala em ensinar verdades eternas ou doutrinárias, as quais definem a maneira como a pessoa vai se comportar em relação a Deus é preciso que a igreja tenha clara noção do que pretende: Crescimento integral de sua membresia através do ensino da Palavra de Deus, tendo uma revista com conteúdo bíblico-teológico confiável, ou lições sem encadeamento progressivo de seu currículo, sem identidade confessional e adaptável a qualquer grupo religioso? A CPAD, por exemplo, conta com a experiente consultoria doutrinária e teológica do pastor Antonio Gilberto, e tem em seu quadro de comentaristas, pessoas de reconhecida credibilidade ministerial em todo o país, além de serem homens piedosos e comprometidos com a ortodoxia.

Toda esta tradição das Lições Bíblicas da CPAD deve-se ao Senhor Deus que colocou no coração de nossos pioneiros o cuidado com o ensino das Escrituras Sagradas, e eles, assim como o apóstolo Paulo, não foram desobedientes à visão celestial (At 26.19). Como a história — assim acredito — é feita por Deus e os seres humanos, houve uma longa trajetória para que chegássemos ao estágio que estamos desfrutando. E esse legado precisa ser conhecido pelas novas gerações.


A importância das Lições Bíblicas da CPAD

Responsável pela coesão doutrinária nas ADs, a revista Lições Bíblicas vem sendo objeto de estudo de inúmeros acadêmicos das mais distintas faculdades (história, pedagogia, psicologia, sociologia, filosofia, sem falar em teologia e nos cursos lato ou stricto sensu), crentes ou não, que acorrem à CPAD a fim de conheceremin loco o seu acervo de Educação Cristã. Todo esse interesse tem uma explicação: entender como uma massa de cerca 8 milhões de fiéis é tão coesa.


Um pequeno vislumbre histórico demonstra desde a criação dos primeiros periódicos da denominação, os quais tratavam de temas como batismo no Espírito Santo, os dons espirituais e escatologia, que o principal intento da imprensa pentecostal “não é propriamente a notícia, e sim a divulgação doutrinária”.[1] É reconhecido pelo mesmo catedrático, Gary B. McGee, que, além do jornal Voz da Verdade, e dos jornais Boa Semente (1919) e Som Alegre (1929), os quais na primeira Assembléia Geral Ordinária da CGADB em 1930, realizada na cidade de Natal (RN), se “uniram” e assim deram origem ao Mensageiro da Paz, existe ainda um elemento fundamental na divulgação das doutrinas pentecostais: 


“Outro fator de progresso do ensino teológico no meio pentecostal brasileiro foram as escolas bíblicas dominicais. Realizadas com o apoio de literatura fornecida pela CPAD, constitui-se no principal instrumento de divulgação entre os crentes das doutrinas que caracterizam o movimento, ensejando-lhes a oportunidade de apregoar com segurança a sua fé”.[2]
Como já foi dito, no início era apenas um suplemento publicado no segundo jornal da denominação — Boa Semente —, intitulado de “Estudos Dominicaes”, mas pouco tempo depois um anúncio nesse mesmo periódico dá conta da existência de revistas propriamente ditas: “Está em andamento a Revista de Escola Dominical que havemos de publicar para auxílio dos estudos dominicaes. O preço será o mais razoável possível”.[3] O anúncio consta do ano de 1923 no periódico, quando a denominação tinha apenas 12 anos de fundação. Em 1935 (cinco anos após o lançamento das Lições Bíblicas), um aviso do missionário Nils Kastberg no Mensageiro da Paz, evidencia a importância das revistas: “Embora tenhamos aumentado, consideravelmente, a tiragem das ‘Lições Bíblicas’; lamentamos já terem acabado todos os exemplares [...]. Isso, entretanto, nos mostra o progresso glorioso das ‘Assembléas de Deus’”.[4] 

Conhecendo todo esse esforço inicial, a conclusão a que chegou Gary McGee, serve como uma resposta aos que erroneamente acreditam que o pentecostalismo é antagonista à reflexão teológica: “Como se vê, os pentecostais brasileiros, ainda que empiricamente, sempre se preocuparam com o ensino teológico”.[5] Se apenas ou tão somente os anos de sua existência fossem levados em consideração, já não haveria dúvidas quanto à importância das Lições Bíblicas, mas existe uma questão que precisa ser discutida: Como se deu o desenvolvimento curricular? Como as Assembleias de Deus no Brasil, através da CPAD, desenvolveu o melhor currículo de Escola Dominical?


A evolução curricular da Escola Dominical nas ADs


Em toda a sua trajetória, as revistas de Escola Dominical e, posteriormente, o então Departamento de Escola Dominical, mais tarde Divisão de Educação Cristã e, finalmente Setor de Educação Cristã, contou com os seguintes responsáveis, por ordem cronológica: Samuel Niström, Nils Kastberg, Emílio Conde e José Pimentel de Carvalho (este último, anos depois, foi também diretor do já criado Departamento de Escola Dominical)[6], Geziel Gomes e Antonio Gilberto (denominados coordenadores, sendo que o último foi criador e, posteriormente, diretor do Departamento de Escola Dominical), Adilson Faria, Raimundo de Oliveira, Antonio Mardônio Nogueira, Gilmar Vieira Chaves, Claudionor de Andrade, Isael de Araujo e Marcos Tuler.


Todos esses nomes contribuíram para que a CPAD possuísse o currículo completo que temos atualmente, mas vale dizer que a intensificação de todo esse processo teve dois grandes momentos: o primeiro, com o pastor Antonio Gilberto, a partir de 1974 com a criação do Caped e do Departamento de Escola Dominical da Casa; e o segundo, com o atual diretor executivo, Ronaldo Rodrigues de Souza que, desde sua posse em 4 de março de 1993, vem consolidando o projeto inicial dos nossos pioneiros e cristalizando a ideia de a CPAD possuir um currículo abrangente (o idealizado pelo pastor Antonio Gilberto em 1980, com seis faixas etárias, só veio se consolidar em 1994, já na administração da atual diretoria), através de grandes projetos como, por exemplo, a campanha Biênio da Escola Dominical 96/97, e o lançamento  em 31 de outubro de 2006 (com vigência para o primeiro trimestre de 2007), do currículo atual que é, sem dúvida, o mais completo (vai desde o berçário até a vida adulta, ou seja, nove faixas etárias, mais duas revistas para grupos específicos sendo as do discipulado e a de não-crentes). 


Até a presente data foram realizados 90 Capeds, 19 Conferências de Escola Dominical e 5 Congressos Nacionais de Escola Dominical (o sexto está marcado para novembro deste ano). Ninguém fez tanto pela Educação Cristã nas ADs como a CPAD, a editora oficial da denominação. Tudo isso, evidentemente, contando com a boa mão do Senhor sobre a editora, somando-se aos esforços de milhares de servos de Deus que, voluntariamente, se doam ao ensino da Bíblia Sagrada todos os domingos utilizando as revistas do currículo da Casa.


Todos os que temos o privilégio de hoje desfrutar dos efeitos salutares de um programa de educação cristã planejado, é importante lembrar que não foi sem dificuldades que o pastor Antonio Gilberto deu início a essa nova fase na ED nas Assembleias de Deus, passando da publicação de uma revista (e outras duas infantis) para o lançamento de um currículo que contemplasse o ser humano em suas diversas etapas da vida. É possível seguramente afirmar que, desde os primórdios da denominação houve uma preocupação com o aspecto doutrinário, mas não havia uma visão pedagógica, do ponto de vista técnico e científico, de como levar a efeito o aprendizado das doutrinas bíblico-pentecostais desde a mais tenra infância. A educação tinha um caráter muito empírico e informal, sendo imaginada apenas em termos “andragógicos”. 


Em março de 1983, na coluna “Escola Dominical” do Mensageiro da Paz, falando sobre o “Novo plano de revistas da Escola Dominical”, escreve o pastor Antonio Gilberto: 


“Muitos pastores, professores e alunos da Escola Dominical têm nos informado sobre as dificuldades insuperáveis de ensinar assuntos sumamente difíceis, impróprios e até inconvenientes para os pequeninos, isso pelo fato de até agora o texto bíblico das revistas ter sido único para todas as idades. Sabemos que isso era feito assim, porque não havia outra solução, hoje tendo a Assembléia de Deus mais de 70 anos de trabalho, e com milhões de fiéis, precisamos urgente ter uma série completa de revista da Escola Dominical, cada uma com seu currículo para cada idade.


É o currículo que se adapta ao aluno, e não o aluno ao currículo. As leis da aprendizagem não são invenção humana; são leis e princípios imanentes ao ser humano. Um simples grupo de lições em seqüência continuada, sem relacionamento entre si; e sem levar em conta os agrupamentos de idade, não pode ser chamado de currículo.


Leitura bíblica em classe e texto áureo diferente para cada revista não constituirão dificuldade alguma, havendo o devido cuidado e orientação por parte dos dirigentes e professores da Escola Dominical. Não se trata de mudar doutrina, mas um costume, na área do ensino, mas... mudar para melhor! O real benefício do texto áureo não está no fato de recitá-lo em conjunto na Escola Dominical reunida, mas no ensino bíblico nele contido e assimilado pelo aluno, e isso deve ser feito de acordo com a faixa de idade. Podemos nos esforçar muito e ensinar pouco ou nada, se não soubermos ensinar. Numa casa de família o alimento é preparado de acordo com a idade. Julgamos ser isso diferente na casa de Deus?


Se esses fatores condicionantes do aprendizado, não forem levados em consideração no ensino, o aproveitamento escolar será praticamente nulo, pois as leis do ensino e da aprendizagem são universais e imutáveis, quer se trate do campo de ação secular ou religioso”.[7] 


Como pôde ser visto, obedecer à visão divina para a Educação Cristã nas Assembleias de Deus no Brasil significou inúmeros esforços de muitas pessoas que se dispuseram a tal empreendimento. É disso que este texto ligeiramente tratou, sendo apenas um contato dos leitores com o assunto que brevemente receberá um merecido tratamento, pois será lançado um livro contando a história da evolução curricular da ED nas ADs. Uma saga muito linda que terá o devido registro, pois moldou a face do maior fenômeno pentecostal do mundo: as Assembleias de Deus no Brasil.
 


[1] MCGEE, Gary B. Panorama Histórico In HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1997, p.37.
[2] Ibid., p.38 (sem grifo no original).
[3] Boa Semente. Orgam das Assembléas de Deus. Ano V, n°31. Belém, Dezembro de 1923, p.4.
[4] KASTBERG, Nils. Aviso. Mensageiro da Paz. Ano 5, n°75. Rio de Janeiro: primeira quinzena de fevereiro de 1935, p.8.
[5] MCGEE, Gary B. Panorama Histórico In HORTON, Stanley M. (Ed.). Teologia Sistemática. Uma Perspectiva Pentecostal. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1997, p.40.
[6] Até 1974 quem foi encarregado pela publicação da revista era chamado “diretor responsável”, pois ainda não existia um departamento específico de Educação Cristã ou de Escola Dominical.
[7] GILBERTO, Antonio. Novo plano de revistas da Escola DominicalMensageiro da Paz. Ano LIII, n°1151. Rio de Janeiro: Março de 1983, p.22.


Fonte: http://www.cpad.com.br/escoladominical/posts.php?s=49&i=346