TEXTO: 1João 4.1-6; Jeremias 23.9-33.
“A apatia está por toda à parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo pregado é verdadeiro ou falso. Um sermão é um sermão, não importa o assunto”. – C. H. Spurgeon.
O QUE É MISTICISMO? Esta palavra pode significar muitas coisas dependendo do contexto que está inserida. Por exemplo: Se alguém gosta de orar muito ou de buscar de maneira enfática o poder de Deus, ele é denominado por alguns de místico. Vejamos uma definição de misticismo:
Aurélio: Misticismo: 1. Crença ou doutrina religiosa dos místicos; 2. Disposição para crer no sobrenatural. Místico: 1. Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado. 2. Relativo à vida espiritual e contemplativa; 3. Religioso; 4. Aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.
Misticismo: Conjunto de normas e práticas quem tem por objetivo alcançar uma comunhão direta com Deus. O problema que os místicos sempre exaltam a experiência em detrimento a Palavra. É a atitude da pessoa que deposita sua confiança em algo que não existe, ou, mesmo que exista, é ineficaz. Exemplos: orixás, iemanjá, ninfas, duendes, ídolos, amuletos, simpatias, água benta, óleo ungido, galho de arruda e sal grosso. Seu nome deriva do termo grego “mystikós”, relativo aos mistérios. Estes eram religiões herméticas, somente reveladas aos iniciados, que deviam fazer voto de guardar total silêncio a seu respeito. Na Grécia antiga, conhece-se os mistérios de Elêusis e de Dioniso como seus principais representantes. O adjetivo “mystikós” deriva do verbo “mio”, que significa fechar; mais especificamente, fechar os olhos, porta de entrada do mundo sensível, para que se torne possível o acesso a uma experiência de ordem anímica ou espiritual; e fechar a boca, para que esta não procure falar disso que, em sua essência, manifesta-se como indizível.
Em sentido amplo, podemos considerar a mística como a irrupção do absoluto dentro da vida humana. Para a filosofia neoplatônica, a mística é a atividade que conduz ao contato direto entre a alma individual e seu fundamento divino. Este contato possui o caráter de participação da alma em Deus. Para isso, é preciso deixar de lado a realidade sensível, uma vez que Deus é intelecto puro, sendo a alma, de caráter inteligível, a única via de acesso a Ele. A mística neoplatônica influenciou marcadamente o pensamento de vários filósofos e teólogos da Idade Média, de modo a que se constituísse, assim, uma mística cristã medieval. A mística é trabalhada pelos pensadores alexandrinos, em especial Orígenes e São Clemente, em relação à história da salvação por Cristo e à experiência de apreensão da Unidade Trinitária de Deus. Também no gnosticismo ela se faz presente. Os Pais da Igreja alargam esta noção, denominando místico todo o conhecimento da realidade divina, cujo acesso é facultado através de Cristo. Santo Agostinho a define como uma iluminação da alma pela luz procedente de Deus. Entre os séculos XI e XIV, ela aparece como contraposição à tendência excessivamente racionalista da teologia e filosofia escolástica. No século XVI, a mística volta a ser intensificada, especialmente na Espanha, através de São João da Cruz e de Santa Teresa d’Ávila.
Além dos acima citados, os principais representantes do pensamento místico no Ocidente são Fílon, Dionísio Aeropagita, São Bernardo, São Boaventura, João Gerson, Mestre Eckhart, João da Bohêmia, João Ruysbroek, Angela de Foligno e Ângelo Silésio.
MISTICISMO MODERNO: O problema é que quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir da Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc.
As magias pagãs estabelecem como pontos de contatos objetos tais como amuletos, talismãs, patuás, cristais, pedras e coisas para "proteção". O problema é que tais pessoas acabam baseando sua fé em objetos. Estamos vendo novamente a famigerada doutrina da Idade Média das indulgências, só que agora no meio evangélico. A bênção é comprada. Quando mais dá, mais bênção. Hoje em dia, estão sendo chamadas de correntes místicas todas as crenças em seres intermediários, sejam anjos, demônios do bem e do mal, forças ocultas e todos os poderes que podem interferir no cotidiano das pessoas e que têm que ser dominados e controlados. Este tipo de misticismo poderia englobar as correntes da Teologia da Prosperidade e da Nova Era.
Essa tendência pode ser vista no número cada vez maior de pessoas que acreditam em uma revelação especial fora da Bíblia, que buscam nortear-se por sonhos e visões e não pela Palavra de Deus. Com a perda crescente dessa norma objetiva como regra de fé e prática a tendência é buscar o subjetivismo e emocionalismo. Cada um passa a crer naquilo que os grupos têm experimentado, e por isso o testemunho de experiências sensacionais vai cada vez mais substituindo o lugar da pregação da Palavra de Deus no culto.
É uma prática usada por várias seitas. Por exemplo: A ROSA-CRUZ. Utiliza-se de objetos em suas práticas ocultistas tais como: incenso, estátuas, toalhas, aventais, bandeiras, decalques, discos, fitas K-7; publicações como monografias, de vários graus, enviadas pelo Correio para os membros do Sanctum da Grande Loja. Promete desenvolver o poder da vontade; manter a saúde; superar hábitos maus, atingir uma conscientização cósmica; mudar o ambiente; superar o complexo de inferioridade; decifrar antigos símbolos.
O Misticismo tem estado presente em toda as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl 2.16-23). O Misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo). Nos Estados Unidos houve um movimento chamado Transcendentalismo que foi influenciado pela filosofia Hindu, paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a Ciência Cristã. O que eles tinham em comum? A idéia de que o homem deve desenvolver a sua divindade. Se descobrir o pleno poder que existe dentro deles. Tendo o poder sobre a enfermidade, dos problemas etc. Essek Kenyon, pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R. Soares.
“HERESÍAS DENTRO DAS IGREJAS”
“Se existe algo que a história nos ensina, este ensino é que os ataques mais devastadores desfechados contra a fé sempre começaram com erros sutis surgidos dentro da própria igreja”. – John F. MacArthur Jr.
• ORAÇÃO MÍSTICA: Soares - "Nunca ore dizendo; Faça a tua vontade". Paul (David) Yonggi Cho: especificando seus pedidos sobre a escrivaninha, bicicleta e a cadeira de rodas. “Depois que aprendi a especificar os meus pedidos, eu não tive mais medo de Deus errar na entrega". Veja Sl 94.10; Is 29.16 e Mt 6.8. Resposta Bíblica. O pedido de Moisés (Dt 3.23-27), o espinho na carne de Paulo (2Co 12.7-10) e o próprio Jesus (Mt 26.39). O conselho de Tiago (4.13-16) A galeria dos heróis da fé (Hb 11.32-40). A Falácia do "Há poder em suas palavras" (até para criar) Exemplos bíblicos: Jacó (Gn 42.36); Davi (1Sm 27.1); os jovens na fornalha (Dn 3.17,18) e o pai do jovem lunático (Mc 9.23,24).
Usam palavras mágicas, é o “abracadabra” da fé. Não é preciso pedir e sim exigir. Jesus não só nos ensinou a orar: ... seja feita a tua vontade (Mt 6:9 e 10), como também pôs em prática o que ensinou: ... todavia, faça-se a tua vontade ... (Mt 26.42). Pronunciar uma frase por deliberação própria e dar a entender que está autorizado por Deus, sem, na verdade, estar, é enganar o rebanho do Senhor. Deus não opera onde há engano; não compactua com enganadores e não terá por inocente aquele que tomar seu nome em vão (Êx 20.7).
• HINOS ESTRANHOS E SEM CONTEÚDO: Devemos oferecer a Deus um culto racional – Rm 12.1-2. A música está sendo usada para animar os crentes. Há um triunfalismo exarcebado. A verdadeira adoração é voltada para Deus, nunca para o homem. O louvor místico não é adoração a Deus, mas instrumento de psicologia humanística. Quase não há hinos que exaltem a Pessoa de Deus.
Onde está a Cruz em nosso meio? Os grandes temas e mensagens de hoje são: “Você pode!”; “Você tem poder!”; “Você faz e acontece!” Além disso, você é que diz se pode liberar, soltar, prender e conquistar. É o homem, mediante fé na fé, que obriga Deus a agir. O sangue de Jesus virou uma confissão positiva-mágica, para ser usada antes de um tá amarrado! Assim, o sangue de Cristo não purifica mais todo o pecado, mas virou palavra de ordem para amarrar o pecador. O grande problema é que o fogo divino depende de Deus e o fogo humano é produzido a qualquer hora, circunstância e empolgação. “Emoções fortes despertadas durante o culto não constituem necessariamente uma evidência de que houve verdadeira adoração” – John MacArthur Jr.
• OS CRENTES NÃO PODEM ADOECER: Os pregadores da fé afirmam que tanto a salvação quanto à cura física estão totalmente garantidas em Is 53.4,5. Veja Mt 8.14-17 e 1Pe 2.24. Ora, em Mt 8.14-17, Jesus ainda não havia morrido. Assim, o que Mateus quis dizer é que dentre as atribuições do Messias, uma delas seria curar os enfermos. Quanto ao texto de 1Pedro 2.24, podemos ver que o apóstolo aplicou a passagem de Isaías 53 para se referir ao pecado e não à enfermidade física. Deus cura sempre? A enfermidade de Timóteo (1Tm 5.23), de Trófimo (2Tm 4.20) e de Epafrodito (Fp 2.25-30). O espinho na carne do apóstolo Paulo (2Co 12.7-10). Veja Gl 4.13-15; 6.11 e At 23.1-5. A morte do profeta Eliseu (2Rs 13.14-21). Devemos nos lembrar que há uma cura melhor que a do corpo, é a cura da alma. Tenhamos mais medo do pecado que dos sofrimentos.
• PROFETISMO SEM BÍBLIA: Escutamos freqüentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”. (2Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr 1.4); “Assim diz o Senhor...” (Jr 2.5; Is 56:1; 66.1); “Ouví a palavra do Senhor...” (Jr 2.4); “E veio a mim a palavra do Senhor” (...) “disse o Espírito Santo...” (At 13:2); “...Isto diz o Espírito Santo...” (At 21.11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm 4.1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina. Outro fator a pensar é este: As pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus. Deus é quem abençoa.
• EXALTAÇÃO DO HOMEM: Algumas pessoas dizem: “Eu não quero saber o que a Bíblia dia, eu quero saber o que Kenneth Hagin diz”. O homem é o centro das atenções. O culto é preparado para ele. Os louvores, a pregação “positiva”. "Muitos vêm ouvir a Palavra somente para satisfazer seus ouvidos; eles apreciam a melodia da voz, a doçura suave da expressão, a novidade do conceito (At.17:21). Isso é amar mais o enfeite do prato do que o alimento em si; isso é o mesmo que desejar mais agradar a si mesmo do que ser edificado. É o mesmo que uma mulher que pinta o seu rosto e se esquece de sua saúde". Thomas Watson.
• ÊNFASE DEMASIADA NO MISNISTÉRIO DOS ANJOS: A Nova Era fala também sobre o ministério dos anjos. Em nenhum lugar das Escrituras somos ensinados que podemos mandar nos anjos. Hoje existe até a troca do anjo. Os anjos estão sob a autoridade exclusiva do Senhor.
• INTERPRETAÇÕES E PREGAÇÕES MÍSTICAS: Alguns dizem que existe um sentido oculto que só pode ser alcançado pelas pessoas especiais. As pessoas dizem: “Eu quero dizer uma coisa que não está revelada na Bíblia, pois Deus me revelou nesta noite”. Ignoram as regras de Hermenêutica e Exegese. Afinal, “Deus dá na hora”. As pregações de hoje são mais de auto-ajuda do que a ministração do alto. “A demanda gera o suprimento. Os ouvintes convidam e moldam os seus próprios pregadores. Se as pessoas desejam um bezerro de ouro para adorar, o ministro ‘que fabrica bezerros’ logo é encontrado” – John MacArthur Jr.
• USO DE CHAVÕES: Chavões tais como: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte das alianças divinas, das promessas divinas, dos oráculos divinos, dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu determino" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma.
“Toma posse da bênção”. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "Toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos e o próprio Jesus nunca cometeram esse tipo de equívoco, pois, em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: “...se tu podes crer; tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23); “...Tende fé em Deus...” (Mc 11.22), “...grande é a tua fé!...” (Mt 9.28) “...Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9:23); “Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda...” (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.
• FALSIFICAÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS: É “fogo estranho”. Levítico 9:1-24; 10:1-3. Podem-se encontrar incensários à venda, fogo em pacotinhos, se você quiser. Ninguém faz esta avaliação, ninguém pondera sobre estes sistemas, ninguém questiona nada, o que interessa é fazer o povo feliz e deter o controle e o poder. Que tipo de espiritualidade nós queremos? – Gl 3:3. Alguns dizem: - Está sob o nosso controle: a gente faz dançar, a gente faz pular, a gente faz chorar, se o Espírito não derrubar não faz mal não, a gente dá uma pernadinha e o irmão cai; uma tapa na testa e pronto, tá resolvido. É isto que o povo quer, é de espetáculo que o povo gosta, é novidade que mantém o interesse da Igreja. A diferença entre a chama divina e o fogo estranho é a de que a chama divina está no controle soberano de Deus.
Fala-se hoje de “Tapete de Fogo”; “Metralhadora do Espírito”; “Granada do Espírito”; “Vassoura de Fogo”; “Unção do Riso”; “Cola do Espírito Santo”.
• USO DE AMULETOS: Um amuleto é um objeto de superstição. Pode ser descrito como: “um objeto no qual está escrito uma fórmula de encantamento ou sobre a qual se recitou um encantamento, com o fim de proteger a pessoa que usa contra perigos, doenças, demônios, fantasmas, magia negra, e para trazer boa sorte e fortuna”. (Frank Gaynor. Ed. Dictionary of Mysticism. Nova Yorque. Citadel Press. sd.pp.10).
O uso dos elementos mágicos dos cultos e das superstições populares do Brasil, entre eles o sal grosso (para afastar maus espíritos), a rosa ungida (usada nos despachos e nas oferendas a Iemanjá), a água fluidificada (usada por credos espiritualistas a fim de trazer a influência espiritual para o corpo humano), fitas e pulseiras (semelhantes na sua designação às fitas do chamado Senhor do Bonfim), o ramo de arruda (usado para afastar coisas más) e uma quantidade enorme de apetrechos aos quais se emprestam supostos valores espirituais que podem ser passados por seus usuários. No começo era a simples fé na oração, agora a mistificação de objetos. Na crença animista cada objeto possui uma alma, ou seja, é um ser espiritual. Atualmente alguns segmentos acreditam que uma vez que se unge alguma coisa, ela passa a ter poder, ou nos proteger como se fosse um espírito.
Ao aceitarmos o senhorio de Jesus, recebemos o Espírito Santo (1Co 6.19 Ef 1.13); nossos pecados são perdoados (At 10.43; Rm 4.6-8); somos recebidos como filhos de Deus (Jo 1.12); somos filhos, logo somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Rm 8.17); passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1Jo 3.14); somos novas criaturas (2Co 5.17); o Diabo se afasta e não nos toca (Tg 4.7; 1Jo 5.18); não estamos mais sujeitos às maldições (Jo 8.32,36); a salvação nos leva a um relacionamento pessoal com nosso Pai e com Jesus como Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23); estamos livres da ira vindoura (Rm 5.9; 1Tss 1.10; 4.16-17; Ap 3.10), além de outras bênçãos.
CARACTERÍSTICAS DE UMA VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE:
1. Uma Espiritualidade Trinitária: A verdadeira espiritualidade coloca Deus no centro. O Espírito glorifica a Cristo. A soberania de Deus é proclamada e vivida. (1Cr 29.11; Dn 4.35; Sl 115.3; 1Tm 6:15; Ef 1.11; Rm 11.36; Sl 39.9). O homem não passa de vaso de barro. (Is 29.16; 45.9; 2Co 4.7).
2. Uma Espiritualidade Verdadeira Coloca o homem no seu devido lugar: Quem é o homem? 1Rs 8.46; Jo 14.4; Sl 51.5; Sl 58.3; Ec 7.20; Is 64:6; Jr 4.22; Jr 9.5-6; Jr 13.23; Jr 17.9; Jo 3.3; Jo 3.19; Jo 3.36; Jo 5.42; Jo 8.43,44; Rm 3.10-11; Rm 5.12; Rm 7.18, 23; Rm 8.7; 1Co 2.14; 2Co 4.4; Ef 2.3; Ef 4.18; 2Tm 2.25-26; 2Tm 3.2-4; Tt 1.15.
3. Uma Espiritualidade Comunitária. A verdadeira obra do Espírito produz amor cristão na igreja. Reconciliação e comunhão que desemboca na sociedade.
4. Uma Espiritualidade Centrada na Palavra de Deus. A verdadeira obra do Espírito aproxima as pessoas da Palavra de Deus. O misticismo afasta.
5. Uma Espiritualidade Missionária. Há serviço, oração, intercessão, quebrantamento que extrapola os muros de nossas igrejas. Vai para o campo, para as ruas, guetos e becos. Não fica apenas “decretando” e “amarrando” os demônios na cadeira confortável de seu templo. Não existe verdadeira espiritualidade sem serviço. Hoje há muito ativismo, mas pouco serviço.
Como reconhecer o trabalho do Espírito Santo de Deus? Três critérios nos auxiliarão:
(1) O fim principal do trabalho do Espírito é a Glória de Deus. Cristo, cheio e liderado pelo próprio Espírito, assim especificou - Jo 4.34; 5.19; 5.30; 5.43; 6.38; 17.4. No que diz respeito aos demônios, estes procuram a auto-adoração e própria glorificação.
(2) A suprema autoridade do Espírito é a Palavra de Deus: Dt 29.29. Demonstrar mais estima e procura por "revelações ocultas" do que pela revelação bíblica, é um insulto ao Deus todo-poderoso, que nos criou em amor para que o adorássemos e o servíssemos. Sola Scriptura: Sl 19.7; 119.130; Pv 1.1,4; Ef 3.1-2,4; Dt 4.2; Dt 12.32; Pv 30.5-6; Ap 22.18-19; Mt 15.3-6; Mc 7.5-7; 1Tm 4.1-2.
(3) A mensagem principal do Espírito é o Evangelho de Deus (At 1.2 e 8).
O PERIGO OPOSTO DE TUDO ISSO: O racionalismo exagerado: Ou seja, não crer na ação do Espírito Santo nos dias de hoje. Não sentir mais a necessidade de orar, de buscar a presença de Deus, de santificação, de quebrantamento.
SOLI DEO GLORIA NUNC ET SEMPER
Pr. Antonio Pereira da Costa Júnior
* O Pr. Antônio Pereira da Costa Júnior nasceu em Esperança – PB. Co-Pastor da 1ª. Igreja Congregacional em Sta Cruz do Capibaribe – PE. Faz parte do quadro de ministros da AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil). Casado com Esther, e Pai de Rachêl. Palestrante e pesquisador na área de Apologética em geral, Técnico Agrícola pela UEPB e Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional). E fez um curso de Apologética por extensão pelo ICP (Instituto Cristão de Pesquisas). Mestrando em Teologia e História pelo SPN – Seminário Presbiteriano do Norte – Recife – PE.
E-mail: juniorapologista@yahoo.com.br
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Aula 04 - PROFECIA E MISTICISMO
Texto Base: Deuteronômio 13:1-5; 18:10-12
"Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais"(Jr 29:8).
INTRODUÇÃO
No orbe religioso, evangélico ou não, as questões espirituais que envolvem o “misticismo” são bastante enfatizadas, principalmente através dos meios de comunicação. Nesta aula, daremos ênfase, embora resumidamente, ao misticismo enganoso que se camufla por trás da nomenclatura de Profecia. Usaremos como base as manifestações ocultistas e esotéricas dos místicos no Antigo Testamento, os quais tentaram imitar a autêntica experiência dos verdadeiros profetas de Israel. Como saber se a manifestação mística é ou não divina? Em Deuteronômio 13:1-5; 18:10-12, texto base deste assunto, revela-nos que o sobrenatural pode ser usado para desviar o povo de Deus. A Palavra do Senhor esclarece que, qualquer experiência antes de ser aceita, deve ser submetida ao exame minucioso da Escritura Sagrada. No tempo hodierno, não são poucos os falsos mestres e pastores que usam a ingenuidade dos indoutos e incautos, a fim de ludibriá-los. Precisamos estar alerta, e à luz da Palavra de Deus, que é a regra de fé e prática do genuíno cristão, refutar os procedimentos místicos que invadem o universo evangélico (com destaque a espiritualização de objetos, como, por exemplo: roupas, fotos, plantas, flores, sal, água, óleo de Israel, etc.), usados a fim de alcançar algum tipo de favor "divino". Conquanto o sobrenatural fascine o ser humano, muito do que ocorre, nesse âmbito, não procede de Deus. O astuto Satanás utiliza as mais engenhosas estratagemas para instigar a prática do misticismo dentro das igrejas. Para que isto não ocorra, é preciso que estejamos atentos e julguemos essa prática de forma rigorosa, para que o rebanho do Senhor não seja desviado do caminho traçado por Deus.
I. O QUE É MISTICISMO?
Segundo o dicionário Aurélio, é a crença ou doutrina religiosa dos místicos; disposição para crer no sobrenatural. Místico: Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado; religioso; aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.
Pode-se ainda dizer que: “Misticismo (do latim mystica, espiritual) é uma atitude mental de busca da união íntima e direta do homem com a divindade, baseada mais na intuição e no sentimento do que no conhecimento racional”(Lições Bíblicas – CPAD – MESTRE).
O Misticismo tem estado presente em todas as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl 2:16-23). O Misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo).
Nos Estados Unidos houve um movimento chamado transcendentalismo que foi influenciado pela filosofia hindu; paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a Ciência Cristã. O que eles tinham em comum? A idéia de que o homem deve desenvolver a sua divindade. Descobrir o pleno poder que existe dentro dele. Poder sobre a enfermidade, dos problemas etc. Essek Kenyon, pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R. Soares.
1. O misticismo atual no meio do povo evangélico. Quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir a Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc. Tudo isso ao arrepio da Palavra de Deus.
2. Profetismo sem Bíblia. Escutamos frequentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”(2Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr 1:4); “Assim diz o Senhor...” (Jr 2:5; Is 56:1; 66:1); “Ouví a palavra do Senhor...” (Jr 2:4); “E veio a mim a palavra do Senhor”(Jr 2:1; 16:1); (...) “disse o Espírito Santo...” (At 13:2); “... Isto diz o Espírito Santo...” (At 21:11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm 4:1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina. Outro fator a pensar é este: as pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus. Deus é quem abençoa.
3. Uso de chavões: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu determino" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma. Tudo isto é resultado da ignorância espiritual, da falta do ensino da Palavra de Deus.
“Toma posse da bênção”. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos e o próprio Jesus em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: “... se tu podes crer; tudo é possível ao que crê” (Mc 9:23); “... Tende fé em Deus...” (Mc 11:22), “... grande é a tua fé!...” (Mt 9:28) “... Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9:23); “Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda...” (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a Palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.
II. AVALIAÇÃO DA PROFECIA
1. Como posso saber se uma palavra profética é verdadeira? Quando a verdade é negada, o engano é liberado. Falsos profetas e falsas profecias estão no mundo atualmente. A falsa profecia leva ao engano e faz com que o crente seja manipulado ou dominado por falsos profetas que têm objetivos malignos e planos escusos. O apóstolo João declarou enfaticamente: “Amados, não deis créditos a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”(1João 4:1). Somos alertados para “provar os espíritos”, porque todas as profecias vêm de Deus, da carne ou do Diabo através de espíritos malignos.
Por falta de espaço neste subsídio irei citar apenas quatro princípios para julgar uma profecia:
Princípio 1: A profecia deve estar de acordo com a Palavra de Deus! Todas as profecias verdadeiras vêm do Espírito Santo, que é o autor da Palavra de Deus. Assim, toda profecia tem de estar de acordo, de fato, e em espírito, com a Palavra de Deus. Qualquer mensagem que não concorde com a Palavra de Deus é uma falsa profecia.
Princípio 2: Se uma profecia contém predições que não se realizam, a profecia é falsa. Dt 18:22 diz: “sabe que quando esse profeta falar, em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta”.
Princípio 3: Se uma profecia se cumprir e promover a desobediência contra Deus ou contra as Escrituras, não é uma profecia verdadeira. A Bíblia diz: “Quando o profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador”(Dt 13:13). Moisés claramente afirmou que somente porque a profecia se cumpriu, não significa que a pessoa que deu a profecia é de Deus. Se esta profecia faz com que você olhe para outra fonte de orientação espiritual, como horóscopo, consultas a médiuns e quiromantes, espiritismo, você está vivendo adultério espiritual.
Princípio 4: Qualquer profecia que se cumpre mas não dá glória e honra ao Senhor Jesus Cristo é um espírito de advinhação. O fato da profecia se cumprir não é prova de que vem de Deus. (Veja Dt 13:13, que também é usado para apoiar o princípio 3 acima).
Profetas que se enquadram neste princípio são considerados "embusteiros" (enganador, desonesto, trapaceador). Em Deuteronômio 13:1 os vocábulos "profeta" ou "sonhador", referem-se a alguém que se apresenta como tal, e é possível que ele realize perante o povo "um sinal ou prodígio". Contudo, tal milagre em si não é garantia de que o seu ministério seja de origem divina. O apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até "Satanás se transfigura em anjo de luz" (2Co 11:14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus.
2. Como identificar a fonte do milagre? (Dt 13:2). A Palavra de Deus é a baliza do cristão. Portanto, qualquer profecia fora do seu conteúdo sagrado considere-se anátema. Também, os profetas devem ser avaliados pelos seus frutos. Disse Jesus: "[...] por seus frutos os conhecereis" (Mt 7:16). Nem sempre é fácil reconhecer a procedência de certas manifestações, e entre elas, a profecia. Por isso, muitos falsos profetas acham guarida em congregações desavisadas, ávidas de sinais e prodígios e pouco interessadas na Palavra. Frutos são o resultado da natureza, da espécie de cada ser. Os frutos de um falso profeta serão conhecidos não apenas pela forma com que vive, mas pelo resultado de suas profecias. Da mesma forma que o fracasso das previsões feitas pelos adivinhadores dos tempos bíblicos identificavam sua ruína, o mesmo se dará com quem fala em nome do Senhor sem que o Senhor tenha falado.
3. Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (Dt 13:3). É fundamental à comunhão do crente com o Senhor, a sua fidelidade a Deus e à Palavra revelada dEle(Dt 8:3). Os versículos de Deuteronômio 13:1-5 mostram que a tentação visando a destruir nossa lealdade a Deus, às vezes, surge através de pessoas parecendo espirituais. Várias interferências decorrem disso, para nossa vida como crentes:
(a) Deus, às vezes, testa a sinceridade do nosso amor e dedicação a Ele e à sua Palavra(cf Dt 8:2).
(b) Deus, às vezes, nos prova permitindo que surja entre o seu povo, pessoas afirmando que são profetas de Deus, e que realizam “sinal ou prodígio”(Dt 13:1,2). Tais pessoas, às vezes, falam com muita “unção”, predizem corretamente o futuro, e operam milagres, sinais e prodígios. Ao mesmo tempo, porém podem pregar um evangelho contrário à revelação bíblica, acrescentar inovações à Palavra ou subtrair parte dela(cf Dt 4:2; 12:32). Aceitar esses falsos pregadores, significa abdicar da fidelidade total a Deus e à sua Palavra inspirada(Dt 13:5).
(c) O Novo Testamento, por sua vez, adverte que falsos profetas e falsos mestres perverterão grandemente o evangelho de Cristo nos últimos dias desta era. O crente deve ter firme determinação quanto a sua fidelidade à revelação escrita de Deus, a Bíblia. A autenticidade do ministério de uma pessoa e do seu ensino não deve ser avaliada apenas pela sua pregação talentosa, alocuções proféticas poderosas, realização de milagres ou número de decisões. Esses critérios tornam-se cada vez menos dignos de confiança à medida que se aproximam os tempos do fim. O padrão da verdade sempre deverá ser a infalível Palavra de Deus.
III. PRÁTICAS DIVINATÓRIAS
O Senhor sempre demonstrou ao homem que o futuro não se mostra ao ser humano a não ser por revelação divina. Na lei de Moisés, havia severas prescrições de proibição ao exercício da adivinhação ou do agouro (Lv 20:27; Dt 18:10), tendo sido conduta que sempre foi censurada e considerada abominável aos olhos do Senhor em todas as Escrituras (1Sm 28:7; 2Rs 21:6; Jr 14:14). Jesus ratificou este ensinamento ao dizer que o crente não deveria se preocupar com o dia de amanhã (Mt 6:34).
1. As abomináveis práticas divinatórias (Dt 18:9-11). As práticas divinatórias são uma forma infame de idolatria e satanismo e, portanto, repulsivas aos olhos de Deus. Em Deuteronômio 18:10- 11 são enumeradas algumas práticas divinatórias comuns nas religiões de Canaã, as quais eram abomináveis a Deus e proibidas por Ele – “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der,não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações”(18:9). Entre o povo de Deus do Antigo Testamento quem praticava tais coisas era morto(Lv 20:27). Por sua vez, o Novo Testamento declara que quem pratica tais coisas não entrará no reino de Deus(Gl 5:20,21; Ap 22:15).
2. Adivinhador, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante e mágico (18:10,11) – “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos".
O "adivinhador" ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. A adivinhação do futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fácil. Seja como for, ela sempre é mentirosa, pecaminosa e de origem diabólica. O reformador Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e mente ao fazê-lo". O "prognosticador" significa "fazer agouros pela nuvem"; é aquele que pratica magia, vaticínio, presságio, prognóstico, e tenta prever o futuro por meio de sortilégios. O "agoureiro" é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2Rs 17:17). O "feiticeiro", também conhecido por "bruxo", é aquele que faz uso da magia, de fórmulas ou encantamentos. No Egito, fazia parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7:11). O "encantador de encantamentos" denota "amarrar" alguém por meio de mágica; é o praticante de macumba, de despacho etc. O “necromante” é aquele que procura interrogar os mortos; os praticantes deste seguimento divinatório abrangem: médium, espírita e também mágico (Lv 19.31; 20.6; Is 8.19; 29.4).
3. Diferença entre Adivinhação e Profecia bíblica. Quem recebe de Deus uma mensagem profética não deve ser confundido com um adivinho, nem pode agir como um. Profetas devem falar quando Deus mandar, e calarem-se quando Deus assim ordenar também. Adivinhos geralmente são pessoas compradas, que falam mentiras em prol do dinheiro que poderão ganhar. Motivados pela ganância, tentam predizer o futuro através de interpretação de sonhos, leitura de cartas e outros meios que impressionam os incautos.
a) A adivinhação faz afirmações vagas e genéricas e não esclarece os fatos. A profecia bíblica é a história escrita antes que aconteça. Ela parte do próprio Deus Todo-Poderoso, que tem uma visão panorâmica das eras e as estabeleceu em Seu plano divino. O próprio Senhor afirma: "lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46:9-10).
b) A adivinhação interpreta algum tipo de sinal. A profecia bíblica não depende da nossa interpretação, mas se sustenta exclusivamente em sua própria realização.
c) Adivinhação e interpretação de sinais são baseados em mentiras, enquanto a profecia divina é a mais absoluta verdade. Balaão era um "agoureiro" (Nm 24:1) que Balaque, rei dos moabitas, queria usar para amaldiçoar Israel (Nm 23-24). E justamente esse adivinhador foi obrigado a reconhecer: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" (Nm 23:19).
Qualquer pessoa que crê em Jesus Cristo e confia sua vida a Ele tem um futuro seguro e não precisa ter medo de nada. Quem se entrega a Jesus passa a viver sob a bênção da profecia encontrada em João 14:3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).
IV. A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA
1. A voz de Deus na terra. A profecia bíblica prova a inspiração divina da Palavra de Deus. A Bíblia é diferente de todos os outros livros religiosos. Os livros que são o fundamento das principais religiões e cultos interpretam o presente e tratam do passado. Nenhum deles tenta interpretar o futuro. Nenhuma profecia das Escrituras veio das idéias, ou raciocínio do seu escritor, mas, sim, do Espírito Santo – “que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”(2Pe 1:20,21). Portanto, a profecia bíblica é a voz de Deus na terra para nortear homens e mulheres no caminho seguro para o céu e contradiz as práticas pagãs; é também chamada de a "profecia da Escritura" (2Pe 1:20).
2. Revelação dos arcanos divinos. Muitos, atualmente, rejeitam a profecia bíblica como sendo irrelevante para a nossa época, porque, em sua opinião, ela não tem lógica ou exatidão. Eles consideram a profecia bíblica uma paixão de fanáticos religiosos ou obsessão dos desequilibrados mentalmente. Pedro quebra essa opinião sobre a profecia bíblica dizendo: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”(2Pe 1:19).
Primeiramente verifique a afirmação “E temos, mui firme, a palavra dos profetas” ou “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética”(ARA). Pedro testifica que ele e os outros apóstolos foram testemunhas oculares da vida, milagre, morte, ressurreição e ascensão aos céus de Jesus Cristo. Num tribunal de justiça, o relato de uma testemunha ocular é considerado um padrão absoluto de verdade e exatidão. A mesma lógica pode ser usada para descobrir a verdade nas Escrituras. Pedro estabelece quatro pontos neste versículo que os cristãos modernos não devem deixar passar despercebido:
Primeiro, ele diz que a profecia bíblica é mais exata do que o relato de uma testemunha ocular. Sua verdade é absoluta.
Segundo, ele diz à igreja: “fazeis bem em atendê-la”. A Bíblia quando foi escrita, era 25 por cento de profecia. De Gênesis a Apocalipse, inúmeras profecias foram dadas, e a maioria foi cumprida de forma exata. Isso confirma a inspiração, validade e autoridade da Bíblia. “A Bíblia contém 6.408 versículos com declarações proféticas, das quais 3.268 já se cumpriram. Não se sabe de nenhum caso em que uma profecia bíblica tivesse se cumprido de forma diferente da profetizada. Conforme o Dr. Roger Liebi, 330 profecias extremamente exatas e específicas referentes ao Messias sofredor se cumpriram literalmente por ocasião da primeira vinda de Cristo”((Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).
Terceiro, Pedro fala sobre “uma candeia que brilha em lugar tenebroso”. As trevas aqui são trevas espirituais, que, certamente, descrevem o mundo. Pedro diz que a profecia bíblica é uma luz divina nos guiando através das trevas espirituais desta geração.
Quarto, Pedro afirma que a profecia bíblica será benéfica à igreja “até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração”. O clarear de um novo dia é a vinda do Senhor Jesus Cristo. A “estrela da alva” não é nada senão Jesus Cristo.
Nessa expressão, Pedro declara ousadamente, que a profecia bíblica será benéfica à Igreja até a Segunda Vinda de Jesus Cristo e o final dos tempos.
CONCLUSÂO
Diante do que foi visto, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio. Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas divinatórias disseminadas no atual universo evangélico. Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos, mas não o eram (Ap 2:2).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia Ezequiel e Jeremias. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 2. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
"Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhos que sonhais"(Jr 29:8).
INTRODUÇÃO
No orbe religioso, evangélico ou não, as questões espirituais que envolvem o “misticismo” são bastante enfatizadas, principalmente através dos meios de comunicação. Nesta aula, daremos ênfase, embora resumidamente, ao misticismo enganoso que se camufla por trás da nomenclatura de Profecia. Usaremos como base as manifestações ocultistas e esotéricas dos místicos no Antigo Testamento, os quais tentaram imitar a autêntica experiência dos verdadeiros profetas de Israel. Como saber se a manifestação mística é ou não divina? Em Deuteronômio 13:1-5; 18:10-12, texto base deste assunto, revela-nos que o sobrenatural pode ser usado para desviar o povo de Deus. A Palavra do Senhor esclarece que, qualquer experiência antes de ser aceita, deve ser submetida ao exame minucioso da Escritura Sagrada. No tempo hodierno, não são poucos os falsos mestres e pastores que usam a ingenuidade dos indoutos e incautos, a fim de ludibriá-los. Precisamos estar alerta, e à luz da Palavra de Deus, que é a regra de fé e prática do genuíno cristão, refutar os procedimentos místicos que invadem o universo evangélico (com destaque a espiritualização de objetos, como, por exemplo: roupas, fotos, plantas, flores, sal, água, óleo de Israel, etc.), usados a fim de alcançar algum tipo de favor "divino". Conquanto o sobrenatural fascine o ser humano, muito do que ocorre, nesse âmbito, não procede de Deus. O astuto Satanás utiliza as mais engenhosas estratagemas para instigar a prática do misticismo dentro das igrejas. Para que isto não ocorra, é preciso que estejamos atentos e julguemos essa prática de forma rigorosa, para que o rebanho do Senhor não seja desviado do caminho traçado por Deus.
I. O QUE É MISTICISMO?
Segundo o dicionário Aurélio, é a crença ou doutrina religiosa dos místicos; disposição para crer no sobrenatural. Místico: Misterioso e espiritualmente alegórico ou figurado; religioso; aquele que procura atingir o estado extático de união direta com a divindade.
Pode-se ainda dizer que: “Misticismo (do latim mystica, espiritual) é uma atitude mental de busca da união íntima e direta do homem com a divindade, baseada mais na intuição e no sentimento do que no conhecimento racional”(Lições Bíblicas – CPAD – MESTRE).
O Misticismo tem estado presente em todas as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Cl 2:16-23). O Misticismo está intimamente ligado ao panteísmo (tudo é Deus e Deus é tudo).
Nos Estados Unidos houve um movimento chamado transcendentalismo que foi influenciado pela filosofia hindu; paralelamente a isso foi fundado o movimento teosófico por Helena (Madame) Blavatsky, escritora russa. Paralelamente surgiu a Ciência Cristã. O que eles tinham em comum? A idéia de que o homem deve desenvolver a sua divindade. Descobrir o pleno poder que existe dentro dele. Poder sobre a enfermidade, dos problemas etc. Essek Kenyon, pastor evangélico, estudou numa das escolas da Ciência Cristã. Começou a pregar que nós somos pequenos deuses, que temos o poder de criar a realidade pelo que nós dizemos. Ele discipulou pela sua literatura Kenneth Hagin que introduziu grandes heresias dentro da igreja evangélica. No Brasil, a literatura de Hagin foi introduzida por R. R. Soares.
1. O misticismo atual no meio do povo evangélico. Quase sempre, os místicos são induzidos a prescindir a Bíblia e se basear apenas em suas experiências. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, pois eles colocam suas experiências acima da Bíblia e dão a ela uma interpretação particular fora dos recursos hermenêuticos. O Misticismo neopentecostalista é a mistura de figuras, objetos e símbolos para representarem elementos espirituais. Eles tomam figuras do Antigo e Novo Testamento e as espiritualizam, transformando-as em "proteções" semelhantes às usadas pelas magias pagãs. E deste ato aparecem crentes com fitinhas no braço, com medalhas de símbolos bíblicos, ungindo portas e janelas com azeite, colocando sal ao redor da casa para impedir a entrada de maus espíritos; outros bebem copos de água abençoada, usam óleos consagrados em Jerusalém, guardam gravetos que misteriosamente aparecem brilhando nos montes, ungem roupas para libertar as pessoas e etc. Tudo isso ao arrepio da Palavra de Deus.
2. Profetismo sem Bíblia. Escutamos frequentemente: “Eu profetizo!”; “Profetize pra seu irmão”. A Bíblia ensina que a profecia não depende do "EU" querer: “... porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”(2Pe 1:21). É bom observarmos que os homens santos de Deus também não usaram essa frase; ao contrário, quando profetizaram, disseram: “Assim veio a mim a palavra do Senhor...” (Jr 1:4); “Assim diz o Senhor...” (Jr 2:5; Is 56:1; 66:1); “Ouví a palavra do Senhor...” (Jr 2:4); “E veio a mim a palavra do Senhor”(Jr 2:1; 16:1); (...) “disse o Espírito Santo...” (At 13:2); “... Isto diz o Espírito Santo...” (At 21:11); “Mas o Espírito expressamente diz...” (1Tm 4:1). Em todos os casos, não aparece o "EU", aparece a pessoa divina. Outro fator a pensar é este: as pessoas que profetizam bênçãos não esclarecem que tipos de bênçãos. As profecias bíblicas sempre especificaram que tipo de bênção ou de juízo sobreviria ao povo. Mas, hoje, é só isto: "Eu te abençôo". É um procedimento totalmente fora da palavra de Deus. Deus é quem abençoa.
3. Uso de chavões: “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu decreto", são pronunciados sem a menor reflexão ou sentido de responsabilidade. Os crentes e, infelizmente, muitos líderes, comportam-se como se fossem Deus; colocam o "EU" na frente e soltam palavras que não fazem parte dos estatutos divinos, da graça divina, da misericórdia divina, do amor divino. Falam da forma como Deus não mandou falar, declaram o que Deus não mandou declarar. “Eu declaro”, “Eu ordeno”, “Eu profetizo”, "Eu determino" são expressões despidas da espiritualidade ensinada na palavra de Deus; são frases que revelam a altivez do coração humano, são palavras que, por não terem respaldo bíblico, não mudam situação alguma. Tudo isto é resultado da ignorância espiritual, da falta do ensino da Palavra de Deus.
“Toma posse da bênção”. Comparando isso com o procedimento de Jesus e dos apóstolos, afirmamos que é errado usar o termo "toma posse da bênção" como meio de termos as bênçãos divinas concretizadas em nossa vida. Os discípulos e o próprio Jesus em lugar de dizerem: "Toma posse da bênção”, eles disseram: “... se tu podes crer; tudo é possível ao que crê” (Mc 9:23); “... Tende fé em Deus...” (Mc 11:22), “... grande é a tua fé!...” (Mt 9:28) “... Seja-vos feito segundo a vossa fé” (Mt 9:23); “Em nome de Cristo, o nazareno, levanta-te e anda...” (At 3:6). Assim, em vez de as bênçãos serem direcionadas para o homem, a Palavra de Deus ensina as pessoas a direcionarem suas esperanças para Deus, através da fé.
II. AVALIAÇÃO DA PROFECIA
1. Como posso saber se uma palavra profética é verdadeira? Quando a verdade é negada, o engano é liberado. Falsos profetas e falsas profecias estão no mundo atualmente. A falsa profecia leva ao engano e faz com que o crente seja manipulado ou dominado por falsos profetas que têm objetivos malignos e planos escusos. O apóstolo João declarou enfaticamente: “Amados, não deis créditos a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora”(1João 4:1). Somos alertados para “provar os espíritos”, porque todas as profecias vêm de Deus, da carne ou do Diabo através de espíritos malignos.
Por falta de espaço neste subsídio irei citar apenas quatro princípios para julgar uma profecia:
Princípio 1: A profecia deve estar de acordo com a Palavra de Deus! Todas as profecias verdadeiras vêm do Espírito Santo, que é o autor da Palavra de Deus. Assim, toda profecia tem de estar de acordo, de fato, e em espírito, com a Palavra de Deus. Qualquer mensagem que não concorde com a Palavra de Deus é uma falsa profecia.
Princípio 2: Se uma profecia contém predições que não se realizam, a profecia é falsa. Dt 18:22 diz: “sabe que quando esse profeta falar, em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta”.
Princípio 3: Se uma profecia se cumprir e promover a desobediência contra Deus ou contra as Escrituras, não é uma profecia verdadeira. A Bíblia diz: “Quando o profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disser: vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvirás as palavras desse profeta ou sonhador”(Dt 13:13). Moisés claramente afirmou que somente porque a profecia se cumpriu, não significa que a pessoa que deu a profecia é de Deus. Se esta profecia faz com que você olhe para outra fonte de orientação espiritual, como horóscopo, consultas a médiuns e quiromantes, espiritismo, você está vivendo adultério espiritual.
Princípio 4: Qualquer profecia que se cumpre mas não dá glória e honra ao Senhor Jesus Cristo é um espírito de advinhação. O fato da profecia se cumprir não é prova de que vem de Deus. (Veja Dt 13:13, que também é usado para apoiar o princípio 3 acima).
Profetas que se enquadram neste princípio são considerados "embusteiros" (enganador, desonesto, trapaceador). Em Deuteronômio 13:1 os vocábulos "profeta" ou "sonhador", referem-se a alguém que se apresenta como tal, e é possível que ele realize perante o povo "um sinal ou prodígio". Contudo, tal milagre em si não é garantia de que o seu ministério seja de origem divina. O apóstolo Paulo nos adverte dizendo que até "Satanás se transfigura em anjo de luz" (2Co 11:14). Assim, à luz do texto sagrado, é possível alguém manifestar tais sinais e maravilhas sem necessariamente ser um servo de Deus.
2. Como identificar a fonte do milagre? (Dt 13:2). A Palavra de Deus é a baliza do cristão. Portanto, qualquer profecia fora do seu conteúdo sagrado considere-se anátema. Também, os profetas devem ser avaliados pelos seus frutos. Disse Jesus: "[...] por seus frutos os conhecereis" (Mt 7:16). Nem sempre é fácil reconhecer a procedência de certas manifestações, e entre elas, a profecia. Por isso, muitos falsos profetas acham guarida em congregações desavisadas, ávidas de sinais e prodígios e pouco interessadas na Palavra. Frutos são o resultado da natureza, da espécie de cada ser. Os frutos de um falso profeta serão conhecidos não apenas pela forma com que vive, mas pelo resultado de suas profecias. Da mesma forma que o fracasso das previsões feitas pelos adivinhadores dos tempos bíblicos identificavam sua ruína, o mesmo se dará com quem fala em nome do Senhor sem que o Senhor tenha falado.
3. Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (Dt 13:3). É fundamental à comunhão do crente com o Senhor, a sua fidelidade a Deus e à Palavra revelada dEle(Dt 8:3). Os versículos de Deuteronômio 13:1-5 mostram que a tentação visando a destruir nossa lealdade a Deus, às vezes, surge através de pessoas parecendo espirituais. Várias interferências decorrem disso, para nossa vida como crentes:
(a) Deus, às vezes, testa a sinceridade do nosso amor e dedicação a Ele e à sua Palavra(cf Dt 8:2).
(b) Deus, às vezes, nos prova permitindo que surja entre o seu povo, pessoas afirmando que são profetas de Deus, e que realizam “sinal ou prodígio”(Dt 13:1,2). Tais pessoas, às vezes, falam com muita “unção”, predizem corretamente o futuro, e operam milagres, sinais e prodígios. Ao mesmo tempo, porém podem pregar um evangelho contrário à revelação bíblica, acrescentar inovações à Palavra ou subtrair parte dela(cf Dt 4:2; 12:32). Aceitar esses falsos pregadores, significa abdicar da fidelidade total a Deus e à sua Palavra inspirada(Dt 13:5).
(c) O Novo Testamento, por sua vez, adverte que falsos profetas e falsos mestres perverterão grandemente o evangelho de Cristo nos últimos dias desta era. O crente deve ter firme determinação quanto a sua fidelidade à revelação escrita de Deus, a Bíblia. A autenticidade do ministério de uma pessoa e do seu ensino não deve ser avaliada apenas pela sua pregação talentosa, alocuções proféticas poderosas, realização de milagres ou número de decisões. Esses critérios tornam-se cada vez menos dignos de confiança à medida que se aproximam os tempos do fim. O padrão da verdade sempre deverá ser a infalível Palavra de Deus.
III. PRÁTICAS DIVINATÓRIAS
O Senhor sempre demonstrou ao homem que o futuro não se mostra ao ser humano a não ser por revelação divina. Na lei de Moisés, havia severas prescrições de proibição ao exercício da adivinhação ou do agouro (Lv 20:27; Dt 18:10), tendo sido conduta que sempre foi censurada e considerada abominável aos olhos do Senhor em todas as Escrituras (1Sm 28:7; 2Rs 21:6; Jr 14:14). Jesus ratificou este ensinamento ao dizer que o crente não deveria se preocupar com o dia de amanhã (Mt 6:34).
1. As abomináveis práticas divinatórias (Dt 18:9-11). As práticas divinatórias são uma forma infame de idolatria e satanismo e, portanto, repulsivas aos olhos de Deus. Em Deuteronômio 18:10- 11 são enumeradas algumas práticas divinatórias comuns nas religiões de Canaã, as quais eram abomináveis a Deus e proibidas por Ele – “Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der,não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações”(18:9). Entre o povo de Deus do Antigo Testamento quem praticava tais coisas era morto(Lv 20:27). Por sua vez, o Novo Testamento declara que quem pratica tais coisas não entrará no reino de Deus(Gl 5:20,21; Ap 22:15).
2. Adivinhador, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, encantador, necromante e mágico (18:10,11) – “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos".
O "adivinhador" ou "adivinho" é quem pratica a adivinhação. Como parte da magia, essa prática é uma antiga arte de predizer o futuro por meios diversificados: intuição, explicação de sonhos, cartas, leitura de mão etc. A adivinhação do futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fácil. Seja como for, ela sempre é mentirosa, pecaminosa e de origem diabólica. O reformador Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e mente ao fazê-lo". O "prognosticador" significa "fazer agouros pela nuvem"; é aquele que pratica magia, vaticínio, presságio, prognóstico, e tenta prever o futuro por meio de sortilégios. O "agoureiro" é o que pratica agouros, uma forma de magia especializada em tentar predizer males e desgraças (2Rs 17:17). O "feiticeiro", também conhecido por "bruxo", é aquele que faz uso da magia, de fórmulas ou encantamentos. No Egito, fazia parte do grupo de conselheiros de Faraó, com os seus sábios e magos (Êx 7:11). O "encantador de encantamentos" denota "amarrar" alguém por meio de mágica; é o praticante de macumba, de despacho etc. O “necromante” é aquele que procura interrogar os mortos; os praticantes deste seguimento divinatório abrangem: médium, espírita e também mágico (Lv 19.31; 20.6; Is 8.19; 29.4).
3. Diferença entre Adivinhação e Profecia bíblica. Quem recebe de Deus uma mensagem profética não deve ser confundido com um adivinho, nem pode agir como um. Profetas devem falar quando Deus mandar, e calarem-se quando Deus assim ordenar também. Adivinhos geralmente são pessoas compradas, que falam mentiras em prol do dinheiro que poderão ganhar. Motivados pela ganância, tentam predizer o futuro através de interpretação de sonhos, leitura de cartas e outros meios que impressionam os incautos.
a) A adivinhação faz afirmações vagas e genéricas e não esclarece os fatos. A profecia bíblica é a história escrita antes que aconteça. Ela parte do próprio Deus Todo-Poderoso, que tem uma visão panorâmica das eras e as estabeleceu em Seu plano divino. O próprio Senhor afirma: "lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46:9-10).
b) A adivinhação interpreta algum tipo de sinal. A profecia bíblica não depende da nossa interpretação, mas se sustenta exclusivamente em sua própria realização.
c) Adivinhação e interpretação de sinais são baseados em mentiras, enquanto a profecia divina é a mais absoluta verdade. Balaão era um "agoureiro" (Nm 24:1) que Balaque, rei dos moabitas, queria usar para amaldiçoar Israel (Nm 23-24). E justamente esse adivinhador foi obrigado a reconhecer: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" (Nm 23:19).
Qualquer pessoa que crê em Jesus Cristo e confia sua vida a Ele tem um futuro seguro e não precisa ter medo de nada. Quem se entrega a Jesus passa a viver sob a bênção da profecia encontrada em João 14:3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também(Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).
IV. A NECESSIDADE DA PROFECIA BÍBLICA
1. A voz de Deus na terra. A profecia bíblica prova a inspiração divina da Palavra de Deus. A Bíblia é diferente de todos os outros livros religiosos. Os livros que são o fundamento das principais religiões e cultos interpretam o presente e tratam do passado. Nenhum deles tenta interpretar o futuro. Nenhuma profecia das Escrituras veio das idéias, ou raciocínio do seu escritor, mas, sim, do Espírito Santo – “que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação; porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”(2Pe 1:20,21). Portanto, a profecia bíblica é a voz de Deus na terra para nortear homens e mulheres no caminho seguro para o céu e contradiz as práticas pagãs; é também chamada de a "profecia da Escritura" (2Pe 1:20).
2. Revelação dos arcanos divinos. Muitos, atualmente, rejeitam a profecia bíblica como sendo irrelevante para a nossa época, porque, em sua opinião, ela não tem lógica ou exatidão. Eles consideram a profecia bíblica uma paixão de fanáticos religiosos ou obsessão dos desequilibrados mentalmente. Pedro quebra essa opinião sobre a profecia bíblica dizendo: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração”(2Pe 1:19).
Primeiramente verifique a afirmação “E temos, mui firme, a palavra dos profetas” ou “Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética”(ARA). Pedro testifica que ele e os outros apóstolos foram testemunhas oculares da vida, milagre, morte, ressurreição e ascensão aos céus de Jesus Cristo. Num tribunal de justiça, o relato de uma testemunha ocular é considerado um padrão absoluto de verdade e exatidão. A mesma lógica pode ser usada para descobrir a verdade nas Escrituras. Pedro estabelece quatro pontos neste versículo que os cristãos modernos não devem deixar passar despercebido:
Primeiro, ele diz que a profecia bíblica é mais exata do que o relato de uma testemunha ocular. Sua verdade é absoluta.
Segundo, ele diz à igreja: “fazeis bem em atendê-la”. A Bíblia quando foi escrita, era 25 por cento de profecia. De Gênesis a Apocalipse, inúmeras profecias foram dadas, e a maioria foi cumprida de forma exata. Isso confirma a inspiração, validade e autoridade da Bíblia. “A Bíblia contém 6.408 versículos com declarações proféticas, das quais 3.268 já se cumpriram. Não se sabe de nenhum caso em que uma profecia bíblica tivesse se cumprido de forma diferente da profetizada. Conforme o Dr. Roger Liebi, 330 profecias extremamente exatas e específicas referentes ao Messias sofredor se cumpriram literalmente por ocasião da primeira vinda de Cristo”((Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br).
Terceiro, Pedro fala sobre “uma candeia que brilha em lugar tenebroso”. As trevas aqui são trevas espirituais, que, certamente, descrevem o mundo. Pedro diz que a profecia bíblica é uma luz divina nos guiando através das trevas espirituais desta geração.
Quarto, Pedro afirma que a profecia bíblica será benéfica à igreja “até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração”. O clarear de um novo dia é a vinda do Senhor Jesus Cristo. A “estrela da alva” não é nada senão Jesus Cristo.
Nessa expressão, Pedro declara ousadamente, que a profecia bíblica será benéfica à Igreja até a Segunda Vinda de Jesus Cristo e o final dos tempos.
CONCLUSÂO
Diante do que foi visto, torna-se preciso que tenhamos o devido discernimento de tudo o que acontece à nossa volta e de tudo o que se quer introduzir no nosso meio. Cada crente em Jesus deve ser sóbrio e vigilante diante da atual avalanche de crenças e práticas divinatórias disseminadas no atual universo evangélico. Devemos ter a mesma estrutura da igreja de Éfeso que pôs à prova os que se diziam apóstolos, mas não o eram (Ap 2:2).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de Estudo das Profecias. O novo dicionário da Bíblia. Revista Ensinador Cristão – CPAD nº 43. Guia do leitor da Bíblia Ezequiel e Jeremias. A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck. Comentário Bíblico Beacon – CPAD - volume 2. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdonald.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Posse no Templo da Folha 09
No último dia 05/07 assumimos a direção da Congregação da Folha 09, toda honra seja dada ao Senhor Jesus!
Agradecemos ainda ao Pr. Sales Batista, presidente da Igreja, pela confiança.
Agradecemos ainda ao Pr. Sales Batista, presidente da Igreja, pela confiança.
Pr. Edivan Cavalcante ministrando a Palavra
Pr. Antonio Luis orando
Pr. Adonias
sexta-feira, 16 de julho de 2010
“Nem os pastores põem mais fé na EBD” - Entrevista
O teólogo e médico Angelo Gagliardi Júnior, 53 anos, escreveu o livro Você acredita em Escola Dominical? no fim dos anos 1990, no qual debatia a crise desse modelo de ensino. Em entrevista à CRISTIANISMO HOJE, ele mostra que o tema continua atual.
CRISTIANISMO HOJE: Que tipo de experiências o motivaram a escrever o livro “Você acredita em Escola Dominical?”
Amor desde a infância pelo estudo da Bíblia e inconformismo pela forma com que as nossas Escolas Dominicais vinham desempenhando o seu ministério em nossas Igrejas desde sempre , o tipo de “formação” , o tipo de “crente” que ela vinha “preparando” , frágeis , imaturos,inexperientes, desmotivados.
A visível prática em nossas Escolas Dominicais da Anti-Reforma Protestante , afastando a Bíblia das mãos do povo , desestimulando o seu estudo , meditação e prática. A ênfase prioritária às metodologias eclesiásticas já caducas, o aferrar-se às revistas ralas da denominação para “manter” o controle doutrinário.
O abandono completo de um sério investimento em material para pesquisa , formação , e instrução do corpo docente , bem como de uma escolha responsável e criteriosa do mesmo .
Um dos grandes questionamentos da nossa matéria também é o formato convencional da EBD que muitas igrejas se recusam em adotar, você acha que isso é motivo para que não tenham esse ministério?
Nunca enfatizei o formato, nem o apego a uma exclusiva metodologia , ou sequer a um único material didático acessório ou complementar. A Escola está posta como ministério na Igreja para promover o conhecimento de Deus, revelado em Cristo Jesus , a instrução , a formação , a maturação do povo de Deus através do ensino , da meditação , do compartilhar da Palavra de Deus , em pequenos grupos homogêneos ( separados por maturidade cristã ou interesses comuns), com a possibilidade da troca de informações e experiências , num ensino ordenado, progressivo , didático e conduzido pelo E.Santo , através de vidas piedosas e comprometidas com o ministério do ensino . Gente sendo salva e entendendo que seus propósitos de vida com Deus incluem adorá-Lo , reunirem-se em família cristã , desenvolverem algum (ou alguns) ministério(s) na comunidade , crescerem e amadurecerem sadiamente , e evangelizarem a outros .
Quais as principais mudanças da EBD de 30 anos atrás para a de hoje?
Vejo apenas esforços aqui e ali no sentido de tentar vencer as enormes dificuldades estruturais e de logística que as EBD enfrentam, mas sem muito resultados positivos . Basicamente os problemas são os mesmos com o agravante de que, 30 anos depois, o Evangelho é apresentado hoje numa visão mais utilitária , superficial , hedonista , sem ênfase ao necessário conhecimento da Palavra , ao arrependimento , à mudança de vida e ao compromisso com o Senhor .
Aponte os principais pontos que evoluíram e os que regrediram na EBD?
A Escola Dominical é uma escola , e como tal tem que ser pensada , e trabalhada . Até as mudanças , quando realizadas, não podem ser mumificadas , cristalizadas , dogmatizadas. Creio que evoluiu o fato de hoje haver bem mais igrejas , comunidades , denominações , questionando-se , e pensando em buscar soluções e alternativas . Isto era impensável há 30 anos atrás , matava-se o povo de fome com absoluta frieza e dureza , em nome da tradição denominacional. O que regrediu, foi o cada vez maior desapego ao ensino e manuseio da Bíblia , ela mesma , como material central de estudo da Escola.
Até aquelas igrejas que fizeram mudanças na EBD , equivocaram-se ao substituírem o estudo das Escrituras por livros , apostilas , testemunhos , etc… É contudo a Bíblia a Palavra de Deus , o alimento , a espada , o mel , o fel , a lâmpada … Ela é insubstituível como instrumento de Revelação de Deus .
Quais são os maiores benefícios que esse ministério proporciona à Igreja?
A Educação Religiosa faz-se prioritariamente ( ainda que não exclusivamente) na Igreja por meio da EBD. Púlpito , células , sociedades internas , reuniões de oração , retiros , congressos , seminários , são parte deste processo educacional , mas nada disto substitui a EBD . Ela evangeliza , instrui , gera crescimento e amadurecimento , estimula, desafia , corrige , exorta , integra etc.. A EBD não é uma das sociedades internas da Igreja , e por isto não pode competir com estas , por tempo,pessoal,recursos etc… A EBD é a Igreja sendo instruída , trabalhada , amadurecida , preparada , para servir às sociedades internas . Ela só pode ser tratada como prioridade na Igreja. Uma EBD forte , eficiente , Bíblica , inevitavelmente proporciona uma comunidade sadia, viva , quente , madura , evangelística , missionária , integrada. Muitos pensam que boas e ativas sociedades internas ou até mesmo um fervilhante , útil e necessário projeto de células na Igreja podem tornar irrelevante ou dispensável o ministério da EBD . Isto é um sofisma , um “canto de sereia” podendo conduzir igrejas ao naufrágio da raleza , desnutrição e do ativismo. Há sim características semelhantes entre estes ministérios como trabalhar em pequenos grupos , a oportunidade de testemunhos e participações individuais , bem como acompanhamento e “pastoreio” de indivíduos,aliviando a centralização desta missão e responsabilidade de estar exclusivamente sobre o pastor da comunidade. Por que não investimos também tempo na escolha e preparação de líderes para professores da EBD ? Por que não podemos deixar os alunos da EBD sob o pastoreio dos seus professores e secretários das classes da EBD ( assemelhando-se ao que Filipe e Barnabé faziam no relato de Atos dos Apóstolos) ? Por que não possuir uma estrutura ou um projeto de EBD com classes semanais substituindo ou complementando a EBD dos domingos ? São alternativas que podem complementar os ministérios desenvolvidos pelas sociedades internas e pelas células. Só a EBD pode trabalhar com grupos mais homogêneos , e ela mesmo homogeneizar ( com os mesmos conhecimentos básicos ) toda a comunidade .
Quando o senhor fala no livro a respeito de credibilidade, questiona a respeito da nomenclatura do ministério. Muitas igrejas têm usado essa estratégia, mas são criticadas, pois além da mudança do nome, também fazem mudanças na estrutura, o que o senhor pensa sobre isso?
Não se trata de mudar apenas porque é preciso mudar . Não basta simplesmente mudar o nome, ou o material didático , ou a grade de horários e temática ! Talvez frequentemente vá ter que passar por aí também , mas a questão é muitissimo mais profunda , é uma questão de visão , de importância , de prioridades , de filosofia . Sem que estas coisas mudem primeiro , nada dará resultado. São vinhos novos (às vezes) em odres velhos ! São conceitos e princípios intimamente , celularmente entranhados ! Ninguém mais põe fé na EBD , nem os pastores ! O tempo decorrido , as experiências inúmeras fracassadas , as estruturas paleontológicas mumificadas , as tentativas transformadoras que também não foram aperfeiçoadas ou revisadas , os parcos e ultrapassados recursos didáticos e pedagógicos disponibilizados , os modismos , as enormes necessidades administrativas X tempo escasso dos pastores , a Biblicamente profetizada frieza espiritual , a escassez de líderes , o ativismo na Igreja , os inúmeros compromissos de trabalho secular que envolvem hoje as famílias, os variados teleevangelistas , lutam em favor do esvaziamento da EBD. Há projetos novos , alternativos , bem formatados , prontos para consumo , contando com bons argumentos Bíblicos,que,como já disse anteriormente,parecem substituir a contento ( até com vantagens na visão de alguns) a EBD .
Como é possível resgatar no coração dos cristãos a importância/utilidade da EBD?
Só com a participação verdadeira e comprometida dos líderes e pastores das comunidades. O púlpito exalta o pregador . As sociedades internas e as células são, administrativamente falando, mais fáceis de serem operadas , municiadas , gerenciadas e aliviam grande parte do descomunal peso transferido equivocadamente para as costas do pastor . Contam ainda,como já disse anteriormente , com fortes argumentos Bíblicos a seu favor e estrutura e material já prontos . Mas quem proverá o ensino da Palavra de forma cuidadosa , metódica , ordenada , progressiva (do leite progredindo ao sólido) , clara e inteligível , administrada adequadamente ( a cada um segundo a sua necessidade e/ ou interesse) , para grupos homogêneos ( não por endereço ou por apreço a determinado líder) , planejada e revisada segundo as necessidades contemporâneas de cada comunidade ? SÓ UMA BOA ESCOLA DOMINICAL! Todos os avivamentos apresentados em especial no V.T. , possuem, como instrumento de Deus ,a Sua Palavra . Esta ,anunciada, pregada , ensinada , desde que ouvida e entendida , acompanhada sempre pela presença e pelo sopro do E. Santo . É só investir um tempinho de meditação nos textos muito conhecidos de : II Rs 22 e 23 ; Ne 8 a 10 ; Ez 37: 1 – 15 . Quem quer experimentar Avivamento? Só através do ouvir da Palavra anunciada com a unção do E. Santo.
O senhor acredita que um dos maiores problemas da EBD atual é a falta de competência dos ministros? A geração Y (da Internet) não se contenta com formatos tradicionais e pessoas despreparadas?
A Wikipédia nos socorre : A Geração Y é um conceito em Sociologia que se refere, segundo alguns autores, aos nascidos após 1980 e, segundo outros, de meados da década de 1970 em diante.
Esta geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica. Os seus pais, não querendo repetir o abandono das gerações anteriores, encheram-nos de presentes, atenções e atividades, fomentando a sua auto-estima. Cresceram vivendo em ação, estimulados por atividades, fazendo tarefas múltiplas. Lidando com Power point e Netbooks . Acostumados a sempre conseguirem o que querem. Eles tem se tornado o público-alvo do consumo de novos serviços e na difusão de novas tecnologias,público exigente e ávido por inovações.
Claro está que uma Escola pedagogicamente atrasada , deficiente em instalações e conforto , recursos didáticos paupérrimos( lousa,giz ou Pilot ) ,ministrando sobre um livro que já foi escrito há mais de 2000 anos, só pode obter sucesso se seus ministradores forem gente de Deus , comprometidos , piedosos , ungidos e bem preparados , falando aos corações e mentes com clareza , propriedade,adequação e utilidade , sob a graça e o poder de Deus. Quando há graça,unção e poder ,até mesmo a falta de recursos didáticos torna-se imperceptível. Assim creio que falta de unção agrava muitíssimo a falta de competência pedagógica .
Onde estão estes ministradores ungidos e preparados ? Aí estão as grandes chances de encontramos uma EBD relevante . Agora organizemo-la e vamos supri-la com o que de mais moderno e atual podemos contar em termos de recursos didáticos , em ambiente agradável e tão confortável quanto a comunidade possa prover e a temática ministrada mereça .
Por que há falta de dedicação por parte da igreja e de seus líderes no investimento da EBD?
Por todas as enormes dificuldades envolvidas em encontrar e formar um corpo docente competente e confiável , responsável e comprometido , disponível e envolvido . Pelas dificuldades em estruturar e gerir uma EBD relevante ( logística,currículo , material didático , corpo docente e discente , etc ). Pelas muitas frentes de investimento dentro da Igreja a consumir os freqüentemente poucos recursos, limitando o aparelhamento dos espaços e a compra de material didático . Pela tradicional história de absenteísmo e ineficiência da EBD .Pelo tipo de evangelho pregado em muitas igrejas evangélicas , priorizando o púlpito e os cultos públicos , em detrimento do estudo metódico, em pequenos grupos,das Escrituras . Pela moderna alternativa , bem apresentada e preparada , do trabalho de pequenos grupos semanais , entendida por uma minoria (ao meu ver equivocadamente) como substituta da EBD . Mas sobre tudo isto ,uma enorme necessidade de Avivamento espiritual no meio do povo de Deus.
Fonte: http://cristianismohoje.com.br/ch/%E2%8 ... 2%80%9D-2/
terça-feira, 13 de julho de 2010
AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA - PR. ALTAIR GERMANO
AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA.
Subsídio e Plano de Aula para Lição Bíblica
A Lição 3 deste trimestre destaca a atividade profética e suas implicações políticas e sociais. Como o título já sugere, os profetas não estavam alienados das grandes questões de sua época. Esse tipo de posicionamento nos remete a seguinte pergunta: Em sua função profética, os pregadores, ensinadores e a Igreja nos dias atuais estão cumprindo o seu papel, denunciando o pecado e declarando a vontade de Deus para uma sociedade onde a injustiça, a violência, a exploração, a fome, a corrupção e outros males prevalecem?
PLANO DE AULA
1. OBJETIVOS DA LIÇÃO (Extraídos da Lição Bíblica-CPAD)
-Explicar o papel político e social da profecia.
-Conhecer a relação do profeta com a questão de ordem social da nação.
-Conscientizar-se de que a Igreja tem o mesmo princípio profético de denunciar as injustiças, amparando os injustiçados.
2. CONTEÚDO
Texto Bíblico: Jr 34.8-11, 16, 16
O QUE É POLÍTICA
Quando o assunto é política, a primeira coisa que vem na mente de muitos crentes são as questões pertinentes às eleições, candidatos, governos, câmaras, assembleias legislativas, senado etc. Acontece que política é algo bem mais amplo que isso, embora essas coisas estejam inclusas.
Conforme a Wikipédia:
Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.
Como se pode observar, o cristão e a Igreja não podem viver desassociados, indiferentes e alienados às questões políticas, pois é num ambiente político onde nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, casamos, convivemos etc.
O QUE É JUSTIÇA SOCIAL?
A justiça social busca o bem comum, através de ações que visão suprimir toda forma de injustiça na vida em sociedade.
Conforme a Wikipédia:
O termo justiça (do latim iustitia, por via semi-erudita), de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadão. É o principio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos específicos (litígio).
Sua ordem máxima, representada em Roma por uma estátua, com olhos vendados, visa seus valores máximos onde "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre os cidadãos.
Para a Igreja, a lei maior e os princípios para a aplicação da verdadeira justiça se encontram na Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus.
Sobre justiça social:
Parece ter sido o filósofo social neo-escolástico Luiz Taparelli, falecido em 1862, quem pela primeira vez usou a expressão justiça social e que foi adotada pela Igreja. [...] A expressão hoje é do domínio público, mas sua definição depende da concepção político-econômica de cada autor. Há tanta dificuldade em defini-la quanta existe para definir o bem comum, que é o elemento fundamental de qualquer doutrina de justiça social. A noção econômica de justiça social é a mais difundida: justa distribuição da renda ou riqueza, de acordo com as necessidades e a capacidade das pessoas; aumento do nível de renda das massas; diluição progressiva das diferenças de classe; fazer com que um número cada vez maior de pessoas participe da propriedade dos meios de produção e do consumo de bens. Questão totalmente diferente, é saber qual o melhor regime político para atingir a justiça social: pode haver mais justiça social em regimes de força do que em democracias desorganizadas ou puramente formais. (Fonte: UJE Brasil)
Diante das definições ou conceitos acima, entendemos como cristãos que somos, que o melhor regime político para atingir a justiça social é aquele que aplica os fundamento norteadores da Palavra de Deus. Dessa forma, os poderes legislativo, judiciário e executivo das sociedades deveriam ter como fundamentos para a criação de leis, para as decisões judiciais e para um governo realmente justo, os princípios das Sagradas Escrituras.
PROFETAS, PROFECIA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
Como já coloquei na introdução, percebe-se claramente nas Escrituras que a função profética nunca esteve alienada das questões de ordem social, que buscam o entendimento e a aplicação da justiça, visando o bem maior para cada indivíduo numa sociedade e para esta sociedade como um todo.
Os profetas e as profecias não se limitam a falar sobre "as coisas do céu" ou sobre o futuro glorioso de povo de Deus. Eles estão comprometidos com o bem do povo de Deus e da humanidade aqui e agora.
O profeta de Deus é também porta-voz de uma mensagem que anuncia, denuncia e alerta diante de situações presentes e conhecidas. Ele tem a mente iluminada por Deus, que lhe possibilita uma tomada de consciência, um forte senso de justiça e o conhecimento dos grandes dilemas do seu povo e do seu tempo. Ele é alguém com quem Deus pode contar e usar para proclamar a sua mensagem.
O profeta de Deus tem consciência que a sua vocação, comissão, sustento, segurança, autoridade e mensagem provém do Senhor. Ele não está livre de temores, mas buscará superar a si mesmo, suas limitações, paixões e fraquezas, confiando e contando com a ajuda de quem o separou desde o ventre de sua mãe (Jr 1.5; Sl 139.16; Gl 1.15).
MONARQUIA EM ISRAEL, PROFETAS E PROFECIAS
Com o advento da monarquia em Israel, a atividade e a mensagem profética com fins políticos e de justiça social foi algo bastante evidente.
No campo político, a confiança dos governantes no Poder temporal em substituição ao Senhor, fez com que as práticas abaixo fossem abertamente e contundentemente denunciadas e combatidas pelos profetas:
- A difusão da idolatria cultual por conveniência política;
- O casamento de reis com mulheres ímpias e idólatras, também por conveniência política;
- As guerras injustas;
- A divinização do rei (ungido intocável e absoluto) e manutenção a todo custo do "status quo" político, ou seja, de deixar as coisas como estão;
- O culto ou confiança no poderio militar
- O culto ou confiança aos grandes impérios, como os quais Israel fez alianças políticas
As questões acima estiveram presentes, por exemplo, na mensagem de Oséias (7.8,11; 12.1-2) e de Isaías (30.1-2; 31.1).
Sobre as questões econômicas e sociais que promoviam a injustiça social, foram denunciadas e combatidas as seguintes práticas:
- A substituição do Senhor pelas riquezas
- A ganância
- O suborno recebido pelo juiz
- A exploração dos trabalhadores para a manutenção do luxo no palácio, do rei e da corte
- A concentração de riquezas nas mãos de poucos
- O empobrecimento da maioria da população
- A administração fraudulenta
- A impunidade
- A violência
- A opressão
Contra estas coisas foram levantados e falaram claramente, por exemplo, Amós (8.4-6), Isaías (1.15, 21-31; 3.16-17), Miquéias (2.1-2), Jeremias (34.8-11, 16, 17).
IGREJA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
Em sua função profética, como pastores, pregadores, ensinadores e a Igreja estão se posicionando diante dos dilemas sociais de nossa época? Tenho algumas considerações, muitas delas já conhecidas de meus leitores e tratadas em outras postagens neste blog.
Penso que algumas questões graves contribuem para que pastores, pregadores, ensinadores, líderes cristãos em geral e algumas igrejas silenciem diante das injustiças sociais em nossos dias.
Muitos profetas e a atividade profética da igreja está comprometida nos dia atuais por diversas questões, onde cito aqui algumas delas:
- Com a institucionalização da igreja, dentro da própria igreja observamos a prática da injustiça, quando algumas lideranças exploram os dízimos dos pobres (dos ricos também) para manter o seu luxo palaciano. Há líderes que deixam de investir no socorro aos necessitados, na educação e na evangelização para que sobre dinheiro para a compra de carros e apartamentos, apartamentos, mansões, fazendas, aviões etc. Outros investem timidamente nestas obras, para tentar passar uma falsa imagem ou mascarar a realidade. Volto a repetir que um líder deve viver dignamente, mas não deve destoar absurdamente da realidade social e econômica de sua comunidade cristã. Não sou apologista da mendicância, nem da ostentação luxuosa desnecessária e extremamente vaidosa;
- Pastores, pregadores, ensinadores e outras lideranças fazem a cada eleição alianças com candidatos e políticos corruptos, ladrões, devassos e arrogantes. Se vendem e negociam o voto da igreja em troca de favores como terrenos, comissões, cargos para familiares, parentes e amigos, ajuda para realização de festividades ou obras. Nestas questões, há uma verdadeira promiscuidade em nossos dias. Ao fazerem tais alianças, este líderes ou igrejas perdem a sua autoridade profética, visto que tal autoridade está associada à nossa integridade moral e princípios;
- Algumas de nossas organizações (escolas, universidades, faculdades, convenções estaduais, regionais e nacionais de igrejas e ministros, etc.) deixaram de ser relevantes, existindo atualmente para basicamente servir para distribuição de cargos, ser fonte de vantagens financeiras, privilégios, roubos, extorsões, esquemas, fraudes, corrupções, promotoras de brigas, facções, dissensões e de escândalos internos e externos, locais, regionais e nacionais. Os que tem acesso às provas desta realidade se omitem, geralmente, por terem sidos ou por serem beneficiados de alguma forma pela situação.
Dessa forma, pode-se entender o silêncio profético de muitos para com as questões políticas e sociais de nossa época.
Não dá para confrontar Acabe (os líderes políticos de fora e os líderes "políticos" e religiosos de dentro) quando se compactua do seu pecado, ou quando se teme perder o emprego, o salário, algum cargo ou função alcançada, ou ainda a perda de oportunidades, convites ou agendas. Tal postura é covarde e mercenária. Precisamos seguir o exemplo de Micaías (1 Rs 22.13-14).
Não dá para denunciar o "pecado de Herodes" (Mt 14.3-12) quando se senta na mesa com "Herodes" para negociar ou buscar favores ilícitos ou imorais. É interessante lembrar que nem sempre legalidade é sinônimo de moralidade.
Apesar do momento crítico, o ministério profético na Igreja voltado para as questões políticas e sociais não será extinto. Tenho viajado por este Brasil e conhecido muitas lideranças e instituições sérias, honestas e ainda comprometidas com o bem comum, com a justiça social e com os princípios e prioridades do Reino de Deus.
Sempre haverá um profeta (ou profetas) no campo, nos grandes centros urbanos e nos palácios prontos para serem convocados, capacitados e usados pelo Senhor.
Ele pode contar com você?
3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Fale aos alunos sobre as grandes questões políticas e sociais de nossa época, fazendo um paralelo com as questões e ministério profético nos tempos bíblicos, para depois discutir a atividade profética e o discurso profético em nossos dias associados a esses temas.
4. RECURSOS DIDÁTICOS
TV, vídeo, computador, quadro, mapa, cartolina, pincel ou giz, etc.
5. SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
- Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
- Bíblia de Estudo Almeida, SBB.
- Conheça Melhor o Antigo Testamento, VIDA.
- A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C., Paulus.
Fonte: http://www.altairgermano.net/2010/07/as-funcoes-sociais-e-politicas-da.html
Subsídio e Plano de Aula para Lição Bíblica
A Lição 3 deste trimestre destaca a atividade profética e suas implicações políticas e sociais. Como o título já sugere, os profetas não estavam alienados das grandes questões de sua época. Esse tipo de posicionamento nos remete a seguinte pergunta: Em sua função profética, os pregadores, ensinadores e a Igreja nos dias atuais estão cumprindo o seu papel, denunciando o pecado e declarando a vontade de Deus para uma sociedade onde a injustiça, a violência, a exploração, a fome, a corrupção e outros males prevalecem?
PLANO DE AULA
1. OBJETIVOS DA LIÇÃO (Extraídos da Lição Bíblica-CPAD)
-Explicar o papel político e social da profecia.
-Conhecer a relação do profeta com a questão de ordem social da nação.
-Conscientizar-se de que a Igreja tem o mesmo princípio profético de denunciar as injustiças, amparando os injustiçados.
2. CONTEÚDO
Texto Bíblico: Jr 34.8-11, 16, 16
O QUE É POLÍTICA
Quando o assunto é política, a primeira coisa que vem na mente de muitos crentes são as questões pertinentes às eleições, candidatos, governos, câmaras, assembleias legislativas, senado etc. Acontece que política é algo bem mais amplo que isso, embora essas coisas estejam inclusas.
Conforme a Wikipédia:
Política denomina arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados; aplicação desta arte aos negócios internos da nação (política interna) ou aos negócios externos (política externa). Nos regimes democráticos, a ciência política é a atividade dos cidadãos que se ocupam dos assuntos públicos com seu voto ou com sua militância.
A palavra tem origem nos tempos em que os gregos estavam organizados em cidades-estado chamadas "polis", nome do qual se derivaram palavras como "politiké" (política em geral) e "politikós" (dos cidadãos, pertencente aos cidadãos), que estenderam-se ao latim "politicus" e chegaram às línguas européias modernas através do francês "politique" que, em 1265 já era definida nesse idioma como "ciência do governo dos Estados".
O termo política é derivado do grego antigo πολιτεία (politeía), que indicava todos os procedimentos relativos à pólis, ou cidade-Estado. Por extensão, poderia significar tanto cidade-estado quanto sociedade, comunidade, coletividade e outras definições referentes à vida urbana.
Como se pode observar, o cristão e a Igreja não podem viver desassociados, indiferentes e alienados às questões políticas, pois é num ambiente político onde nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, casamos, convivemos etc.
O QUE É JUSTIÇA SOCIAL?
A justiça social busca o bem comum, através de ações que visão suprimir toda forma de injustiça na vida em sociedade.
Conforme a Wikipédia:
O termo justiça (do latim iustitia, por via semi-erudita), de maneira simples, diz respeito à igualdade de todos os cidadão. É o principio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos específicos (litígio).
Sua ordem máxima, representada em Roma por uma estátua, com olhos vendados, visa seus valores máximos onde "todos são iguais perante a lei" e "todos têm iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a igualdade entre os cidadãos.
Para a Igreja, a lei maior e os princípios para a aplicação da verdadeira justiça se encontram na Bíblia Sagrada, que é a Palavra de Deus.
Sobre justiça social:
Parece ter sido o filósofo social neo-escolástico Luiz Taparelli, falecido em 1862, quem pela primeira vez usou a expressão justiça social e que foi adotada pela Igreja. [...] A expressão hoje é do domínio público, mas sua definição depende da concepção político-econômica de cada autor. Há tanta dificuldade em defini-la quanta existe para definir o bem comum, que é o elemento fundamental de qualquer doutrina de justiça social. A noção econômica de justiça social é a mais difundida: justa distribuição da renda ou riqueza, de acordo com as necessidades e a capacidade das pessoas; aumento do nível de renda das massas; diluição progressiva das diferenças de classe; fazer com que um número cada vez maior de pessoas participe da propriedade dos meios de produção e do consumo de bens. Questão totalmente diferente, é saber qual o melhor regime político para atingir a justiça social: pode haver mais justiça social em regimes de força do que em democracias desorganizadas ou puramente formais. (Fonte: UJE Brasil)
Diante das definições ou conceitos acima, entendemos como cristãos que somos, que o melhor regime político para atingir a justiça social é aquele que aplica os fundamento norteadores da Palavra de Deus. Dessa forma, os poderes legislativo, judiciário e executivo das sociedades deveriam ter como fundamentos para a criação de leis, para as decisões judiciais e para um governo realmente justo, os princípios das Sagradas Escrituras.
PROFETAS, PROFECIA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
Como já coloquei na introdução, percebe-se claramente nas Escrituras que a função profética nunca esteve alienada das questões de ordem social, que buscam o entendimento e a aplicação da justiça, visando o bem maior para cada indivíduo numa sociedade e para esta sociedade como um todo.
Os profetas e as profecias não se limitam a falar sobre "as coisas do céu" ou sobre o futuro glorioso de povo de Deus. Eles estão comprometidos com o bem do povo de Deus e da humanidade aqui e agora.
O profeta de Deus é também porta-voz de uma mensagem que anuncia, denuncia e alerta diante de situações presentes e conhecidas. Ele tem a mente iluminada por Deus, que lhe possibilita uma tomada de consciência, um forte senso de justiça e o conhecimento dos grandes dilemas do seu povo e do seu tempo. Ele é alguém com quem Deus pode contar e usar para proclamar a sua mensagem.
O profeta de Deus tem consciência que a sua vocação, comissão, sustento, segurança, autoridade e mensagem provém do Senhor. Ele não está livre de temores, mas buscará superar a si mesmo, suas limitações, paixões e fraquezas, confiando e contando com a ajuda de quem o separou desde o ventre de sua mãe (Jr 1.5; Sl 139.16; Gl 1.15).
MONARQUIA EM ISRAEL, PROFETAS E PROFECIAS
Com o advento da monarquia em Israel, a atividade e a mensagem profética com fins políticos e de justiça social foi algo bastante evidente.
No campo político, a confiança dos governantes no Poder temporal em substituição ao Senhor, fez com que as práticas abaixo fossem abertamente e contundentemente denunciadas e combatidas pelos profetas:
- A difusão da idolatria cultual por conveniência política;
- O casamento de reis com mulheres ímpias e idólatras, também por conveniência política;
- As guerras injustas;
- A divinização do rei (ungido intocável e absoluto) e manutenção a todo custo do "status quo" político, ou seja, de deixar as coisas como estão;
- O culto ou confiança no poderio militar
- O culto ou confiança aos grandes impérios, como os quais Israel fez alianças políticas
As questões acima estiveram presentes, por exemplo, na mensagem de Oséias (7.8,11; 12.1-2) e de Isaías (30.1-2; 31.1).
Sobre as questões econômicas e sociais que promoviam a injustiça social, foram denunciadas e combatidas as seguintes práticas:
- A substituição do Senhor pelas riquezas
- A ganância
- O suborno recebido pelo juiz
- A exploração dos trabalhadores para a manutenção do luxo no palácio, do rei e da corte
- A concentração de riquezas nas mãos de poucos
- O empobrecimento da maioria da população
- A administração fraudulenta
- A impunidade
- A violência
- A opressão
Contra estas coisas foram levantados e falaram claramente, por exemplo, Amós (8.4-6), Isaías (1.15, 21-31; 3.16-17), Miquéias (2.1-2), Jeremias (34.8-11, 16, 17).
IGREJA, POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
Em sua função profética, como pastores, pregadores, ensinadores e a Igreja estão se posicionando diante dos dilemas sociais de nossa época? Tenho algumas considerações, muitas delas já conhecidas de meus leitores e tratadas em outras postagens neste blog.
Penso que algumas questões graves contribuem para que pastores, pregadores, ensinadores, líderes cristãos em geral e algumas igrejas silenciem diante das injustiças sociais em nossos dias.
Muitos profetas e a atividade profética da igreja está comprometida nos dia atuais por diversas questões, onde cito aqui algumas delas:
- Com a institucionalização da igreja, dentro da própria igreja observamos a prática da injustiça, quando algumas lideranças exploram os dízimos dos pobres (dos ricos também) para manter o seu luxo palaciano. Há líderes que deixam de investir no socorro aos necessitados, na educação e na evangelização para que sobre dinheiro para a compra de carros e apartamentos, apartamentos, mansões, fazendas, aviões etc. Outros investem timidamente nestas obras, para tentar passar uma falsa imagem ou mascarar a realidade. Volto a repetir que um líder deve viver dignamente, mas não deve destoar absurdamente da realidade social e econômica de sua comunidade cristã. Não sou apologista da mendicância, nem da ostentação luxuosa desnecessária e extremamente vaidosa;
- Pastores, pregadores, ensinadores e outras lideranças fazem a cada eleição alianças com candidatos e políticos corruptos, ladrões, devassos e arrogantes. Se vendem e negociam o voto da igreja em troca de favores como terrenos, comissões, cargos para familiares, parentes e amigos, ajuda para realização de festividades ou obras. Nestas questões, há uma verdadeira promiscuidade em nossos dias. Ao fazerem tais alianças, este líderes ou igrejas perdem a sua autoridade profética, visto que tal autoridade está associada à nossa integridade moral e princípios;
- Algumas de nossas organizações (escolas, universidades, faculdades, convenções estaduais, regionais e nacionais de igrejas e ministros, etc.) deixaram de ser relevantes, existindo atualmente para basicamente servir para distribuição de cargos, ser fonte de vantagens financeiras, privilégios, roubos, extorsões, esquemas, fraudes, corrupções, promotoras de brigas, facções, dissensões e de escândalos internos e externos, locais, regionais e nacionais. Os que tem acesso às provas desta realidade se omitem, geralmente, por terem sidos ou por serem beneficiados de alguma forma pela situação.
Dessa forma, pode-se entender o silêncio profético de muitos para com as questões políticas e sociais de nossa época.
Não dá para confrontar Acabe (os líderes políticos de fora e os líderes "políticos" e religiosos de dentro) quando se compactua do seu pecado, ou quando se teme perder o emprego, o salário, algum cargo ou função alcançada, ou ainda a perda de oportunidades, convites ou agendas. Tal postura é covarde e mercenária. Precisamos seguir o exemplo de Micaías (1 Rs 22.13-14).
Não dá para denunciar o "pecado de Herodes" (Mt 14.3-12) quando se senta na mesa com "Herodes" para negociar ou buscar favores ilícitos ou imorais. É interessante lembrar que nem sempre legalidade é sinônimo de moralidade.
Apesar do momento crítico, o ministério profético na Igreja voltado para as questões políticas e sociais não será extinto. Tenho viajado por este Brasil e conhecido muitas lideranças e instituições sérias, honestas e ainda comprometidas com o bem comum, com a justiça social e com os princípios e prioridades do Reino de Deus.
Sempre haverá um profeta (ou profetas) no campo, nos grandes centros urbanos e nos palácios prontos para serem convocados, capacitados e usados pelo Senhor.
Ele pode contar com você?
3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Fale aos alunos sobre as grandes questões políticas e sociais de nossa época, fazendo um paralelo com as questões e ministério profético nos tempos bíblicos, para depois discutir a atividade profética e o discurso profético em nossos dias associados a esses temas.
4. RECURSOS DIDÁTICOS
TV, vídeo, computador, quadro, mapa, cartolina, pincel ou giz, etc.
5. SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
- Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.
- Bíblia de Estudo Almeida, SBB.
- Conheça Melhor o Antigo Testamento, VIDA.
- A Voz Necessária: encontro com os profetas do século VIII a.C., Paulus.
Fonte: http://www.altairgermano.net/2010/07/as-funcoes-sociais-e-politicas-da.html
Lição 03 - AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA
Lição 03
AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA
Texto Áureo: Pv. 29.18 - Leitura Bíblica em Classe: Jr. 34.8-11,16,17
Pb. José Roberto A. Barbosa
http://www.subsidioebd.blogspot.com/
INTRODUÇÃO
1. O CONTEXTO POLÍTICO E SOCIAL
3. A QUESTÃO SOCIAL E O PAPEL DA IGREJA
CONCLUSÃO
HESCHEL, A. The prophets. New York: Harper & Row, 1962.
ELLUL, J. Políticas de Deus e políticas dos homens. São Paulo: Fonte Editorial, 2006
AS FUNÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DA PROFECIA
Texto Áureo: Pv. 29.18 - Leitura Bíblica em Classe: Jr. 34.8-11,16,17
Pb. José Roberto A. Barbosa
http://www.subsidioebd.blogspot.com/
Objetivo: Explicitar a função precípua da profecia bíblica: levar o ser humano a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, a fim de que haja ordem e bem-estar social.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a respeito das funções sociais e políticas da profecia. Conforme veremos nesta aula, esses foram temas recorrentes na profecia bíblica. A princípio, definiremos política e sociedade, em seguida, o papel político e social do profeta no Antigo Testamento, e, ao final, o papel político-social da igreja nos dias atuais.
1. O CONTEXTO POLÍTICO E SOCIAL
A palavra política vem do latim politicus e do grego politikus e ambas significam “aquele que reside numa cidade”. A cidade, conforme depreendemos dos estudos no livro do Gênesis, é uma invenção humana, uma tentativa de se organizar e viver por si próprio, sem depender de Deus. Em Gn. 4, Caim, após assassinar seu irmão Abel, fundou a primeira cidade (v. 17). Nesse livro bíblico, a cidade geralmente é um espaço urbano, propício à violência e ao individualismo. Por causa dessa realidade, Deus trouxe o dilúvio sobre a humanidade (Gn. 9). Devido à pecaminosidade humana, a cidade, e por sua vez, a política se tornou necessária com vistas à igualdade social. Mas não podemos esquecer que a sociedade também se encontra em condição de queda. A construção da Torre de Babel, no capítulo 11 de Gênesis, revela a situação da sociedade sem Deus. O resultado da política humana na sociedade se dá através de um processo de confusão, ainda que essa seja necessária, na verdade, uma providência divina para que o homem não chegue às alturas. As políticas publicas aspiram, no contexto social, tomar decisões com vistas ao bem da sociedade. Essa pretensão, porém, é afetada pela Queda humana. Os governantes nem sempre agem para o bem do povo, em alguns casos, acontece justamente o contrário. A política, ao invés de trazer justiça social, gera enriquecimento ilícito (corrupção), a construção e adoração do deus Mamon, a difusão da depravação humana, a cultura da morte ao invés da vida, entre outras misérias. Abrimos um parêntese para reconhecer que a Palavra de Deus, necessariamente, não é contra a cidade, haja vista a descida da Cidade Celestial, cujo Rei é o Senhor Jesus (Ap. 21.1-4).
2. A FUNÇÃO SOCIAL E POLÍTICA DO PROFETAOs profetas do Antigo Testamento viveram debaixo dessa condição de queda governamental. Por isso, quando lemos os relatos dos reis de Israel e Judá, vemos uma alternância de governantes que andavam nos caminhos do Senhor e outros que seguiam o seu próprio caminho. Os sacerdotes, que eram os líderes religiosos, ao invés de observarem os preceitos de Deus, faziam conchavos com os reis, a fim de obterem algum benefício próprio da parte deles. Diante dessa política humana da barganha, Deus levantava seus profetas a fim de confrontarem essas práticas vergonhosas. Os profetas, naquele contexto, como aconteceram com Nata e Gade (II Sm. 7.17; 24.18,19) assumiram a condição de conselheiros dos governantes para que esses não se desviassem da Palavra do Senhor. Mas nem sempre os profetas tiveram prestígio diante dos governantes, o mais comum era que eles fossem rechaçados, e, no caso de Isaias, serrado ao meio (Hb. 11.37). Jeremias, o profeta das lágrimas, passou por situações extremamente adversas em seu ministério porque se opôs aos líderes de Judá que teimavam em seguir seus próprios caminhos, ao invés de seguirem os caminhos do Senhor (Jr. 1.15; 5.15; 6.22; 10.22; 25.9). A denúncia de Jeremias contra o pecado do povo de Judá não se restringia à moralidade, à idolatria, mas também às injustiças sociais (Jr. 7.5-7; 22.3,4). Ao invés de darem ouvidos a Jeremias, os líderes da nação judaica preferiram buscar os conselhos dos seus próprios profetas, que falavam aquilo que eles gostavam de ouvir (II Cr. 36.12,15,16), tais como o falso profeta Hananias (Jr. 28.11).
3. A QUESTÃO SOCIAL E O PAPEL DA IGREJA
O Deus da Bíblia sempre manifestou preocupação com os problemas sociais. No Antigo Testamento, em Ex. 21.2; Dt. 15.1-18, estão escritas algumas determinações sobre a escravatura. Deus limitou o tempo máximo da escravatura entre os hebreus para 6 anos, mas esse mandamento não era observado nos tempos do profeta Jeremias, esse é entre outros motivos para o Senhor demonstrar sua indignação com os judeus (Jr. 34.8-11). As injustiças sociais também foram denunciadas pelo Senhor, através dos seus profetas: Miquéias (Mq. 6.8), Ezequiel (34.2-4, 20-25), Amós (5.21-24). Mas essa não é particularidade dos profetas do Antigo Testamento, no Novo Testamento encontramos várias passagens bíblicas que revelam a insatisfação do Senhor em relação às injustiças sociais: os fariseus que julgavam as pessoas pelos seus pecados morais, mas não atentavam para os pecados sociais (Mt. 23.1-12); o próprio Jesus demarcou a necessidade do comprometimento social da igreja (Mt. 25.31-46) e se mostrou restritivo em relação à salvação dos ricos, haja vista o amor que eles têm pelo dinheiro (Mc. 10.17-27). Tiago, em sua epístola, traz recomendações diretas à igreja sobre os cuidados com os problemas sociais (Tg. 1.27; 2.14-17). Isso porque a igreja, seguindo o modelo de Jesus e dos apóstolos, vê o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito (I Ts. 5.23).
CONCLUSÃO
A igreja do Senhor não pode esquecer que Deus ama a justiça (Is. 61.8) e recomenda que a essa deva ser perseguida (Dt. 16.19,20) em favor dos necessitados (Sl. 83.3). Diante de tais advertências, cabe a igreja, nesses dias cruciais, assumir uma postura profética em relação à política e a sociedade. A agenda evangélica não deva privilegiar apenas o aborto, o homossexualismo e a eutanásia (entre outros temas corriqueiros), mas também a injustiça social e a corrupção política. Para tanto, faz-se necessário que a igreja permaneça em sua condição profética, sem fazer conchavos com políticos, em especial com aqueles que carregam uma ficha suja.
BIBLIOGRAFIAHESCHEL, A. The prophets. New York: Harper & Row, 1962.
ELLUL, J. Políticas de Deus e políticas dos homens. São Paulo: Fonte Editorial, 2006
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